quinta-feira, 16 de maio de 2013

Discurso Indireto: Regras de etiqueta no Facebook: fiquem atentos!

Discurso Indireto: Regras de etiqueta no Facebook: fiquem atentos!: Todos nós sabemos que existe uma questão de educação social que deve ser respeitada por todos nós cidadãos, tanto em nossa vida real, q...

Regras de etiqueta no Facebook: fiquem atentos!



Todos nós sabemos que existe uma questão de educação social que deve ser respeitada por todos nós cidadãos, tanto em nossa vida real, quanto em nossa vida virtual, é importante respeitarmos nossos amigos, colegas e aqueles que nos rodeiam. Uma pessoa bem educada por sua família refletirá isso em qualquer ambiente, inclusive por meio de palavras virtuais.
Algumas vezes podemos confundir nossas redes sociais com nossa vida real, no entanto, ambos são exatamente iguais. No Facebook, por exemplo, é um espaço em que você partilha e compartilha opiniões e questões com seus amigos, mas é importante lembrar que pode não ser nada legal – nem para você, nem para seu amigo – que ambos partilhem mensagens intimas demais para alguém, até parece que, às vezes, as pessoas esquecem que todo mundo pode ler o que estará escrito. Pense antes de postar alguma coisa. Muitos postam e depois mudam as configurações de privacidade, no entanto, esquecem-se de que o Feed de notícias mostra sua mensagem, mesmo sendo bloqueada posteriormente.
Eis, a seguir, algumas dicas de etiqueta que podem valer ouro no Facebook e outras redes sociais:
- Evite letras maiúsculas: na internet, letras maiúsculas significam gritar, tenha atenção ao Caps Lock;
- Evite palavrões: palavras ofensivas demais podem não ser bem-vistas por seus colegas e superiores, e podem que você seja uma pessoa que talvez você não seja. Lembre-se: uma palavra escrita, sempre permanecerá, mesmo que seja momentâneo para quem a escreve;
- Evite a politicagem: prefira opinar ou ter uma discussão saudável sobre algo polêmico. Discussões políticas só são bem-vistas em ambientes próprios a isso;
- Evite reclamar da vida: ninguém gosta de se aproximar de pessoas negativas, que só reclamam da vida. Pessoas rancorosas sempre ficam sozinhas;
- Evite muita sinceridade: dê sua opinião, mas tenha o bom-senso a seu favor. Ninguém gosta de receber críticas das quais tem plena ciência. Se quiser aconselhar ou opinar algo a alguém, faça-o pessoalmente, palavras podem ser mal interpretadas por quem a lê;
- Evite correções públicas: por mais que as pessoas tenham dificuldade ortográficas e gramaticas, evite corrigi-las publicamente. Lembre-se: você não é perfeito e pode cometer erros também;
- Evite discutir o gosto alheio: mesmo que não concorde com seu amigo, não precisa discordar e discutir com ele, apenas ignore, cada um pode gostar do que quiser, no entanto, não temos o direito de querer mudar a opinião alheia. Coisas pequenas podem tomar proporções inimagináveis;
- Evite achar que todos são iguais: não desmereça as postagens “bobas” dos seus amigos, lembre-se: nem todo mundo pode ter o mesmo tempo ou as mesmas ferramentas e disponibilidades que você na internet;
- Evite não colocar foto no perfil: ao entrar na rede social, aceite que você estará exposto e mostre-se – com bom-senso. Saiba que todos o visualizarão;
- Evite correntes virtuais se não tiver pleno conhecimento sobre: compartilhar imagens e histórias distorcidas sem saber sua real procedência pode não ser legal e gerar mal-estar por parte dos seus amigos;
- Interaja com as pessoas da mesma maneira que gostaria que interagissem com você!


E...o mais e essencial: jamais publique fotos com trajes íntimos.


A seguir, fragmentos de uma matéria vinculada na revista Época...
Fotos: Shutterstock


segunda-feira, 13 de maio de 2013

Crack, a pedra da morte

Usuários de crack na região conhecida como
Usuários de crack na região conhecida como "Cracolândia", em São Paulo

Estamos em aguda e profunda crise urbana e social relacionada ao crack, essa droga avassaladora, aniquiladora e mortal que vem fazendo vítimas e mais vítimas diariamente em todo canto do nosso país. O crack traz a morte em vida do seu usuário, arruína a vida dos seus familiares, aumenta a criminalidade onde se instala, degrada e mata mais do que todas as outras drogas juntas.

