sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Discurso Indireto: 1 em cada 4 alunos está no pior nível em português...

Discurso Indireto: 1 em cada 4 alunos está no pior nível em português...: Um em cada quatro alunos do 5º e do 9º anos do ensino fundamental público está no nível mais baixo na avaliação nacional de português. Para...

1 em cada 4 alunos está no pior nível em português

Um em cada quatro alunos do 5º e do 9º anos do ensino fundamental público está no nível mais baixo na avaliação nacional de português.
Para os estudantes mais novos, na casa dos 10 anos de idade, significa que eles não conseguem identificar o personagem central de uma fábula ou reconhecer o assunto principal de uma reportagem.
Eles tiraram nota abaixo de 150 --em uma escala que vai a 500. O mínimo esperado seria de 200, segundo análise de especialistas da área.
A situação refere-se a alunos em escolas estaduais e municipais, que concentram 85% das matrículas do país.
A tabulação das notas, feita pela primeira vez pelo Ministério da Educação, tem como base a Prova Brasil, avaliação federal aplicada a cada dois anos. Os dados são de 2013 e foram divulgados na sexta-feira (6), por meio de boletins para escolas.
No 9º ano, último do fundamental, 25% ficaram no patamar mais baixo na prova entre os oito possíveis.
Com idade na casa dos 14 anos, não conseguem localizar informações explícitas em trechos de romance. Tiraram média abaixo de 200, ante um mínimo adequado de 275.
Considerando o patamar esperado para as séries, 60% dos alunos mais novos estão com desempenho inadequado; entre os mais velhos, 76%.
Presidente da Undime (entidade que reúne secretarias municipais de educação), Cleuza Repulho reconhece ser "alta" a concentração de estudantes em nível mais baixo na língua portuguesa.
"É um dado importante para dar um choque de realidade e [mostrar] a responsabilidade dos gestores", diz. Para ela, o cenário indica necessidade de melhorias em etapa anterior, da alfabetização.
"Normalmente, os professores que vão para a alfabetização são os que estão começando a carreira. Seria bom fazer o contrário: colocar aqui os mais experientes."
Ela pondera ainda que o desempenho ruim em português tem reflexo nas demais áreas. "Tudo parte da interpretação de um texto."
Os dados permitem ainda que seja avaliado o desempenho em cada Estado.
Se na média do Brasil 24% dos alunos do 5º ano estão no pior nível de língua portuguesa, no Maranhão o percentual é de 50%. Já no Distrito Federal ele está em 10%.
Ao todo, 14 Estados têm desempenho abaixo da média nacional em português.
Anteriormente, a divulgação dos resultados da Prova Brasil focava as médias dos alunos, sem detalhar em qual patamar eles estavam.
'MELHOR FOTO'
Para Paula Louzano, pesquisadora da Faculdade de Educação da USP, essa nova informação é a "melhor foto" da sala de aula. "É um instrumento pedagógico para diretor e professor saberem o que os alunos não estão aprendendo. A média esconde essa distribuição", disse ela.
Considerando as médias em português, entre 2011 e 2013 o país ficou estagnado, num patamar abaixo do considerado adequado.


    Fonte: Folha de São Paulo, 12 de dezembro de 2014.(Cotidiano)

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Discurso Indireto: Nossas qualidades atraem hostilidade

Discurso Indireto: Nossas qualidades atraem hostilidade: Crescemos e nos formamos levando em consideração, basicamente, aquilo que ouvimos dos nossos pais e professores. Por influência d...

