sexta-feira, 30 de março de 2012

Discurso Indireto: "Lancet" se retrata por artigo que ligava vacina...

Discurso Indireto:

"Lancet" se retrata por artigo que ligava vacina...
: "Lancet" se retrata por artigo que ligava vacina a autismo Publicação deflagrou paranoia mundial contra imunização de crianças. O periód...

Discurso Indireto: "Lancet" se retrata por artigo que ligava vacina...

Discurso Indireto:

"Lancet" se retrata por artigo que ligava vacina...
: "Lancet" se retrata por artigo que ligava vacina a autismo Publicação deflagrou paranoia mundial contra imunização de crianças. O periód...




"Lancet" se retrata por artigo que ligava vacina a autismoPublicação deflagrou paranoia mundial contra imunização de crianças.



O periódico médico "The Lancet" decidiu ontem se retratar da publicação do artigo que, 12 anos atrás, ligou a vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) a casos de autismo, deflagrando uma onda mundial de paranoia contra a imunização de crianças.
Em breve nota, o periódico, um dos mais influentes do mundo, diz que, após julgamento pelo Conselho Médico britânico, cujo veredicto saiu no dia 28, ficou claro que o artigo do gastroenterologista Andrew Wakefield e outros continha erros e que, por isso, suprimia-o de seus registros.
A retratação é extemporânea. O texto de Wakefield, que gerou um volume inédito (e desnecessário) de pesquisas com o objetivo de provar a segurança das vacinas, já havia há muito caído em descrédito.
Não obstante, em especial no Reino Unido e nos EUA, surgiram grupos antivacinação que sustentam que a imunização causa autismo. Cada vez que sua hipótese para explicar tal efeito é derrubada, eles rapidamente encontram outra.
No artigo, em que descreveu o caso de oito pacientes, Wakefield dizia que a vacina provocava uma infecção intestinal que facilitava a entrada de proteínas encefalotóxicas na corrente sanguínea. No cérebro, elas desencadeariam autismo.
Vários estudos destruíram o trabalho com argumentos metodológicos e epidemiológicos. Wakefield também é criticado por não ter revelado que era dono da patente de uma vacina rival. No ano passado, J. Gerber e P. Offit publicaram uma boa revisão do caso no "Clinical Infectious Diseases".
Surgiu então a teoria do mertiolate, lançada por uma consultora de marketing e uma enfermeira. Seus adeptos sustentam que o mercúrio presente no mertiolate que era usado como conservante em algumas vacinas causava o autismo.
Depois de quatro anos de trabalho e oito relatórios em que se avaliaram mais de 200 estudos, um comitê especial convocado pela vigilância epidemiológica dos EUA concluiu que a teoria do mertiolate não se sustentava sob nenhum aspecto.
Veio, então, a teoria de que múltiplas vacinações enfraquecem o sistema imune, facilitando o surgimento do autismo.
No Brasil, felizmente, a moda antivacinas não pegou. Mas os EUA e o Reino Unido tentam até hoje recuperar-se dos estragos provocados pelo artigo de Wakefield e a histeria que se seguiu. As taxas de vacinação caíram e casos de sarampo voltaram a subir. A rubéola e a caxumba também reapareceram.
A prevalência do autismo, evidentemente, não caiu.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Discurso Indireto: "Conhecendo um pouco mais cobre o AUTISMO"

Discurso Indireto: "Conhecendo um pouco mais cobre o AUTISMO":     O Dia Mundial de conscientização sobre o Autismo foi instituído pela ONU em dezembro de 2007, que definiu a data de 02 de abri...

"Conhecendo um pouco mais cobre o AUTISMO"




 
 
O Dia Mundial de conscientização sobre o Autismo foi instituído pela ONU em dezembro de 2007, que definiu a data de 02 de abril como marco da mobilização mundial para mostrar que há pessoas um pouco diferentes das outras, mas que, na sua essência, são tão humanas quanto todos.