De poder sobrenatural, o crack pode viciar o usuário já na sua primeira ou segunda experiência e o que vem depois é a tragédia certa. Crack e desgraça são indissociáveis e quase palavras sinônimas. Relatos dos seus usuários e familiares, fatos policias diários e opiniões de especialistas sobre os efeitos e as conseqüências nefastas da droga podem ser resumidos em três palavras tão básicas quanto contundentes: sofrimento, degradação e morte.
A composição química do crack é simplesmente horripilante e estarrecedora. A partir da pasta base das folhas da coca acrescentam-se outros produtos altamente nocivos a qualquer ser vivo, tais como: ácido sulfúrico, querosene ou solvente e a cal virgem, que ao serem processados e misturados se transformam numa pasta endurecida homogênea de cor branco caramelizada onde se concentra mais ou menos 50% de cocaína, ou seja, meio à meio cocaína com os outros produtos altamente nocivos citados. A droga é fumada pura, misturada num cigarro comum ou num cigarro de maconha que recebe a denominação de "bazuca".
A fumaça altamente tóxica do crack é rapidamente absorvida pela mucosa pulmonar excitando o sistema nervoso, causando inicialmente euforia e aumento de energia ao usuário, com isso advém a diminuição do sono e do apetite com a conseqüente perda de peso bastante rápida e expressiva. Logo os efeitos nefastos aparecem para os seus usuários, tais como: aceleração ou diminuição do ritmo cardíaco, dilação da pupila, elevação ou diminuição da pressão sanguínea, calafrios, náuseas, vômitos, convulsão, parada respiratória, coma ou parada cardíaca, infarto, doença hepática e pulmonar, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC). Além disso, para os fracos e debilitados usuários sobreviventes, ao longo do uso da droga, há perda dos seus dentes, pois o ácido sulfúrico que faz parte da composição química do produto assim trata de furar, corroer e destruir a sua dentição. O crack também causa a destruição dos neurônios e provoca a degeneração dos músculos do corpo do seu usuário, fenômeno esse conhecido na medicina como rabdomiólise, o que dá aquela aparência esquelética ao indivíduo com ossos da face salientes, pernas e braços finos e costelas aparentes.


O crack é tão perigoso que até o próprio traficante que tem consciência desse perigo, de tal droga não faz uso. Dificilmente e raramente um traficante usa o crack o que não ocorre com os outros tipos de drogas em que muitos deles também as utilizam em consumo próprio.
A disseminação do crack é constante e diariamente prende os menos avisados assim como uma teia de aranha para as suas presas, transformando as suas vítimas em verdadeiros mortos-vivos a perambular pelo submundo da sociedade.  A seguir o resultado de pesquisas de estudos da USP sobre a droga


o usuário de crack inala não apenas a cocaína, mas também uma substância derivada de sua pirólise, um éster denominado metilecgonidina (AEME). Essa substância provoca a morte de neurônios de um modo muito mais agressivo do que aquele observado quando o usuário cheira ou injeta a cocaína, como mostram estudos realizados na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP.
O crack é a mistura da pasta bruta de cocaína, bicarbonato de sódio e água." Quando o usuário aquece a pedra de crack, ele acaba por inalar não apenas a cocaína (um alcaloide) mas também a AEME, um éster. Por isso, os danos são muito maiores, pois o usuário sofre os efeitos tanto da cocaína como da AEME" , explica a professora Tania Marcourakis, do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da FCF, que é responsável por uma linha de pesquisa sobre o tema.Os pesquisadores realizaram estudos (in vitro) utilizando uma cultura primária de neurônios extraídos do hipocampo (região do encéfalo ligada à memória) de fetos de ratos. Os cientistas descobriram que nas amostras onde incubaram a AEME e a cocaína juntas, durante um período de 48 horas, houve pelo menos 50% mais mortes de neurônios, em comparação às amostras onde a cocaína e a AEME foram incubadas isoladamente na cultura primária de neurônios. Estes resultados indicam que o usuário de crack pode estar exposto a uma maior neurodegeneração em relação aos usuários de outras formas de uso da cocaína.
Este estudo foi realizado durante o mestrado do aluno Raphael Caio Tamborelli Garcia, " Efeitos neurodegenerativos da metilecgonidina e da cocaína em cultura celular primária de hipocampo" , apresentado em 2009 sob a orientação da professora Tania.
Atualmente, Garcia está cursando o doutorado nos Estados Unidos onde investiga os efeitos da AEME no cérebro de ratos. " A pesquisa tem o objetivo verificar se a AEME é apenas neurotóxica ou se também contribui para a dependência ao crack" , explica a professora.
Sabe-se que a fumaça que o usuário inala com a queima da pedra do crack é absorvida rapidamente pelo organismo, provocando, do mesmo modo, um efeito muito rápido. Então, quanto mais o usuário fuma, mais rápido é o efeito. E quanto mais ele fuma, mais ele quer fumar, e mais rápido se torna dependente da droga.
Segundo estudos realizados por especialistas na área, as dificuldades para o tratamento dos viciados em crack também são imensas, por isso, a grande preocupação das autoridades ligadas ao tema da intensa problemática. É preciso de extrema força de vontade do próprio viciado para poder se livrar desse malefício infernal.