Nossas qualidades atraem hostilidade




Crescemos e nos formamos levando em consideração, basicamente, aquilo que ouvimos dos nossos pais e professores.
Por influência deles, somos levados a concluir que é conveniente sermos pessoas boas, esforçadas, trabalhadoras e gentis com os nossos colegas, uma vez que este é o caminho para sermos aceitos e queridos por eles.
Uma das mais desagradáveis surpresas que muitos de nós tiveram ao longo da adolescência reside no fato de que, exatamente por sermos portadores de tais qualidades, somos muito mais hostilizados que amados. A ideia de que o acúmulo de virtudes despertará o amor das pessoas parece lógica, de modo que quase todos se esforçam nesta direção.
Só não agem de modo legal aqueles que não conseguiram o desenvolvimento interior necessário para, por exemplo, controlar seus impulsos agressivos ou renunciar a determinados prazeres imediatos em favor de outros, maiores, colocados no futuro.
Assim, ao longo da vida adulta convivem dois tipos de pessoas: aquelas que conseguiram vencer estes obstáculos interiores e se tornaram criaturas melhores e outras que não foram capazes de ultrapassar estas primeiras e fundamentais dificuldades – e que se esforçam ao máximo para disfarçar suas fraquezas.
As primeiras são as que saíram vencedoras no primeiro combate importante da vida, o de “domesticar” seus próprios impulsos destrutivos, e se transformaram em criaturas portadoras das propriedades humanas que somos unânimes em catalogar como virtudes.
O que acontece? Os perdedores se sentem incomodados e humilhados pelo fato de não possuírem igual capacidade de controle interior.
Este dado é muito importante, pois indica que, independentemente do que digam, os perdedores sabem perfeitamente quais são as virtudes e as apreciam; não aderem a elas porque isto implica em um esforço que não são capazes de fazer.
De todo modo, os perdedores – que adoram desfilar como “superiores” e indiferentes às questões da moral –, por se sentirem humilhados, também se sentem agredidos pela presença daquelas virtudes em uma outra pessoa que não neles próprios.
Comparam-se com o virtuoso, consideram-se inferiores a eles, sentem-se por baixo, irritados com a presença daquelas virtudes que adorariam possuir. A vaidade dos perdedores fica ferida e eles, como têm pouca competência para controlar a agressividade, saem atirando pedras.
É claro que tais pedradas têm de ser sutis para que não denunciem todos os passos do mecanismo da inveja: reação agressiva derivada de suposta ofensa na vaidade daquele que se sentiu inferiorizado por não ter as virtudes que lhes provocaram a admiração.
Sim, porque o invejoso admira muito o invejado; senão seria tudo totalmente sem sentido. Saber que o bandido inveja o mocinho é uma das razões da esperança que sempre tive no futuro da nossa espécie.
A agressividade sutil derivada da inveja nos derruba, entre outras razões, porque ela vem de pessoas que gostaríamos que nos amassem.
Afinal de contas, nos esforçamos tanto para conseguirmos os bons resultados justamente para ter essa recompensa. É difícil para um filho perceber que suas qualidades despertam em seu pai emoções contraditórias: por um lado, a admiração se transforma em inveja, de modo que o pai se ressente da boa evolução do filho.
O mesmo acontece entre mães e filhas, sendo inúmeras as exceções onde a admiração não dá origem à vertente invejosa.
As “agulhadas”, as indiretas e as observações depreciativas e inoportunas próprias da inveja existem de modo muito intenso entre irmãos (eternos rivais), entre marido e mulher, assim como em todas as outras relações sociais e profissionais.
É praticamente impossível uma pessoa se destacar por virtudes ou competências especiais sem ser objeto da enorme carga negativa derivada da hostilidade invejosa.
O mais grave é que não fomos educados para isso, de modo que nos surpreendemos e ficamos chocados ao observarmos esse resultado. A decepção é tal que muitos se desequilibram quando atingem algum tipo de destaque, condição na qual são levados a um estado de solidão – o oposto do que pretendiam.
Uns se drogam e outros tratam de destruir rapidamente o que construíram, de modo a deixarem de ser objeto de inveja.
Tudo isso é, além de triste, inevitável, ao menos no estágio atual do nosso desenvolvimento emocional. Poderíamos ser ao menos alertados por uma educação mais sincera e sem ilusões.
Toda ilusão trará uma desilusão!
A maior parte das pessoas jamais imaginou, por exemplo, o volume de problemas e de decepções por que passam as moças mais belas, especialmente quando isso se associa a uma inteligência sofisticada e a uma formação moral requintada.
São portadoras daquelas virtudes que mais aparecem e encantam a todos. São, por isso mesmo, objeto de uma hostilidade inesperada e enorme. Ficam totalmente encurraladas e quase nunca sabem como sair da situação a não ser destruindo algumas de suas propriedades.
( 29 de agosto de 2013)






terça-feira, 11 de novembro de 2014

Discurso Indireto: Uso regular de maconha diminui o tamanho do cérebr...

Discurso Indireto: Uso regular de maconha diminui o tamanho do cérebr...: Os pesquisadores verificaram que, quanto mais cedo se começa o consumo regular de maconha, maior é a sua interferência na estrutura e no f...

Uso regular de maconha diminui o tamanho do cérebro.

Os pesquisadores verificaram que, quanto mais cedo se começa o consumo regular de maconha, maior é a sua interferência na estrutura e no funcionamento do cérebro

Os pesquisadores verificaram que, quanto mais cedo se começa o consumo regular de maconha, maior é a sua interferência na estrutura e no funcionamento do cérebro (David Bebber/Reuters/VEJA)

Fumar maconha por mais de seis anos pode causar anormalidades no funcionamento e na estrutura do cérebro. O efeito, porém, depende da idade em que a pessoa começou a fumar a droga. Essa é a conclusão de uma pesquisa publicada nesta segunda-feira no periódicoProceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
“Desde 2007 há um crescimento no número de usuários de maconha. Apesar das mudanças na legislação de alguns estados dos Estados Unidos sobre a droga, ainda são escassas as pesquisas sobre seus efeitos a longo prazo”, diz Francesca Filbey, coautora do estudo e professora da Faculdade de Comportamento e Ciências do Cérebro da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.