Com um doente a cada 110 crianças, uma menina para quatro meninos, o autismo foi descrito pela primeira vez em 1943, pelo psiquiatra americano Leo Kanner. Em um artigo para a revista especializada Nervous Child, o médico assim definiu um dos onze pacientes sob sua observação: "Ele parece ficar satisfeito sozinho. Não demonstra afeição quando acariciado. Não observa o fato de alguém chegar ou sair e nunca parece feliz em ver os pais". Passados quase setenta anos, a grande luta da medicina é fazer o diagnóstico precoce, de modo a evitar que a criança se feche em seu próprio mundo. Resgatá-la, mais tarde, pode ser impossível. O ideal é que a doença seja identificada até os 3 anos. Nessa fase, o cérebro é ainda um órgão de enorme plasticidade e tem a capacidade de se adaptar a novos mecanismos de funcionamento mediante os estímulos recebidos e as experiências vividas. Graças aos avanços no diagnóstico e no tratamento do problema, 30% das crianças autistas hoje se tornam adultos independentes. Na década de 50, esse contingente chegava a, no máximo, 10%.
É um fascinante avanço, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. Atualmente, a doença é descoberta, em média aos 5 anos. É tarde. Questionários respondidos pelos pais sobre o desenvolvimento de seus bebês são hoje o principal instrumento para o diagnóstico do autismo. Pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, desenvolveram uma tecnologia que promete ajudar na detecção precoce da doença.Conhecida como eyetracking, ainda em fase experimental, ela é capaz de rastrear a direção do olhar de uma criança de 5 meses."O autista não consegue manter contato visual com outras pessoas", diz o psiquiatra Guilherme Polanczyk, da USP e do comitê científico da ONG Autismo & Realidade. O portador do transtorno se interessa pouco por cenas sociais e rostos humanos. Seu olhar mira a boca - e não os olhos de seu interlocutor.

De acordo com o pediatra Ricardo Halpern, presidente do departamento do desenvolvimento e comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria, "Todas as abordagens visam a melhorar a comunicação da criança como o mundo que a cerca, estimular as demonstrações de afeto e diminuir os comportamentos repetitivos. Conforme o grau de comprometimento da criança, o sucesso pode ser quase completo. Alguns pacientes apresentam um desenvolvimento   cognitivo e social semelhante ao de uma criança sem o problema.

Por isso, desde 2007, a Academia Americana de Pediatria recomenda aos pediatras que, em pelo menos duas ocasiões antes dos 3 anos, aos 18 e aos 24 meses, submetam todos os bebês aos testes para detecção de autismo. E, apenas 8% deles, no entanto,seguem tal orientação. No Brasil, não há diretrizes sobre o assunto.

Apesar das conquistas, as causas do autismo ainda não foram, completamente desvendadas. Há pelo menos uma centena de genes associada a ele. Um trabalho publicado em 2010 na revista científica Cell mostrou que, entre os autistas, os neurônios costumam ser mais curtos e, com isso, fazem menos sinapses. Além disso, algumas pesquisas indicam que o distúrbio tende a ser mais frequente entre filhos de matemáticos e engenheiros - pessoas dotadas de grande raciocínio lógico. A contribuir para a complexidade do autismo está o fato de que a doença apresenta uma infinidade de sintomas, nos mais variados graus de intensidade. E pensar que, até muito recentemente, o autismo era atribuído à falta de amor e dedicação maternos das chamadas "mães-geladeira". O que se tem por certo atualmente é que os pais são imprescindíveis no resgate das crianças daquele mundo solitário, só delas.

Vejamos alguns dos comportamentos que podem caracterizar o autismo (mas, a presença de apenas um deles não o determina; além do mais, o diagnóstico do autismo só pode ser feito por médicos, com base em testes de comportamento e questionários respondidos pelos pais):

Aos 3 meses: O bebê não demonstra interesse pela voz humana. Prendem a sua atenção estímulos repetitivos, como o movimento das opas de um ventilador.

De 4 a 6 meses: A criança autista pode apresentar dificuldade em distinguir a voz dos pais. Raramente encontra conforto no colo da mãe e estabelece pouco (ou nenhum) contato visual enquanto mama. Dorme pouco ou inverte o ciclo do sono.

