terça-feira, 27 de novembro de 2012

Discurso Indireto: "QUE TIPO DE EDUCAÇÃO É ESSA?"

Discurso Indireto: "QUE TIPO DE EDUCAÇÃO É ESSA?": A revista semanal   Veja  publicou essa semana  um artigo da jornalista Monica Weinberg sob o título: "Famosos, Milionários E...Professor...

"QUE TIPO DE EDUCAÇÃO É ESSA?"



A revista semanal  Veja publicou essa semana  um artigo da jornalista Monica Weinberg sob o título: "Famosos, Milionários E...Professores"  informando que alguns professores na Coreia do Sul estão fazendo fortunas virando verdadeiros ídolos, enquanto os brasileiros são mal remunerados. Especulando um pouco sobre o assunto da educação, com base na experiência brasileira e japonesa, fica-se com dúvidas sobre o que estes professores estão ensinando, e qual a formação que está se proporcionando aos alunos. Que há uma influência do confucionismo que valoriza a educação na Ásia parece que não restam muitas dúvidas. Mas o que estaria acontecendo de fato na Coreia, hoje tida como um dos países onde as exigências educacionais são tão importantes como na China, um mecanismo relevante de ascensão social parece uma questão importante.
No Japão, como na China ou no Brasil, os exames vestibulares estão ficando cada vez mais importantes, pois os diplomas das grandes universidades são valorizados para as carreiras de muitos profissionais. E o número de candidatos para cada vaga nas mais prestigiadas é cada vez mais elevado, havendo provas para o ingresso para os quais os alunos são preparados, mas que nem sempre significa que são educados. Ainda que escolas básicas estejam sendo exigentes na Ásia, estes enriquecimentos parecem ligados ao tipo de “cursinhos” para a prestação dos exames, que no caso coreano passou a utilizar muito a internet.
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Provas do Enem e Fuvest 2012. Fotos O Globo e Shin Shikuma/UOL
Já houve um período em que alguns professores de “cursinhos” eram verdadeiros artistas, ainda quando a internet não era um mecanismo de preparação à distância para estes exames de ingresso. Mas o preparado era para algumas técnicas adequadas para estes exames, e não necessariamente para o preparo humanístico dos alunos, que vão além das técnicas eficientes para prestação de exames.
Lendo-se a matéria da Veja fica-se com a impressão que se trata de alguns professores que adquiriram uma habilidade pessoal para transmitirem, eletronicamente, para alunos interessados nestes exames, ainda que nas escolas normais da Coreia como os da Ásia em geral, todas as exigências que estejam hoje acima da média exigida no Ocidente.
Ainda que a remuneração de todos os professores esteja em níveis crescentes, pelo elevado valor atribuído para a educação nestes países, não parece que a educação adequada e completa possa ser oferecida por aqueles que vão prestar exames de ingresso nas instituições de prestígio.
O que se observa é que algumas escolas primárias os qualificam para boas escolas secundárias, como no Japão, e por sua vez proporcionam maiores qualificações para os vestibulares. Algumas pesquisas que estão sendo efetuadas em variados países, de formas comparativas, parecem fornecer base para estudos mais aprofundados. Uma pressão exagerada sobre os alunos também acabam proporcionando efeitos colaterais indesejáveis.
Os sistemas educacionais dos diversos países do mundo estão em permanente discussão, e vem se aperfeiçoando com os usos dos equipamentos eletrônicos, havendo variadas orientações até filosóficas sobre educação. Ainda que permitam vidas condignas para os professores, não parece que sejam frequentes os casos em que os transformam em miliários ou ídolos populares.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Discurso Indireto:  Publicado na Veja dessa semana (21/12), o artigo ...

Discurso Indireto:  Publicado na Veja dessa semana (21/12), o artigo ...:  Publicado na Veja dessa semana (21/12), o artigo à seguir, descreve o perfil dos profissionais da Educação Brasileira... Fica uma indagaç...

 Publicado na Veja dessa semana (21/12), o artigo à seguir, descreve o perfil dos profissionais da Educação Brasileira... Fica uma indagação: o que o seu autor, Gustavo Ioschpe, tem contra os PROFESSORES? Em quase todos seus artigos publicados na referida revista semanal, ele sempre encontra um meio de criticar e desfazer de nossa categoria. Confiram...