A conscientização e o investimento em massa na área da educação e na prevenção, com aulas, palestras, seminários e um convívio mais profundo e dialogado no seio da sociedade especialmente entre pais e filhos, poderá livrar-nos dessa epidemia. Não podemos achar que a polícia ou a medicina resolverão os problemas, que, muitas vezes, se iniciam nos lares, escolas e outros lugares de convivência, principalmente dos jovens, mais expostos, por vários motivos, à atração do mundo das drogas.

No País do futebol precisamos sempre formar mais e mais competentes e excelentes atletas craques da bola, do esporte e não incompetentes e debilitados cracks desta droga satânica. 


Lei Áurea, 125 anos: a “reinvenção” do trabalho escravo no Brasil.













A cada ano, milhares de trabalhadores pobres são recrutados para trabalhar em fazendas, carvoarias, canteiros de obras e oficinas de costura e, posteriormente, submetidos a condições degradantes de serviço ou impedidos de romper a relação com o empregador. Não raro, permanecem sem poder se desligar do empregador até que terminem a tarefa para a qual foram aliciados, sob ameaças que vão de torturas psicológicas a espancamentos e assassinatos. No Brasil, essa forma de exploração é chamada de trabalho análogo ao de escravo, escravidão contemporânea ou nova escravidão, prevista como crime no Código Penal (artigo 149), com pena de dois a oito anos de reclusão.
Sua natureza econômica difere da escravidão da Antiguidade clássica e daquela que aqui existia durante a Colônia e o Império, mas o tratamento desumano, a restrição à liberdade e o processo de “coisificação” são similares. O número de trabalhadores envolvidos é relativamente pequeno se comparado com a população economicamente ativa, porém não desprezível: de 1995 – quando o sistema de combate ao trabalho escravo contemporâneo foi criado pelo governo federal – até hoje, mais de 44 mil pessoas foram resgatadas dessa situação, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego.
A produção capitalista necessita de espaços não capitalistas para se desenvolver. Em função de sua natureza, não admite limitações na aquisição de matéria-prima e na criação de mercados. Vale lembrar que ao longo de séculos, países e corporações têm ido à guerra por esse motivo. Em um curto espaço de tempo, de acordo com uma sinalização de demanda no Extremo Oriente, empreendimentos agropecuários no interior da Amazônia são capazes de se expandir sobre áreas, na maioria das vezes, ocupadas por populações que vivem sob outro modo de produção. Em questão de anos, surgem grandes fazendas de gado, lavouras de soja, algodão e cana-de-açúcar, além de carvoarias, produzindo matéria-prima e gêneros alimentícios, onde antes viviam populações indígenas, camponeses, comunidades quilombolas ou ribeirinhas.
Nessa expansão, podem coexistir tecnologia de ponta e formas ilegais de trabalho. O que parece contraditório na verdade expressa um processo fundamental para o desenvolvimento desses empreendimentos, acelerando sua capitalização e garantindo a capacidade de concorrência.



sexta-feira, 10 de maio de 2013

Discurso Indireto: Postar foto de comida pode indicar distúrbio alime...

