segunda-feira, 19 de março de 2012

  "Crianças com distúrbios de aprendizagem podem chegar à vida adulta sem desenvolver plenamente suas capacidades."

        É na idade escolar que os sintomas dos distúrbios de aprendizagem tornam-se  mais visíveis. A criança tem dificuldades em áreas como escrita, leitura e matemática - problemas frequentemente confundidos com falta de inteligência, preguiça ou desleixo. É verdade que nem todos os casos são de distúrbios de aprendizagem. A maioria, aliás, está relacionada à falta de motivação e de interação com o professor, inadequação ao método de ensino e até doenças, como anemia, depressão ou comprometimento da visão e audição. Também a falta de apoio por parte dos pais, influencia e muito. Todas essas questões influenciam no aprendizado e devem ser descartadas antes de se partir para o passo seguinte: investigar a existência de distúrbios de aprendizagem, que são disfunções de origem neurológica.

O mais frequente são dislexia (afeta a leitura e a escrita), transtorno não verbal de aprendizagem (afeta o desenvolvimento de habilidades sociais) e discalculia (dificuldade com cálculos). Também comum é o Transtorno de Déficit de Atenção (TDHA), um distúrbio de comportamento que pode prejudicar a aprendizagem.

Quando essas disfunções não são adequadamente identificadas e tratadas, a criança pode ter seu desenvolvimento escolar, psicológico e social comprometido e, por vezes, carregar o problema ao longo da vida. Além do desempenho educacional, elas afetam a autoestima e podem, como o tempo, desencadear outros sintomas, como ansiedade, depressão, agressividade ou, ainda, o bullyng     por parte de outras crianças.

A dificuldade de aprender é uma das queixas mais frequentes nos consultórios pediátricos. O diagnóstico não é fácil, pois não há exames de imagem ou laboratoriais que identifiquem o problema. Exige avaliação da criança por diferentes profissionais, como neurologista, psico-pedagogo, psicólogo e fonoaudiólogo. Mas há tratamento - e ele funciona!


Exercícios e atividades psico-pedagógicas entram em pauta. A falta de fluência na leitura e escrita, típica da dislexia, por exemplo, pode ser corrigida ou minimizada com exercícios em que a criança é incentivada a fazer rimas, soletrar ou formar novas palavras, retirando uma sílaba ou letra. Estudos mostram que, após dois meses, há significativa ativação das regiões do cérebro responsáveis pelo aprendizado.


O estímulo, acompanhado de orientação à criança, pais e professores, ajuda quem tem distúrbios de aprendizagem a descobrir caminhos para o conhecimento. Em alguns casos de TDHA, o tratamento pode envolver, ainda, uso de medicamentos. O importante é não deixar que a criança passe a vida encarando a escola como um sofrimento. Ela deve ser, acima de tudo, lugar de descobertas.

                           

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