 Participaram da pesquisa 48 usuários adultos e 62 não usuários, separados conforme sexo, idade e etnia. Todos foram submetidos exames de ressonância magnética e a testes cognitivos. Tabagismo e consumo de álcool foram levados em consideração para a análise dos resultados.
Os pesquisadores concluíram que os usuários de maconha têm um menor volume cerebral numa parte do cérebro associada ao vício, o córtex orbitofrontal, mas maior conectividade cerebral do que as pessoas que não fumam a droga. Nos testes cognitivos, os usuários de maconha demonstraram menor QI. Os estudiosos, entretanto, não associaram esse resultado ao menor volume cerebral.
 Foi verificado também que, quanto mais cedo começa o consumo regular de maconha, maior é a sua interferência na estrutura e no funcionamento do cérebro. “Esse efeito começa depois de seis a oito anos de uso contínuo. Porém, usuários de maconha continuam a exibir conectividade cerebral mais intensa do que os não usuários”, diz Francesca.
De acordo com os autores, o consumo crônico da erva faz com que os neurônios dos usuários se adaptem à diminuição do volume cerebral. Eles alertam, no entanto, que são precisos outros estudos para determinar se essa mudança é reversível e se ela acontece, também, em usuários ocasionais da droga.

Maconha diminui chances de jovem conseguir diploma

Adolescentes que fumam maconha com frequência têm menos chances de concluir os estudos na escola e de conseguir um diploma no ensino superior do que jovens que não são usuários da droga. É o que descobriram pesquisadores após analisarem os resultados de pesquisas feitas anteriormente sobre o assunto. O trabalho ainda indicou que o uso da maconha aumenta em até oito vezes as chances de os adolescentes consumirem outras drogas ilícitas nos anos seguintes.
A nova pesquisa, feita por especialistas da Austrália e Nova Zelândia, se baseou nos dados de 3 765 pessoas que fumavam maconha e que fizeram parte de três estudos científicos sobre os impactos da droga na adolescência. Segundo a análise, publicada nesta terça-feira no The Lancet Psychiatry, fumar maconha todos os dias antes dos 17 anos diminui em até 60% as chances de o adolescente concluir os estudos em comparação com nunca ter usado a droga.
“Nosso estudo fornece uma evidência consistente de que prevenir ou postergar o uso de maconha pode promover amplos benefícios sociais e de saúde”, diz o coordenador da pesquisa, Richard Mattick, professor do Centro Nacional de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade de New South Wales, na Austrália. “Iniciativas para reformular leis sobre o uso de maconha devem ser avaliadas cuidadosamente para garantir que o uso da droga entre adolescentes diminua.  (Fonte: Veja, 10/11/2014)





terça-feira, 16 de setembro de 2014

Discurso Indireto: A SÍNDROME DO FACEBOOK.

Discurso Indireto: A SÍNDROME DO FACEBOOK.: Não cairia nada mal se a ‘doença do facebook’ constasse no DSM V. Longe de ser simplesmente modismo e carência, algumas manifestações qu...

A SÍNDROME DO FACEBOOK.





Não cairia nada mal se a ‘doença do facebook’ constasse no DSM V. Longe de ser simplesmente modismo e carência, algumas manifestações que eclodem nesta rede social beiram a insanidade. O espaço que foi criado com intuito de fortalecimento de vínculos passa longe disso, tornando-se local de exposições exacerbadas dos aspectos mais bizarros de um ser humano. É claro que não se deve generalizar, aqui fala-se de alguns casos específicos.
Fotos de prato de comida, fotos de gente fazendo bico, caretas, post com 10 fotos iguais mudando apenas um fio de cabelo do lugar, de pessoas fotografando a si mesmas em frente o espelho são as mais típicas dos ‘doentes do facebook’, sem esquecer os posts dizendo onde se está, o que se esta fazendo, comendo, enfim qualquer atividade tosca que não diga respeito a ninguém além de si mesmo, como se alguma destas informações fossem uteis para o leitor, amigos, humanidade, ou seja, se tivesse alguma lógica ser expostas tais coisas na rede social.

Lógica, palavra intrigante, a base desta explanação. O doente do facebook tem dificuldade de ter um raciocínio lógico, aparenta ter perdido a noção de realidade, ter criado um mundo particular (comum nos psicóticos) e compartilhar esse mundo com os amigos adicionados e uma maneira no mínimo constrangedora, e o pior: sem constrangimento algum. Coisas ridículas estão sendo expostas como se fossem motivo de orgulho e mais: coisas que nem deveriam estar sendo divulgadas, por serem pessoais, estão sendo escancaradas como se fossem o máximo.

É claro que rendem varias risadas para os equilibrados mentalmente, mas emergem coisas tão inacreditáveis que nem o riso se faz presente e sim a cara de ‘não estou acreditando no que estou vendo’ e certo sentimento de pena da pessoa que se expõe tão vexadoramente.