Aos 9 meses: Dar tchau pode ser comum para a maioria das crianças, mas o bebê autista tem dificuldade em imitar gestos, Normalmente, ele só consegue depois de muito estímulo dos pais. É indiferente a pessoas estranhas ao convívio familiar.

Aos 12 meses: As esperadas apalavras "mamãe" e "papai" demoram a aparecer no vocabulário da criança autista. Ela emite sons fora do contexto e tem dificuldade para cumprir ordens simples. Não responde com olhar quando é chamada.

Aos 18 meses: Beijos e abraços podem, ser um problema para a criança autista, que em geral, não gosta de ser tocada e demonstra poucos sinais de afeto. Ela pode ter hipersensibilidade a sons altos e pouca sensibilidade à dor.

Aos 24 meses: Brinquedos e objetos que giram tendem a fascinar a criança autista. As dificuldades de comunicação podem se agravar. É possível que apareçam outros hábitos, como andar na ponta dos pés, girar em torno de si e movimentar as mãos freneticamente em frente ao rosto.

Aos 36 meses: Não se interessa por brincar com outras crianças. O autista pode também ficar incomodado com mudanças na rotina.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Discurso Indireto:   "Crianças com distúrbios de aprendizagem podem c...

Discurso Indireto:   "Crianças com distúrbios de aprendizagem podem c...:    "Crianças com distúrbios de aprendizagem podem chegar à vida adulta sem desenvolver plenamente suas capacidades."         É na idad...
  "Crianças com distúrbios de aprendizagem podem chegar à vida adulta sem desenvolver plenamente suas capacidades."

        É na idade escolar que os sintomas dos distúrbios de aprendizagem tornam-se  mais visíveis. A criança tem dificuldades em áreas como escrita, leitura e matemática - problemas frequentemente confundidos com falta de inteligência, preguiça ou desleixo. É verdade que nem todos os casos são de distúrbios de aprendizagem. A maioria, aliás, está relacionada à falta de motivação e de interação com o professor, inadequação ao método de ensino e até doenças, como anemia, depressão ou comprometimento da visão e audição. Também a falta de apoio por parte dos pais, influencia e muito. Todas essas questões influenciam no aprendizado e devem ser descartadas antes de se partir para o passo seguinte: investigar a existência de distúrbios de aprendizagem, que são disfunções de origem neurológica.

O mais frequente são dislexia (afeta a leitura e a escrita), transtorno não verbal de aprendizagem (afeta o desenvolvimento de habilidades sociais) e discalculia (dificuldade com cálculos). Também comum é o Transtorno de Déficit de Atenção (TDHA), um distúrbio de comportamento que pode prejudicar a aprendizagem.

Quando essas disfunções não são adequadamente identificadas e tratadas, a criança pode ter seu desenvolvimento escolar, psicológico e social comprometido e, por vezes, carregar o problema ao longo da vida. Além do desempenho educacional, elas afetam a autoestima e podem, como o tempo, desencadear outros sintomas, como ansiedade, depressão, agressividade ou, ainda, o bullyng     por parte de outras crianças.

A dificuldade de aprender é uma das queixas mais frequentes nos consultórios pediátricos. O diagnóstico não é fácil, pois não há exames de imagem ou laboratoriais que identifiquem o problema. Exige avaliação da criança por diferentes profissionais, como neurologista, psico-pedagogo, psicólogo e fonoaudiólogo. Mas há tratamento - e ele funciona!


Exercícios e atividades psico-pedagógicas entram em pauta. A falta de fluência na leitura e escrita, típica da dislexia, por exemplo, pode ser corrigida ou minimizada com exercícios em que a criança é incentivada a fazer rimas, soletrar ou formar novas palavras, retirando uma sílaba ou letra. Estudos mostram que, após dois meses, há significativa ativação das regiões do cérebro responsáveis pelo aprendizado.


O estímulo, acompanhado de orientação à criança, pais e professores, ajuda quem tem distúrbios de aprendizagem a descobrir caminhos para o conhecimento. Em alguns casos de TDHA, o tratamento pode envolver, ainda, uso de medicamentos. O importante é não deixar que a criança passe a vida encarando a escola como um sofrimento. Ela deve ser, acima de tudo, lugar de descobertas.