Discurso Indireto: Postar foto de comida pode indicar distúrbio alime...: você acha que postar um monte de fotos de comida no Instagram não é lá tão normal assim, digamos que há motivo para preocupação. Publica...

Postar foto de comida pode indicar distúrbio alimentar.


você acha que postar um monte de fotos de comida no Instagram não é lá tão normal assim, digamos que há motivo para preocupação. Publicar compulsivamente fotos de comida em redes sociais pode indicar que a pessoa sofre de algum distúrbio alimentar. A afirmação é da chefe de psiquiatria do Hospital da Mulher da Universidade de Toronto, Valerie Taylor.
A psiquiatra diz ter pacientes em tratamento de problemas alimentares que tentam lutar contra esse hábito da comida virar o centro das interações sociais na internet – o que comem, quando comem e quando vão comer de novo.
Ao “Huffington Post”, Valerie disse que embora a prática de compartilhar fotos de comida nas redes sociais seja comum, em alguns casos ela pode demonstrar a exclusão de outras coisas importantes da vida.
“A preocupação começa quando tudo o que eles fazem é enviar fotos de comida. Tiramos fotos de coisas que são importantes para nós e, para algumas pessoas, a comida em si se tornou central; o local, a empresa e outros elementos são só pano de fundo”, diz.
Para Valerie, a comida está adquirindo um papel importante demais na vida das pessoas. “Já não se trata mais de simples combustível”, diz. Outro exemplo semelhante ao da publicação de fotos de comida são as tatuagens com o tema. “Como as tatuagens de ‘Eu amo o McDonald’s’ substituindo as de ‘Eu amo minha mãe’.”
Tirar foto de comida também é assunto polêmico quando se trata de etiqueta. Alguns críticos dizem que embora a prática seja prazerosa para quem tira a foto, pode incomodar quem está em volta naquele momento. Há ainda quem aproveite as fotos de comida para criar grupos de apoio à la Vigilantes do Peso virtual.
Ampliar

Com pratos saudáveis e boa forma, usuários do Instagram criam 'Vigilantes do Peso' virtual50 fotos

1 / 50
Diversos perfis do Instagram divulgam fotos de pratos saudáveis, exercícios físicos e os resultados obtidos com esse estilo de vida. Se essa prática funciona para o usuário ?dar satisfação? a seus seguidores, registrando seus esforços e como mantém (ou busca) a boa forma, também pode estimular aqueles que não conseguem sair do sofá.



Fonte: UOL Notícias de 07/05/2013

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Discurso Indireto: ESQUIZOFRENIA VIRTUAL.

Discurso Indireto: ESQUIZOFRENIA VIRTUAL.:                                                                                                                       “Descobrir de onde ve...

ESQUIZOFRENIA VIRTUAL.

                                                        
                                                            “Descobrir de onde veio a vida…
Por onde entrei deve haver uma saída.
Mas tudo fica sustentado pela fé.
Na verdade ninguém sabe o que é.”
In: Eu Não Sei Na Verdade Quem Eu Sou  - O Teatro Mágico
– Eu pedi essa merda de café já tem mais de 40 minutos!!!! Vocês foram colher os grãos, é????