O que pensam os professores brasileiros


As pessoas que optam pela carreira de professor não são derrotadas. Pelo contrário, são profundamente idealistas e querem mudar o mundo, mudando a vida de seus alunos, mostra pesquisa em VEJA desta semana. Mas persiste um problema: os profissionais sabem que eles não estão aprendendo
Gustavo Ioschpe
O “Diário de Classe” - Isadora Faber, de 13 anos, mostrou as mazelas de sua escola e quase foi processada por professores
O “Diário de Classe” - Isadora Faber, de 13 anos, mostrou as mazelas de sua escola e quase foi processada por professores (Marco Dutra/UOL/Folhapress)
Eis as explicações dos professores para as dificuldades de aprendizagem dos alunos: 94% apontam a “falta de assistência e acompanhamento da família”, 89% citam o “desinteresse e a falta de esforço do aluno” e 84% dizem ser “decorrentes do meio em que o aluno vive”. Nossos alunos, especialmente os pobres, são massacrados por um mar de descrença e descompromisso do sistema que a sociedade financia para educá-los. Só 7% dos professores acreditam que quase todos os seus alunos entrarão na universidade
É impressionante como sabemos pouco sobre os principais atores do nosso sistema educacional, os professores. Claro, se você acredita na maioria das notícias e artigos veiculados sobre eles, já deve ter um quadro perfeito formado na cabeça: os professores são desmotivados porque ganham pouco, precisam trabalhar em muitas escolas para conseguir pagar as contas do fim do mês. O sujeito se torna professor, no Brasil, por falta de opção, já que não consegue entrar em outros cursos superiores. Portanto, já chega à carreira desmotivado, e, ao deparar com o desprezo da sociedade e seus governantes, desiste da profissão e só permanece nela por não ter alternativa. Essa é a versão propalada aos quatro ventos. Mas eu gostaria que você, dileto leitor, considerasse uma hipótese distinta. E para isso não quero usar a minha opinião, mas dar voz aos próprios professores. Os dados que vêm a seguir são extraídos de questionários respondidos por professores da rede pública brasileira, em um caso para compor um “Perfil do Professor Brasileiro” da Unesco, em outro em pesquisa Ibope para a Fundação Victor Civita e, finalmente, na Prova Brasil de 2009 (a última com microdados disponíveis. A íntegra dos três pode ser encontrada em twitter.com/gioschpe).
Comecemos pelo início. Não é verdade que os professores caiam de paraquedas na carreira. O acaso motivou a entrada de só 8% dos mestres, e só 2% foi dar aula por não conseguir outro emprego. Sessenta e três por cento dos docentes têm inclusive outros membros da família na profissão. Perguntados sobre a motivação para exercerem a carreira, 53% dizem que é por “amor à profissão” e outros 14% apontam ser para “contribuir para uma sociedade melhor”. Só 15% citam motivos que podem ser interpretados como oportunistas ou indiferentes à função social da profissão (9% mencionam “realização profissional” e 6%, “salário/benefícios oferecidos”). O professor não tem uma má percepção da sua profissão: 81% concordam que são “muito importantes para a sociedade” e 78% dizem ter orgulho de ser professor(a).
As pessoas que optam pela carreira de professor não são derrotadas. Pelo contrário, são profundamente idealistas. Querem mudar o mundo, mudando a vida de seus alunos. Quase três quartos dos professores (72%) acham que uma das finalidades mais importantes da educação é “formar cidadãos conscientes”. Nove entre dez professores concordam que “o professor deve desenvolver a consciência social e política das novas gerações”. Apenas 45% acreditam que “o professor deve evitar toda forma de militância e compromisso ideológico em sala de aula”.
Esse jovem idealista então vai para a universidade estudar pedagogia ou licenciatura na área que lhe interessa (falo sobre esses cursos em breve). Depois começa a trabalhar.
As condições objetivas de sua carreira são satisfatórias. A ideia de que o professor precisa correr de um lado para o outro, acumulando escolas e horas insanas de trabalho, não resiste à apuração dos fatos. Quase seis em cada dez professores (57%) trabalham em apenas uma escola. Em três ou mais escolas, só 6% do total. Um terço dos professores dá até trinta horas de aula por semana. Vinte e oito por cento lecionam quarenta horas (a carga normal do trabalhador brasileiro) e só um quarto dos professores tem jornada acima de quarenta horas por semana. Dois terços dos professores têm estabilidade no emprego -- é praticamente impossível demiti-los. Felizmente, casos de violência na escola são menos comuns do que a leitura de jornais nos faria crer: 10% dos professores se disseram vítimas de agressão física no último ano. Por tudo isso, a sensação geral dos professores com sua carreira é de satisfação. Quase dois terços (63%) estão mais ou igualmente satisfeitos com a profissão quando entrevistados do que no início de sua carreira. O grau de satisfação médio do professor, de zero a 10, é de 7,9. Só 10% dizem querer abandonar a carreira.