Cada vez mais as pessoas perdem a noção de certo e errado, bonito e feito, agradável e repugnante, formoso e ridículo. Por vezes, fazem confusão entre estes, como se sua capacidade de julgamento estivesse abalada. Fuga da realidade? Talvez! Quem tem uma vida muito miserável tem como mecanismo de defesa criar uma vida paralela.
O doente do facebook tem como característica principal o fato de viver em função de um outro, este outro que o vê (no caso, que ele fantasia estar o vendo), e vive em função deste como numa tentativa de esconder o quão sua vida é desinteressante a mascarando de felicidade. Então expõe os ápices de sua vida que às vezes é um prato de comida (no mínimo deve passar fome pra expor foto de alimento), ou uma foto tentando esconder os defeitos espichando os lábios (implorando por se sentir menos desprovido de beleza do que sabe que é), foto empinando o ‘bumbum’ e assim por diante! Enfim, todas estas atitudes ridículas são apenas sintomas de pessoas que gritam por socorro, que tem uma vida falida, infeliz, insatisfeita e não conseguiram elaborar isso e acabam usando o facebook como terapia alternativa sem se dar conta que isso só denigre a própria imagem.

Até onde isso vai chegar? Não se sabe! Percebesse apenas que a alienação não é pouca, tem ocorrido em massa. Popularmente se diz que na internet se encontra de tudo e nada mais sensato do que concordar. Tanto a normalidade quanto a bizarrice encontram ai um espaço livre pra se manifestar e proliferar. Comportamentos doentios são reforçados por ser comungado por vários praticantes e vão se estruturando como uma persona de normalidade.


Fonte: Temas de Psicologia

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Alemanha procura piores da classe por falta de mão de obra.

Sala de aula




A iminente falta de trabalhadores está levando as empresas alemãs a buscarem novos funcionários em um lugar improvável: os piores da classe.
Kevin Reber, 22, rejeitado para um treinamento vocacional por causa de notas ruins em matemática, é um dos 250 jovens matriculados em um curso de um ano da empresa química Basf que ensina trabalho de equipe e resolução de conflitos e repete matérias escolares reprovadas.
Fabian Scholz, de 17 anos de idade, em um programa semelhante da Deutsche Bahn AG, está aprendendo a corrigir a baixa assistência às aulas que estragou suas chances de avançar.
“Nós não tentamos recrutar os melhores, mas aqueles que se enquadram melhor nas exigências do emprego”, disse o diretor de treinamento vocacional da Basf, Richard Hartmann, em uma entrevista na base de Ludwigshafen da maior empresa química do mundo.
“Alguém que obteve uma grande pontuação e que treina como mecânico de fábrica provavelmente não irá se contentar em ficar. Nós precisamos de trabalhadores que façam um trabalho manual qualificado ao longo dos anos”.
As empresas alemãs estão dando uma segunda chance a candidatos a emprego como Reber e Scholz porque a diminuição da taxa de natalidade e o envelhecimento da população estão colocando em risco sua economia de 1 trilhão de euros (US$ 1,3 trilhão) baseada em exportações.
O país, cuja taxa de desemprego já está no nível mais baixo das últimas duas décadas, pode perder um total líquido de 2 milhões de pessoas em idade de trabalhar até 2025, segundo um relatório de maio do Instituto de Mercado de Trabalho e Pesquisa Ocupacional, ou IAB.
Taxa de natalidade em queda
A taxa de natalidade da Alemanha caiu pela metade em relação ao seu pico, atingido 50 anos atrás. Com 8,4 nascimentos para cada 1.000 pessoas, o país tem a segunda taxa mais baixa da Europa depois de Mônaco, segundo uma estimativa da CIA.
E também tem a população mais velha da União Europeia, com uma idade média de 45 anos, mostrou um relatório do Instituto Federal para Pesquisa Populacional, da Alemanha, em novembro.
As dificuldades para assegurar talentos de liderança, assim como mão de obra qualificada, no momento estão no topo da lista de preocupações das pequenas e médias empresas, segundo um estudo de julho do Instituto de Pesquisas do Mittelstand (pequenas e médias empresas), em Bonn.
A tendência de incentivar mais estudantes a irem à universidade está ampliando a falta de mão de obra para trabalhos manuais.
O déficit é uma inversão do mercado de trabalho de 10 anos atrás, disse Ulrike Stodt, chefe de desenvolvimento profissional da Deutsche Bahn.
Quando a empresa ferroviária criou seu programa em 2004 havia muitos candidatos e vagas de trainee insuficientes, disse ela. Agora ocorre o oposto.
Apanhados
“Os jovens que não conseguiram um posto para treinameento vocacional cinco a seis anos atrás agora estão sendo apanhados”, disse Stodt, em uma entrevista. “Você tem uma chance muito melhor com notas significativamente piores em comparação com 10 anos atrás”.
Surgiram programas semelhantes em outras grandes empresas alemãs. A Deutsche Telekom AG vem realizando um desde 2009 e a Porsche AG iniciou um curso dois anos atrás.
A mudança demográfica pode custar à Alemanha 0,2 ponto porcentual de crescimento do produto interno bruto por ano até 2050, segundo um estudo do Prognos AG, um instituto de pesquisa com sede na Basileia, Suíça.
As taxas de sucesso dos programas de preparação são de cerca de 70 por cento a 75 por cento, conforme se depreende da aceitação dos estudantes em treinamentos vocacionais regulares.
Alguns inclusive terminam sendo os melhores da classe, disse Husam Azrak, porta-voz da Deutsche Telekom.
Para Reber e Scholz, os benefícios são evidentes. Reber foi aceito em setembro como trainee regular na Planex, empresa parceira da Basf, e as faltas de Scholz são coisa do passado.
“Para mim, isso mudou as coisas completamente”, disse Scholz. “Agora eu posso superar as trivialidades que me fizeram parar de ir à escola. Eu tenho grandes colegas. Trabalhar é divertido”.
(Fonte: Revista -Exame 18/08/2014)