Diante da atônita funcionária e de uma desconcertada plateia, ouço o rapaz de seus 20 e poucos anos, com um iPhone em uma das mãos, esbravejar publicamente, em direção à assustada jovem, sua pressa e falta de educação.
Intriga-me, sobremaneira, o episódio, porque entrei logo depois deste moço – sei disso porque ouvi quando ele fez o pedido – e não faz nem dez minutos que isso aconteceu!
Sem ao menos perceber o desconforto provocado pela destemperada manifestação, lá está ele de volta ao tamborilar irritante do pequeno teclado de seu aparelho interrompido, segundos depois, por sua sonora gargalhada.
O que terá visto ele na tela? Ou, ainda, o que lhe chegou aos olhos assim de tão engraçado ou, quem sabe, inusitado?
Observo a aflita garçonete entregar o café e afastar-se rapidamente, talvez temendo um segundo ato do surto cruel. O rapaz, sem desviar os olhos da tela que mantém diante de si, imediatamente pega a xícara que foi depositada sobre a mesa e leva-a até a boca sem dispensar a menor atenção ao gesto da atendente ou, ainda, fazer qualquer menção a um possível agradecimento.
Continua divertindo-se com algo que assiste, alheio aos olhares de todos aqueles dos quais, instantes antes, despertara a atenção.
Pouco depois, no entanto, o bar retoma sua rotina como se absolutamente nada de especial ali tivesse ocorrido.
E eu, já devidamente servida do meu chocolate quente, continuo a contemplar aquela cena insólita que me fez, posteriormente, divagar sobre alguns temas que julguei pertinentes.
De fato, a já tão decantada esquizofrenia virtual que, no meu modo de ver, carece de mais discussão e aprofundamento, ali se configurava de maneira plena. Enquanto o rapaz vociferava, contra a atenciosa moça que o servia, uma premência incompreensível e alucinada, os demais placidamente assistiam a cena sem esboçarem qualquer tipo de reação ou sentimento.
Em tempos de necessidades criadas e, incompreensivelmente, urgentes, um rapaz precisa tomar seu café num prazo que não atrapalhe sua permanência na rede. A rede, desta forma, vira a vida que se vive de verdade. E o cotidiano, torna-se um mero entrave para o desenrolar dela. Feito o coelho da Alice (no assustador país das maravilhas), ele grita: “– É tarde! É tarde! É tarde até que arde! Ai, ai, meu Deus! Alô, adeus! É tarde, é tarde, é tarde!”.
Naquela cena do café, de todos os lados, um alarmante sinal de que ninguém se importa muito com o que acontece a sua volta. Nem o jovem, nem sua inesperada audiência. Ao mesmo tempo que gritava, provavelmente postava um recado delicado em alguma rede social, do tipo: “-e aí, baby, alguma novidade?” ou “tô morrendo de saudade…”
Sinto-me confortável pra levantar esta hipótese porque já presenciei pessoas conversando animadamente numa roda de amigos enquanto publicavam palavrões ou provocavam possíveis desafetos em discussões virtuais.
E vi gente acabada de tristeza em cima de uma cama postando uma foto, tirada há dias, onde aparecia incrivelmente bem e satisfeita.
Também conheço quem inventa viagens que nunca fez, amigos que nunca teve e festas que nunca existiram para registrar em suas “timelines” – como resultado de uma vida espetacular e repleta de acontecimentos memoráveis.
