terça-feira, 25 de novembro de 2014

Discurso Indireto: Nossas qualidades atraem hostilidade

Discurso Indireto: Nossas qualidades atraem hostilidade: Crescemos e nos formamos levando em consideração, basicamente, aquilo que ouvimos dos nossos pais e professores. Por influência d...

Nossas qualidades atraem hostilidade




Crescemos e nos formamos levando em consideração, basicamente, aquilo que ouvimos dos nossos pais e professores.
Por influência deles, somos levados a concluir que é conveniente sermos pessoas boas, esforçadas, trabalhadoras e gentis com os nossos colegas, uma vez que este é o caminho para sermos aceitos e queridos por eles.
Uma das mais desagradáveis surpresas que muitos de nós tiveram ao longo da adolescência reside no fato de que, exatamente por sermos portadores de tais qualidades, somos muito mais hostilizados que amados. A ideia de que o acúmulo de virtudes despertará o amor das pessoas parece lógica, de modo que quase todos se esforçam nesta direção.
Só não agem de modo legal aqueles que não conseguiram o desenvolvimento interior necessário para, por exemplo, controlar seus impulsos agressivos ou renunciar a determinados prazeres imediatos em favor de outros, maiores, colocados no futuro.
Assim, ao longo da vida adulta convivem dois tipos de pessoas: aquelas que conseguiram vencer estes obstáculos interiores e se tornaram criaturas melhores e outras que não foram capazes de ultrapassar estas primeiras e fundamentais dificuldades – e que se esforçam ao máximo para disfarçar suas fraquezas.
As primeiras são as que saíram vencedoras no primeiro combate importante da vida, o de “domesticar” seus próprios impulsos destrutivos, e se transformaram em criaturas portadoras das propriedades humanas que somos unânimes em catalogar como virtudes.
O que acontece? Os perdedores se sentem incomodados e humilhados pelo fato de não possuírem igual capacidade de controle interior.
Este dado é muito importante, pois indica que, independentemente do que digam, os perdedores sabem perfeitamente quais são as virtudes e as apreciam; não aderem a elas porque isto implica em um esforço que não são capazes de fazer.
De todo modo, os perdedores – que adoram desfilar como “superiores” e indiferentes às questões da moral –, por se sentirem humilhados, também se sentem agredidos pela presença daquelas virtudes em uma outra pessoa que não neles próprios.
Comparam-se com o virtuoso, consideram-se inferiores a eles, sentem-se por baixo, irritados com a presença daquelas virtudes que adorariam possuir. A vaidade dos perdedores fica ferida e eles, como têm pouca competência para controlar a agressividade, saem atirando pedras.
É claro que tais pedradas têm de ser sutis para que não denunciem todos os passos do mecanismo da inveja: reação agressiva derivada de suposta ofensa na vaidade daquele que se sentiu inferiorizado por não ter as virtudes que lhes provocaram a admiração.
Sim, porque o invejoso admira muito o invejado; senão seria tudo totalmente sem sentido. Saber que o bandido inveja o mocinho é uma das razões da esperança que sempre tive no futuro da nossa espécie.
A agressividade sutil derivada da inveja nos derruba, entre outras razões, porque ela vem de pessoas que gostaríamos que nos amassem.
Afinal de contas, nos esforçamos tanto para conseguirmos os bons resultados justamente para ter essa recompensa. É difícil para um filho perceber que suas qualidades despertam em seu pai emoções contraditórias: por um lado, a admiração se transforma em inveja, de modo que o pai se ressente da boa evolução do filho.
O mesmo acontece entre mães e filhas, sendo inúmeras as exceções onde a admiração não dá origem à vertente invejosa.
As “agulhadas”, as indiretas e as observações depreciativas e inoportunas próprias da inveja existem de modo muito intenso entre irmãos (eternos rivais), entre marido e mulher, assim como em todas as outras relações sociais e profissionais.
É praticamente impossível uma pessoa se destacar por virtudes ou competências especiais sem ser objeto da enorme carga negativa derivada da hostilidade invejosa.
O mais grave é que não fomos educados para isso, de modo que nos surpreendemos e ficamos chocados ao observarmos esse resultado. A decepção é tal que muitos se desequilibram quando atingem algum tipo de destaque, condição na qual são levados a um estado de solidão – o oposto do que pretendiam.
Uns se drogam e outros tratam de destruir rapidamente o que construíram, de modo a deixarem de ser objeto de inveja.
Tudo isso é, além de triste, inevitável, ao menos no estágio atual do nosso desenvolvimento emocional. Poderíamos ser ao menos alertados por uma educação mais sincera e sem ilusões.
Toda ilusão trará uma desilusão!
A maior parte das pessoas jamais imaginou, por exemplo, o volume de problemas e de decepções por que passam as moças mais belas, especialmente quando isso se associa a uma inteligência sofisticada e a uma formação moral requintada.
São portadoras daquelas virtudes que mais aparecem e encantam a todos. São, por isso mesmo, objeto de uma hostilidade inesperada e enorme. Ficam totalmente encurraladas e quase nunca sabem como sair da situação a não ser destruindo algumas de suas propriedades.
( 29 de agosto de 2013)






terça-feira, 11 de novembro de 2014

Discurso Indireto: Uso regular de maconha diminui o tamanho do cérebr...