terça-feira, 22 de julho de 2014

Como estimular a curiosidade no seu filho.



Já pensou se o seu filho descobre a cura do câncer? Ou uma solução simples para a preservação da água potável no planeta? Você gostaria que ele virasse o próximo Steve Jobs? Para fazer essas descobertas, é preciso estar aberto a novas ideias, aprendizados e experiências ? ou seja, é preciso ter curiosidade. Essa habilidade não-cognitiva é tão fundamental para o aprendizado como para alcançar um sucesso em todas as carreiras profissionais.


O bom é que não é preciso muito para estimular o lado curioso do seu filho ? e isso deve ser feito desde pequeno. Veja essas dicas simples:


- Tenha sempre livros, filmes e revistas pela casa, que convidem o seu filho a dar uma espiada em assuntos diversos.
- Assista a canais de televisão mais educativos e/ou científicos, como a TV Cultura e o Discovery Channel. 
- Seja um pai curioso: dê o exemplo e incentive o seu filho a procurar novas informações com você.
- Reserve um espaço da casa onde seu filho possa ser livre para fazer desenhos, brincar com massinhas e tinta, montar brinquedos e arriscar-se, incentivando sua imaginação e autoconfiança. 
- Dedique tempo do seu dia para brincar com jogos de tabuleiro, montar quebra-cabeças e resolver testes em família: além de divertidos, são ótimos para manter a cabeça e o corpo espertos.


HABILIDADES NÃO-COGNITIVAS


Curiosidade também é uma habilidade!


O desejo de aprender e experimentar é bem-vindo na sala de aula e, mais tarde, em todas as carreiras profissionais. Veja como incentivar essa competência em seu filho.


Há 2.200 anos, Arquimedes gritou "Eureka!" ao perceber que o seu corpo deslocava a água da banheira - estava aberto o caminho para as noções de volume e densidade. Cerca de 800 anos depois, a queda de uma maçã fez Isaac Newton pensar na gravidade. E, em 2012, a pequena norte-americana Clara Lazen, de 10 anos, inventou uma nova molécula em sua aula de ciências. Isso mesmo: ali no laboratório do Ensino Fundamental, em uma escola pública de Kansas City. 

Pode até ser que Clara tenha dado sorte. Mas a descoberta teria passado em branco caso ela não demonstrasse a curiosidade e a iniciativa de compartilhá-la com o professor e os colegas. Quem não quer um aluno e, mais tarde, um profissional como Clara por perto? 

Não existem mais profissões acomodadas. Vão se sobressair os que trouxe. E, claro, que também saibam expressar essas novidades: Hoje o mundo pede pessoas que saibam falar e argumentar.
Especial Habilidades não-cognitivas 
Entenda o que são habilidades não-cognitivas e como estimular competências como sociabilidade, trabalho em equipe e a dedicação do seu filho.
A abertura a novas ideias experiências, considerada uma habilidade não cognitiva (ou uma competência socioemocional) fundamental para o aprendizado, é sonho de consumo em uma sociedade que precisa, cada vez mais, adaptar-se a novas realidades - à preservação do planeta, ao desenvolvimento de tecnologias, à luta por justiça social, entre outras.



domingo, 13 de julho de 2014

De acordo com pesquisadores: o segredo da felicidade e deixar o facebook po 99 dias...



 Uma organização não-governamental holandesa está propondo um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o grau de felicidade dos usuários longe da rede social.
O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológicos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder participar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar um contador na rede social.
Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência. A campanha, chamada de “99 Days of Freedom” (“99 Dias de Liberdade”, em português) pode ser acessada em http://99daysoffreedom.com.
Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso, a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, que poderiam ser  utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.

Fonte: UOL notícias 12/07/2014

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Discurso Indireto: TDAH - Déficit de atenção: 8 sinais aos quais os p...

Discurso Indireto: TDAH - Déficit de atenção: 8 sinais aos quais os p...: O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma doença cercada de controvérsia. Por atingir principalmente crianças, muito...