Esquizofrenia foi um termo criado em 1911 pelo psiquiatra suíço Eugem Bleuler a partir das palavras gregas skizo (cisão, divisão) e phrenos (mente, espírito). Significa, portanto, “mente dividida”. É, por definição, uma doença que se caracteriza pela desorganização dos processos mentais levando o portador a apresentar diversos sintomas, tais como: crenças incomuns ou estranhas que possuem proporções delirantes (como nos pensamentos mágicos); experiências perceptuais incomuns (sentir a presença de uma pessoa ou força invisível na ausência de alucinações constituídas); discurso que pode ser geralmente compreensível, porém digressivo, vago ou demasiadamente abstrato ou concreto. Os indivíduos que eram socialmente ativos podem tornar-se retraídos, perder o interesse em atividades com as quais anteriormente sentiam prazer, tornar-se menos falantes e curiosos e passar a maior parte do tempo na cama. É comum membros da família relatarem a sensação de que o indivíduo estava se esvaindo, ou seja, indo embora aos pouquinhos.
Ora, se esta doença é designada pela perda do contato com a realidade onde a pessoa pode ficar fechada em si mesma, com o olhar perdido, indiferente a tudo o que se passa ao redor ou, ainda, ter alucinações e delírios, imaginando coisas e, no fim, acreditando nelas, o que será que acontece com uma pessoa com sintomas semelhantes diante de uma tela de computador?
Quem já não observou pessoas sentadas numa mesma mesa, absortas e totalmente desligadas do entorno, enquanto acessam conteúdos online, digitam textos, respondem mensagens, combinam encontros, brigam e se comovem ao mesmo tempo em que sonegam um mínimo de intimidade aos parentes ou amigos que mantém ao lado?
Não seria este ‘sintoma’ uma nova forma de esquizofrenia coletiva e social caracterizada pela  vivência de um mundo paralelo que, de alguma forma, nos torna incapazes de experimentarmos a intimidade tão imprescindível quanto vital?
Já imaginou um bebê crescendo sem experimentar manifestações de afeto, colos, beijos e abraços? O que seria de seu desenvolvimento se tudo isso fosse sonegado e relegado a um contato frio e distante? E quem pode afirmar que, mesmo depois de “crescidos”, nós, humanos, prescindamos de calor verdadeiramente… humano?
Já ouviu falar que falta de amor provoca doenças e…. mata?
Intimidade, como sabemos, se refere a capacidade de compartilhar o que nos é  ’interno’; revelar-se para outra pessoa sem medo de rejeição, num contexto particular de afeição, confiança e compreensão. É, de algum jeito, um ato de fé.
Mas se, por outro lado, perdemos a fé de sermos aceitos como somos, com nossas falhas, imperfeições e mazelas, um perfil que se pode editar, colorir e reformar – de maneira a nos tornar aquilo que desejamos ilusoriamente ser – nos serve como uma espécie de realidade paralela, muito semelhante àquela que o esquizofrênico experimenta de maneira profunda e dolorosa, posto que sem direito a edições ou retoques.
Portanto, causa-me estranheza que não estejamos mais engajados nesta indispensável reflexão acerca dos descaminhos que a utilização exagerada deste arsenal tecnológico vai introduzir em nosso desenvolvimento humano.
Porque desenvolver-se de maneira humana implica em aperfeiçoarmos nossas verdadeiras aptidões e talentos, dentro de um espaço protegido e privado, cercado de pessoas que se interessem de verdade pelo criativo gesto humano. Onde amor, carinho, solidariedade, atenção e generosidade sejam sentimentos presentes que caminhem juntos, completamente interligados.
Pois, como tão bem disse o poeta Moacyr Félix: “Pensar, ou ser poeta, é interrogar-se interrogando o mundo que está dentro de nós, o mundo que é nosso ser, o mundo em que descobrimos no outro a nossa verdade, o mundo em que nos descobrimos história.