Essa satisfação é curiosa, porque os professores estão falhando na sua tarefa mais simples, que é transmitir conhecimentos e desenvolver as capacidades cognitivas de seus alunos. Não sou eu nem os testes nacionais e internacionais de educação que atestamos isso: são os próprios professores. Só 32% deles concordariam em dizer “meus alunos aprendem de fato”. Dois terços dos professores admitem que só conseguem desenvolver entre 40% e 80% do conteúdo previsto no ano. Só um terço coloca esse patamar acima de 80%. Sintomaticamente, o questionário do MEC que pergunta sobre esse desempenho nem inclui a possibilidade de o professor ter desenvolvido mais conteúdo que o previsto. O que explica esse insucesso?
Um dos principais vilões é identificado pelos próprios professores: seus cursos universitários. Só 34% dos professores acreditam que sua formação está totalmente adequada à realidade do aluno. Nossas faculdades de formação de professores estão mais preocupadas em agradar ao pendor idealista de seus alunos do que em satisfazer suas necessidades técnicas. São cursos profundamente ideo-logizados e teóricos, descolados da realidade de uma sala de aula média brasileira.
Então se dá o momento-chave para entendermos nosso sistema educacional: o professor sai da universidade, passa em um concurso, chega à sala de aula e, na maioria dos casos, fracassa. Seus alunos não aprendem. Esse professor poderia entrar em crise, poderia buscar ajuda, poderia voltar a estudar, poderia ter planos de apoio de sua Secretaria de Educação. Mas nada disso costuma acontecer, porque não há sanção ao professor ineficaz, nem incentivo ao professor obstinado. O professor que fracassa continuará recebendo seu salário, pois tem estabilidade. Seguirá, inclusive, sendo promovido, pois na maioria das redes a promoção se dá por tempo de serviço ou titulação, não por mérito. Esse professor não será nem incomodado: um dos pilares de grande parte de nossas redes é a autonomia da escola, a ideia de que ninguém pode dizer ao professor o que ou como ensinar. Pais e alunos tampouco costumam se manifestar: confundem uma escola limpa, bonita, que oferece merenda e uniforme com educação de qualidade. O professor pode até faltar ao trabalho sem medo de sanções. Estudo recente sobre a rede estadual de São Paulo mostrou que o professor médio falta em dezoito dos 200 dias letivos. É um índice de falta muito superior até mesmo ao dos outros servidores públicos, que já é maior que na iniciativa privada. Depois de uma investigação de meses com o repórter Rafael Foltram junto às secretarias estaduais, descobrimos que há situações muito piores, com faltas entre 11% e 15% dos dias letivos. E isso é certamente uma subestimação, pois a maioria das secretarias não fica sabendo quando um professor se ausenta durante parte de um dia; algumas só são notificadas em faltas de três dias ou mais. O professor deixa de se preocupar em investir em si mesmo: 74% veem TV todos os dias, mas só 12% leem livros de ficção e 17% participam habitualmente de seminários de atualização.
Mesmo nesse sistema tão permissivo e ineficiente, persiste um problema: os professores sabem que seus alunos não estão aprendendo. E é extraordinariamente difícil a qualquer pessoa continuar em uma carreira, indo ao trabalho todos os dias, sabendo-se um fracasso. Muitos profissionais sucumbem à depressão e ao esgotamento. Alguns abandonam a carreira. Mas a maioria resolve essa dissonância cognitiva (eu sou um bom professor, meu aluno não aprende) de duas maneiras: culpando o aluno e redefinindo o “sucesso”. Alfabetizar e ensinar a tabuada, por exemplo, deixam de ser medições válidas de êxito e passam a ser vistos como “reducionismo”. O importante é a libertação do espírito, e isso qualquer um pode definir da maneira que lhe gerar conforto, no recôndito de sua alma. Já a culpabilização do aluno e de sua família é mais ostensiva. Eis as explicações dos professores para as dificuldades de aprendizagem dos alunos: 94% apontam a “falta de assistência e acompanhamento da família”, 89% citam o “desinteresse e a falta de esforço do aluno” e 84% dizem ser “decorrentes do meio em que o aluno vive”. Nossos alunos, especialmente os pobres, são massacrados por um mar de descrença e descompromisso do sistema que a sociedade financia para educá-los. Só 7% dos professores acreditam que quase todos os seus alunos entrarão na universidade.