TDAH - Déficit de atenção: 8 sinais aos quais os pais devem ficar atentos

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma doença cercada de controvérsia. Por atingir principalmente crianças, muito pais enxergam problemas onde eles não existem — sintomas isolados são comuns nesta fase da vida. Também há quem não preste atenção ao conjunto de sintomas que a caracterizam: quadros de desatenção, hiperatividade e impulsividade de maneira exacerbada. 
Há um grande número de crianças com a doença, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo dados da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), cerca de 3% a 5% das crianças brasileiras sofrem de TDAH, das quais de 60% a 85% permanecem com o transtorno na adolescência.
É preciso enfrentá-la cedo. Quando não diagnosticada e tratada, pode trazer sérios prejuízos a curto e longo prazo. Em crianças, é comum a queda no rendimento escolar, por causa de desorganização, da falta de paciência para assistir às aulas e estudar. Na fase adulta, o problema pode ser a causa de uma severa baixa auto-estima, além de afetar os relacionamentos interpessoais, uma vez que a pessoa tem dificuldades em se ajustar a horários e compromissos e, frequentemente, não consegue prestar atenção no parceiro.  
Confira abaixo oito desses sintomas que, quando aparecem com freqüência e em mais de um ambiente (escola e casa, por exemplo), podem servir como um alerta de que chegou a hora de procurar ajuda profissional.
Sinais de TDAH

Distração

As crianças com TDAH perdem facilmente o foco das atividades quando há algum estímulo do ambiente externo, como barulhos ou movimentações. Elas também se perdem em pensamentos “internos” e chegam a dar a impressão de serem “avoadas”. Essas distrações podem prejudicar o aprendizado, levando o aluno a ter um desempenho muito abaixo do esperado.

Perda de objetos

Perder coisas necessárias para as tarefas e atividades, tais como brinquedos, obrigações escolares, lápis, livros ou ferramentas, é quase uma rotina. A criança chega a perder o mesmo objeto diversas vezes e esquece rapidamente do que lhe é dado.

Falta de concentração na lição escolar

Impaciente, não consegue manter a atenção por muito tempo. Por isso tem dificuldade em terminar a tarefa escolar, pois não consegue se manter concentrada do começo ao fim, e acaba se levantando, andando pela casa, brincando com o irmão, fazendo desenhos...

Movimentação constante

Traço típico da hiperatividade, é comum que mãos e pés estejam sempre em movimento, já que ficar parado é praticamente impossível. A criança acaba se levantando toda hora na sala de aula e costuma subir em móveis e em situações nas quais isso é inapropriado. Para os pais, é como se o filho estivesse “ligado na tomada”.

Brincadeiras e passeios agitados

Existe grande dificuldade em participar de atividades calmas e em silêncio, mesmo quando elas são prazerosas. Em vez disso, preferem brincadeiras nas quais possam correr e gritar à vontade. Por isso costumam ser vetados de algumas festas de aniversário ou passeios escolares.

alta de paciência

Tendem a ser impulsivas e não conseguem esperar pela sua vez em filas de espera em lojas, cinema ou mesmo para brincar. É comum ainda que não esperem pelo fim da pergunta para darem uma resposta e que cheguem a interromper outras pessoas.

Desatenção

Distraída e sem conseguir prestar atenção na conversa, dificilmente consegue se lembrar de um pedido dos pais ou mesmo de uma regra da casa. A sensação que se tem é a de que ela vive “ no mundo da lua”. É comum, portanto, que os pais acabem repetindo inúmeras vezes a mesma coisa para a criança, que nunca se lembra do que foi dito.

Impulsividade

A criança com TDAH não tem paciência nem para concluir um pensamento. Assim, ela acaba agindo sem pensar e chega a ser impulsiva e explosiva em alguns momentos. Os rompantes podem ser vistos, por exemplo, durante brincadeiras com os demais colegas que culminem em brigas ou discussões.

* Fontes: Maria Conceição do Rosário, psiquiatra e professora do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Child Study Center, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, e Thiago Strahler Rivero, psicólogo do Departamento de Psicobiologia do Centro Paulista de Neuropsicologia da Unifesp

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Estudo explica de que forma o chocolate beneficia a saúde

Pesquisa holandesa observou que o alimento evita endurecimento e entupimento dos vasos sanguíneos, prevenindo doenças como a aterosclerose