Heloisa Lima - psicóloga.

Discurso Indireto: Eurofobia é fator comum entre países europeus na c...

Discurso Indireto: Eurofobia é fator comum entre países europeus na c...:          Quem interpretar a crise da Europa como uma crise essencialmente econômica pode estar ficando cego para o que realmente está em...

Eurofobia é fator comum entre países europeus na crise


        Quem interpretar a crise da Europa como uma crise essencialmente econômica pode estar ficando cego para o que realmente está em jogo: a ascensão de uma estranha coalizão dos eurocéticos de sempre com eurodesencantados, euro-hostis e eurodeserdados de novo cunho. Populismos, extremismos e nacionalismos causam um susto atrás do outro, uma sucessão de surpresas desagradáveis nas últimas eleições. A última mutação da crise, desta vez eminentemente política, conseguiu semear uma notável inquietação em Bruxelas, que teme o aparecimento de novos partidos nessa linha.
"A Europa será aberta e democrática, ou não será; os partidos tradicionais europeus devem tomar a iniciativa para não dobrar os joelhos diante dos eurocéticos e os antieuropeus", avisou na terça-feira o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, cuja liderança titubeante, dobrada ao inquietante poderio de Berlim, é indicada em alguns círculos como uma causa desse fenômeno.Mas primeiro os fatos. O ex-chanceler britânico Nigel Lawson, um antigo europeísta em um país de eurófobos, declarou na terça-feira que o Reino Unido "deve abandonar a UE". O partido ultradireitista UKIP acaba de consolidar seu espaço no cenário eleitoral britânico nas municipais, não muito longe de conservadores e trabalhistas. E, na próspera e tradicionalmente eurófila Alemanha, o partido Pirata e uma nova formação antieuro ganham peso nas últimas pesquisas. Oskar Lafontaine, fervente defensor da moeda única quando era um dos líderes do SPD, agora defende uma saída alemã do euro.
E assim "ad infinitum": é difícil - e em alguns casos possivelmente injusto - colocar no mesmo saco movimentos muito diferentes, mas a Itália (e seu antipolítico Movimento 5 Estrelas), a Grécia (com os neonazistas do Aurora Dourada), Holanda (10% dos votos para a plataforma anti-islâmica de Geert Wilders), Bélgica (8% para o extremista Filip Dewinter), Hungria (com um governo ultranacionalista que desafia as instituições europeias), Finlândia (os Autênticos Finlandeses conseguiram 20% dos votos em 2011), Áustria (o partido antieuropeu de um milionário excêntrico acumulou cerca de 10% dos votos em várias regiões), Dinamarca, Suécia e muitos outros países deixam o continente com cada vez menos exceções a essa corrente. A ponto de o filósofo Jürgen Habermas ter afirmado há alguns dias em Louvain que a única coisa que une os cidadãos neste momento "é um euroceticismo que se acentuou durante a crise em todos os países, embora em cada país por razões diferentes e às vezes opostas".
As fontes consultadas nas instituições europeias concordam, em linhas gerais, com esse julgamento sumário de um dos intelectuais de referência no continente. "O caso do Reino Unido talvez seja um pouco diferente: há um fundo político mais sólido, mais enraizado e, em todo caso, os britânicos terão de votar em última instância e ater-se às consequências de sua decisão", explica uma fonte do Conselho. "Mas o preocupante é esse amplo espectro de extremismos de esquerda e direita, nacionalistas e antieuropeus: sintomas de uma doença de difícil cura enquanto continuar a crise", segundo a mesma fonte.
Josep Borrell, ex-presidente do Parlamento Europeu, indica diretamente à Comissão ('uma espécie de secretaria técnica do Conselho') as receitas contraproducentes para sair do buraco ('que estão ampliando perigosamente as fissuras entre o núcleo e a periferia') e prevê males maiores se não houver uma virada nessa política de austeridade calvinista que só agora começa a despontar no horizonte. "Há uma grande responsabilidade na ascensão desses extremismos nas instituições europeias. Essa regressão ao egoísmo nacionalista em plena crise é um clássico, mas se continuar assim o risco é salvar o euro para carregar a Europa; mais alguns anos nessa linha e veremos coisas muito estranhas."
As boas notícias são que, apesar da crise, apesar do gotejar contínuo de cortes, apesar dos pesares, os tradicionais partidos pró-europeus continuam conservando o poder, aponta o analista Charles Kupchan, do Centro de Relações Exteriores. "As más notícias são que a ascensão de novos partidos mais radicalizados e geralmente antieuropeus e o fim de um bipartidarismo que durou décadas abrem uma era de incerteza", prossegue. "Quando algum desses partidos alcançar o poder, e isso é questão de tempo, o projeto europeu estará em perigo. Isso pode acontecer inclusive no núcleo da Europa: na França com Le Pen ou Mélenchon, que poderiam tornar ainda mais patente a brecha que se abre entre a UE e os cidadãos."
O calcanhar de Aquiles europeu é na realidade um coquetel variado de déficit democrático, fragmentação norte-sul e uma gestão da crise dolorosa - baseada naquela máxima thatcherista: não há alternativa - para classes médias que demonstram um desencanto crescente nas urnas, cada vez que há eleições. "Os partidos de direita não aplicam o que prometiam nos programas, como demonstra o caso espanhol. Os partidos social-democratas continuam imersos em uma crise que já dura mais de uma década, e que de novo a Espanha exemplifica perfeitamente", aponta um diplomata.
O que se joga na Europa, enfim, é evitar o naufrágio dos valores europeus - abertura para o mundo, liberdade, democracia - e dar resposta a mudanças fundamentais e a grandes desafios sem cair na xenofobia, na violência, nos velhos fantasmas. A globalização, a imigração e a mudança tecnológica estão tornando a vida política muito mais complexa: as tradicionais receitas da centro-esquerda e centro-direita não funcionam bem.
A política é uma negociação perpétua com as surpresas que a realidade apresenta: o contrato social que era o Estado do bem-estar está se rompendo com a sensacional desculpa da crise, que põe a descoberto suas costuras, seus limites, com a Europa mergulhada em uma doce - ou não tão doce - decadência. "Os eleitores começam a buscar respostas fora desse bipartidarismo, porque as que eles deram até agora não são convincentes. E os mais confusos podem encontrar atrativos nas mensagens simplistas das forças populistas", conclui Katinka Barysch, do Centro para Reforma Europeia.

Texto extraído da UOL notícias hoje, 09 de maio.