Discurso Indireto: Uso regular de maconha diminui o tamanho do cérebr...: Os pesquisadores verificaram que, quanto mais cedo se começa o consumo regular de maconha, maior é a sua interferência na estrutura e no f...

Uso regular de maconha diminui o tamanho do cérebro.

Os pesquisadores verificaram que, quanto mais cedo se começa o consumo regular de maconha, maior é a sua interferência na estrutura e no funcionamento do cérebro

Os pesquisadores verificaram que, quanto mais cedo se começa o consumo regular de maconha, maior é a sua interferência na estrutura e no funcionamento do cérebro (David Bebber/Reuters/VEJA)

Fumar maconha por mais de seis anos pode causar anormalidades no funcionamento e na estrutura do cérebro. O efeito, porém, depende da idade em que a pessoa começou a fumar a droga. Essa é a conclusão de uma pesquisa publicada nesta segunda-feira no periódicoProceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
“Desde 2007 há um crescimento no número de usuários de maconha. Apesar das mudanças na legislação de alguns estados dos Estados Unidos sobre a droga, ainda são escassas as pesquisas sobre seus efeitos a longo prazo”, diz Francesca Filbey, coautora do estudo e professora da Faculdade de Comportamento e Ciências do Cérebro da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.

 Participaram da pesquisa 48 usuários adultos e 62 não usuários, separados conforme sexo, idade e etnia. Todos foram submetidos exames de ressonância magnética e a testes cognitivos. Tabagismo e consumo de álcool foram levados em consideração para a análise dos resultados.
Os pesquisadores concluíram que os usuários de maconha têm um menor volume cerebral numa parte do cérebro associada ao vício, o córtex orbitofrontal, mas maior conectividade cerebral do que as pessoas que não fumam a droga. Nos testes cognitivos, os usuários de maconha demonstraram menor QI. Os estudiosos, entretanto, não associaram esse resultado ao menor volume cerebral.
 Foi verificado também que, quanto mais cedo começa o consumo regular de maconha, maior é a sua interferência na estrutura e no funcionamento do cérebro. “Esse efeito começa depois de seis a oito anos de uso contínuo. Porém, usuários de maconha continuam a exibir conectividade cerebral mais intensa do que os não usuários”, diz Francesca.
De acordo com os autores, o consumo crônico da erva faz com que os neurônios dos usuários se adaptem à diminuição do volume cerebral. Eles alertam, no entanto, que são precisos outros estudos para determinar se essa mudança é reversível e se ela acontece, também, em usuários ocasionais da droga.

Maconha diminui chances de jovem conseguir diploma

Adolescentes que fumam maconha com frequência têm menos chances de concluir os estudos na escola e de conseguir um diploma no ensino superior do que jovens que não são usuários da droga. É o que descobriram pesquisadores após analisarem os resultados de pesquisas feitas anteriormente sobre o assunto. O trabalho ainda indicou que o uso da maconha aumenta em até oito vezes as chances de os adolescentes consumirem outras drogas ilícitas nos anos seguintes.
A nova pesquisa, feita por especialistas da Austrália e Nova Zelândia, se baseou nos dados de 3 765 pessoas que fumavam maconha e que fizeram parte de três estudos científicos sobre os impactos da droga na adolescência. Segundo a análise, publicada nesta terça-feira no The Lancet Psychiatry, fumar maconha todos os dias antes dos 17 anos diminui em até 60% as chances de o adolescente concluir os estudos em comparação com nunca ter usado a droga.
“Nosso estudo fornece uma evidência consistente de que prevenir ou postergar o uso de maconha pode promover amplos benefícios sociais e de saúde”, diz o coordenador da pesquisa, Richard Mattick, professor do Centro Nacional de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade de New South Wales, na Austrália. “Iniciativas para reformular leis sobre o uso de maconha devem ser avaliadas cuidadosamente para garantir que o uso da droga entre adolescentes diminua.  (Fonte: Veja, 10/11/2014)