Chocolate amargo: Estudo desvenda ação do alimento no organismo e explica como ele beneficia o coração
Chocolate amargo: Estudo desvenda ação do alimento no organismo e explica como ele beneficia o coração 
Muitas pesquisas já atribuíram ao chocolate efeitos positivos para a saúde – entre eles, a capacidade de melhorar a memória e o raciocínio de idosos, de ajudar a emagrecer e de proteger o coração. A maior parte desses benefícios foi associada aos flavonoides, compostos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias encontrados no cacau.
Agora, um novo estudo ajuda a explicar de que forma o chocolate, especialmente o amargo, atua no organismo, provocando melhoras principalmente no sistema cardiovascular. Segundo os autores, o alimento ajuda a restaurar a flexibilidade das artérias, prevenindo o endurecimento dos vasos, e também evita que os glóbulos brancos saiam da corrente sanguínea e se prendam à parede das artérias.
Tanto o endurecimento dos vasos quanto o acúmulo dessas células nas paredes das artérias são fatores de risco conhecidos para aterosclerose, doença que consiste no entupimento dos vasos e na redução do fluxo sanguíneo.
A nova pesquisa, feita na Universidade de Wageningen, na Holanda, também descobriu que esse benefício do chocolate não necessariamente se deve aos flavonoides. Isso porque, em testes, o efeito sobre as artérias foi o mesmo independentemente da quantidade do composto presente no chocolate.
Comparação — Participaram do estudo 44 homens com sobrepeso. Durante quatro semanas, eles ingeriram 70 gramas ao dia de chocolate amargo (cerca de quatro quadradinhos) com alto teor de flavonoides. Depois, eles passaram mais quatro semanas consumindo a mesma quantidade de chocolate comum (com menos flavonoides). Os dois chocolates, porém, tinham a mesma quantidade de cacau. Os pesquisadores mediram uma série de fatores relacionados à saúde vascular dos voluntários antes e depois de cada período de consumo do alimento.
"Nós fornecemos um quadro mais completo sobre o impacto do consumo do chocolate na saúde vascular, mostrando que o aumento da concentração de flavonoides não aumenta os benefícios nesse sentido", diz Diederik Esser, coordenador do estudo. A pesquisa será publicada na edição de março do periódico Faseb Journal.

Três motivos pelos quais você deve comer chocolate
1.

Protege o coração

Entre as pesquisas que apontam para efeitos positivos do consumo do chocolate, as mais numerosas são, de longe, aquelas que associam o alimento a benefícios ao coração. Segundo um estudo publicado no ano passado no British Medical Journal (BMJ), por exemplo, é possível diminuir o risco de eventos cardiovasculares comendo chocolate amargo (com pelo menos 60% de cacau) todos os dias. Outro trabalho, feito na Universidade de Cambridge e divulgado em 2011, mediu o quão benéfico o chocolate pode ser ao coração: segundo o estudo, o consumo sem excessos do alimento diminui em 37% o risco de doenças cardíacas e em 29% as chances de acidente vascular cerebral (AVC).
Parte da redução das chances de doenças cardíacas proporcionada pelo chocolate pode ser explicada pelo fato de ele, antes disso, evitar o surgimento de fatores de risco ao coração, como hipertensão ou colesterol alto. De acordo com pesquisa australiana publicada em 2010 no periódico BMC Medicine, por exemplo, o chocolate amargo ajuda a diminuir a pressão arterial de pessoas que sofrem de hipertensão.

2.

Ajuda a emagrecer

Em 2012, um estudo feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, quebrou o mito de que chocolate engorda e ainda concluiu, surpreendentemente, que o alimento pode, na verdade, ajudar uma pessoa a emagrecer. Isso porque, das 1.000 pessoas que participaram da pesquisa, aquelas que comiam chocolate com maior frequência, embora consumissem mais calorias em um dia, foram as que apresentaram, em média, um índice de massa corporal (IMC) menor. Essa relação aconteceu principalmente quando o indivíduo consumia chocolate amargo. Segundo os autores do estudo, pode ser que as calorias no chocolate sejam 'neutras' — ou seja, que pequenas quantidades do alimento beneficiem o metabolismo, reduzam o acúmulo de gordura no corpo e, assim, compensem as calorias consumidas. Além disso, os pesquisadores acreditam que as propriedades antioxidantes do chocolate estejam por trás dos efeitos positivos demonstrados pelo trabalho.
 
3.

Faz bem para a mente

Em uma pesquisa realizada em 2012 na Universidade de Áquila, na Itália, 90 idosos com mais de 70 anos que já apresentavam sinais de comprometimento cognitivo passaram dois meses consumindo diariamente uma bebida que misturava leite a um achocolatado com alto teor de cacau. A quantidade do achocolatado variava de acordo com o participante, podendo ser de 990, 520 ou 45 miligramas por dia. Ao final desse período, os pesquisadores avaliaram os idosos e descobriram que aqueles que consumiram quantidades alta e média do achocolatado, em comparação com o restante dos participantes, apresentaram uma melhora nos reflexos, na capacidade de realizar mais de uma atividade ao mesmo tempo, na memória verbal e na de trabalho (ou a curto prazo), além de melhores resultados em testes que avaliaram o raciocínio. Os autores do estudo atribuíram tais benefícios aos flavonoides, compostos presentes no cacau que, entre outros efeitos positivos, também são associados a benefícios ao coração — desde que aliados a uma dieta saudável.
 

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Discurso Indireto: Grupo dos 85 mais ricos do mundo tem riqueza igual...

Discurso Indireto: Grupo dos 85 mais ricos do mundo tem riqueza igual...: O pequeno grupo das 85 pessoas mais ricas do mundo concentra a mesma riqueza que os 3,5 bilhões mais pobre do planeta, revelou nesta segu...