Esses professores criaram uma leitura de mundo à parte e completa para se blindarem contra o próprio insucesso. Qualquer crítica ou cobrança só pode vir de algum celerado que pretende privatizar a escola ou quer “alienar” o alunado. Pesquisas não são confiáveis, números mentem, estatísticas desumanizam: os professores não precisam de ajuda, muito menos de interferência. Segundo eles, o exercício da docência é algo tão particular, hermético e incompreensível que não pode se sujeitar aos métodos investigativos que analisam todas as outras áreas do conhecimento humano: só quem vive a mesma situação é que pode falar alguma coisa. Na área da saúde, seria ridículo dizer que um pesquisador de laboratório não pode criar um remédio porque nunca atendeu pacientes com aquela doença ou que um médico só poderia realmente tratar do doente se tivesse passado um tempo considerável internado no hospital. Na educação brasileira, o discurso de que os “de fora” não podem se meter é aceito sem hesitação.
É por isso que me parecem disparatadas as iniciativas que querem usar de aumentos orçamentários para “recuperar a dignidade do magistério” ou melhorar a educação dobrando os salários dos profissionais da área. A maioria dos professores não está com a dignidade abalada. Está satisfeita, acomodada. O professor não se tornará um profissional mais exitoso se não tiver uma profunda melhora de preparo, por mais que seu salário seja aumentado. Se compararmos nosso alto gasto em educação com o baixo resultado que o sistema educacional entrega ao país, o surpreendente é que a autoestima dos educadores esteja tão alta. Ao lidar com o “luto” do nosso insucesso educacional, a maioria dos professores ainda está na fase da negação (a culpa é dos alunos e pais) e raiva (contra o mundo neoliberal, a falta de apoio etc.). Esse mecanismo de defesa tem uma utilidade importante: faz com que o professor possa prosseguir em sua carreira, sem sucumbir ao desespero que fatalmente adviria se percebesse a dimensão de seu insucesso. Mas, para o país, cobra um preço alto. Primeiro, porque aliena os professores bons e aqueles que ainda não são bons, mas são comprometidos, batalhadores. É difícil visitar uma escola em que não haja uma tensão surda entre a minoria comprometida e a maioria acomodada, e os competentes não querem trabalhar em um ambiente de inércia. A reação histérica de muitos professores à página no Facebook da estudante Isadora Faber (que chegou a ser acusada criminalmente de calúnia e difamação por uma professora, o que levou a menina de 13 anos a ter de prestar depoimento em delegacia) é demonstrativa da total intransigência desses profissionais com qualquer denúncia que abale o status quo. Em segundo lugar, e mais importante, essa resistência impede os próprios professores de procurar as ferramentas que poderiam melhorar o seu desempenho acadêmico. Como sabe qualquer terapeuta, só é possível ajudar quem quer ser ajudado.
A sociedade brasileira não pode retirar os maus professores do cargo, pois a maioria tem estabilidade no emprego. Mas tampouco pode tolerar o seu imobilismo. As mirabolantes e simplistas soluções orçamentárias não resolvem esse problema tão difícil: como fazer que professores dessensibilizados por anos ou décadas de cinismo voltem a ter a esperança e o brilho nos olhos que os fizeram optar por essa linda por essa linda profissão.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Discurso Indireto: Anápolis: Estação Ferroviária no passado um grande...

Discurso Indireto: Anápolis: Estação Ferroviária no passado um grande...:  O trabalho à seguir faz parte do Projeto "Anápolis - Fatos e Fotos" e foi realizado por meus alunos Larissa Ferreira, Monitiele Silva, P...

Anápolis: Estação Ferroviária no passado um grande marco; no presente, um lugar abandonado"


 O trabalho à seguir faz parte do Projeto "Anápolis - Fatos e Fotos" e foi realizado por meus alunos Larissa Ferreira, Monitiele Silva, Paulo Henrique. Stefanie Campos, Stephanny Gomes, Viviane Cristina e Yule Cristina, ambos da 3ª série do Ensino Médio. Realizado por meio de jornal impresso, os referidos alunos escolheram como tema a Estação Ferroviária de Anápolis: pesquisaram desde sua chegada à cidade, entrevistaram inclusive, um ex-funcionário da referida estação e ouviram também, alguns moradores da cidade. Mostram também o estado do local hoje onde funcionou a antiga Estação Ferroviária.