Grupo dos 85 mais ricos do mundo tem riqueza igual à dos 3,5 bilhões mais pobres



O pequeno grupo das 85 pessoas mais ricas do mundo concentra a mesma riqueza que os 3,5 bilhões mais pobre do planeta, revelou nesta segunda-feira uma pesquisa da organização Oxfam International. O estudo foi divulgado às vésperas do Fórum Econômico Mundial e tem como objetivo estimular o debate sobre a desigualdade social no encontro, que ocorre a partir de quarta-feira em Davos, na Suíça.
De acordo com o relatório, o grupo de super-ricos acumula fortuna de US$ 1,7 trilhão. A entidade afirma ainda que 1% da população mundial detém quase metade da riqueza mundial: US$ 110 trilhões.
Para a Oxfam, dedicada ao combate à pobreza, o alto nível de desigualdade está relacionado à concentração de poder, que garante mais oportunidades aos mais favorecidos. A entidade cita pesquisas realizadas em seis países, inclusive o Brasil, que mostram que a maioria das pessoas acredita que as leis são distorcidas em favor dos mais ricos. Segundo o estudo, paraísos fiscais, práticas anticompetitivas e baixo investimento em serviços públicos estão entre os fatores que dificultaram uma melhor distribuição de oportunidades.
“Esta captura de oportunidades pelos ricos às custas dos pobres e da classe média ajudou a criar uma situação onde sete de dez pessoas no mundo vivem em países onde a desigualdade aumentou desde os anos 80”, afirmou a Oxfam.

Para o diretor da organização, Winnie Byanyima, que estará em Davos, a luta contra a pobreza está relacionada ao combate à desigualdade.
- O aumento da desigualdade está criando um círculo vicioso onde riqueza e poder estão cada vez mais concentrados nas mãos de poucos, deixando o resto de nós lutando por migalhas que caem da mesa - afirmou Byayima.

Fonte: O Globo - Economia. 21.01.2014

domingo, 19 de janeiro de 2014

Discurso Indireto: Epigenética da dependência química Estudos mostram...

Discurso Indireto: Epigenética da dependência química Estudos mostram...: Nos últimos dez anos, os biólogos que estudam o desenvolvimento embrionário e do câncer encontraram um amplo espectro de mecanismos molecul...

Epigenética da dependência química Estudos mostram que exposição continuada à cocaína pode alterar atividade dos genes no centro de recompensa do cérebro, e as mudanças podem ser permanentes


Nos últimos dez anos, os biólogos que estudam o desenvolvimento embrionário e do câncer encontraram um amplo espectro de mecanismos moleculares no qual o ambiente é apontado como responsável por mudanças no comportamento dos genes sem alterar a informação neles contida. Em vez de produzir genes mutantes, essas modificações epigenéticas marcam os genes de forma que podem alterar seu nível de atividade – em alguns casos definitivamente.

Descobrimos sinais de que mudanças epigenéticas pelo uso de drogas ou estresse crônico podem mudar a forma como o cérebro responde à experiência: forçando a pessoa a reagir com resiliência ou a sucumbir ao vício, depressão ou uma série de outros transtornos psiquiátricos.

Em termos simples, um gene é uma extensão do DNA que especifica a formação de uma proteína, que realiza a maioria dos processos celulares, controlando o comportamento das células. O DNA é enrolado em torno de proteínas chamadas histonas e depois é ainda mais condensado em estruturas chamadas cromossomos.

A combinação de proteína e DNA nos cromossomos é chamada cromatina. Esse empacotamento do DNA ajuda a regular o comportamento dos genes. Um empacotamento mais apertado tende a manter os genes num estado inativo. Mas, quando um gene é necessário, a seção de DNA onde ele se encontra desenrola-se um pouco.

O fato de um segmento de cromatina estar afrouxado (pronto para ser ativado) ou condensado (desligado permanente ou temporariamente) depende de marcas epigenéticas: etiquetas químicas presas às histonas residentes ou ao próprio DNA. Estudos com camundongos mostram que exposição continuada à cocaína altera o equilíbrio dessas marcas epigenéticas em genes do centro de recompensa do cérebro. Essas alterações tornam os animais mais sensíveis aos efeitos da droga e mais propensos à dependência.

O que muda exatamente?                                                                                                                                                        Uma única dose de cocaína é suficiente para alterar o panorama epigenético de genes no núcleo accumbens – parte do centro de recompensa. Na ausência da droga (a), predominam as marcas metil, mantendo a cromatina afetada fortemente enrolada e seus genes inativos. Na presença da cocaína os grupos acetil predominam e a cromatina afrouxa (b). Então vários genes que codificam proteínas envolvidas numa resposta prazerosa à droga são ativados.

Efeitos duradouros                                                                                                                                                                            A exposição inicial à cocaína aumenta temporariamente a atividade de muitos genes, mas a atividade logo retorna ao normal. Exposição contínua, no entanto, produz efeitos mais complexos: diminui a sensibilidade de alguns genes à droga, enquanto aumenta ainda mais a atividade de outros. Alguns genes permanecem superativos por períodos anormalmente longos.