quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Discurso Indireto: "Brincar : valores, ética e cidadania para toda a ...

Discurso Indireto: "Brincar : valores, ética e cidadania para toda a ...: Um dos desafios da escola é dar resposta à questão: "Que cidadão queremos ajudar a formar?". Os projetos pedagógicos das escolas sinalizam...

"Brincar : valores, ética e cidadania para toda a vida" "

Um dos desafios da escola é dar resposta à questão: "Que cidadão queremos ajudar a formar?". Os projetos pedagógicos das escolas sinalizam todos no mesmo sentido afirmando: "Queremos formar cidadãos autônomos, críticos, criativos, éticos, independentes, etc." Nem sempre essas palavras traduzem em ações. Ficam nas boas intensões!


A formação para a cidadania tem como pilares os conceitos de ética e de moral. Eles devem constituir o pano de fundo do desenvolvimento cognitivo e social das crianças no contexto escolar.


Neste, conceituaremos moral como o conjunto de regras que restringem a liberdade individual em benefício da harmonia do convívio social. Sendo regra, haverá sempre uma punição para quem a descumpre.


Por outro lado, conceituaremos ética como o conjunto de princípios e valores que conduzem a vida dos membros de um grupo social e determinam as regras da moral. Em suas etimologias, moral e ética estão ligadas aos costumes dos diferentes grupos sociais, ou seja, há diferentes éticas e morais, que devem por isso ser respeitadas não como certas ou erradas, mas como diferentes. Assim, por exemplo, há o princípio do respeito à vida e à saúde das pessoas (ética) que leva à regra moral que impõe  o limite de velocidade no trânsito, como punição para quem a descumpre. Por isso dizemos que a moral responde à pergunta "o que devo fazer?" e a ética "como devo viver?". Ou seja, a ética busca a qualidade de vida entre as pessoas, visando à vivência plena da cidadania.


O lúdico - brincadeiras e jogos - pode contribuir na formação para a cidadania na medida em que a criança e o adolescente desenvolvam princípios éticos que os levem a entender as regras da moralidade na convivência social. Por exemplo: quero jogar futebol, mas para isso preciso respeitar as regras, caso contrário estarei fora do jogo; quero jogar videogame, mas se não respeitar as regras do jogo e descobrir estratégias específicas não conseguirei passar de determinada fase.


A compreensão dos princípios e valores éticos que levam ao desenvolvimento do raciocínio e julgamento moral é diferente nas várias fases do desenvolvimento do sujeito. Isso nos leva a três conceitos importantes: anomia, heteronomia e autonomia.


As crianças no início do seu desenvolvimento começam a perceber que existem figuras de autoridade a quem devem atender; mas ainda não conseguem compreender os julgamentos sobre seus próprios comportamentos para, a partir daí, se regularem. Tudo para elas é brincadeira. Há uma espécie de ausência de regras. Estas existem para o outro e ainda não fazem sentido para a criança. É o período da predominância do egocentrismo. É a fase da anomia.


Com o tempo, e a partir da interação mediada, passam a compreender a necessidade das regras de convivência. Os adultos lhes mostram os limites no comportamento. É o período da imposição da autoridade, do castigo e do prêmio. É a fase da heteronomia. Se o desenvolvimento for feito de forma que a todo limite colocado for explicitado o princípio ético que o justifique, haverá grande possibilidade de que o sujeito alcance a autonomia. Podemos dizer, então, que haverá a fase da moral (heteronomia) e a fase da ética (autonomia).


Na autonomia observa-se a apropriação dos parâmetros necessários para avaliação de situações sociais e do seu próprio comportamento, fazendo com que a pessoas seja capaz de apresentar julgamento ético sobre si e sobre os outros. Desenvolvida a autonomia o sujeito adquire a consciência moral, cumprindo os deveres não por medo de punições, mas com a consciência de sua necessidade e significação. Na ausência da autoridade, o sujeito cumpre as normas, pois é autodisciplinado e justo, É a força da responsabilidade que rege as suas ações.


A brincadeira e o jogo podem favorecer o desenvolvimento ético e moral do educando. O brincar é inerente à fase inicial de desenvolvimento e expressa o prazer da fantasia, da interação social, do coleguismo e da cooperação. Para uma criança que brinca, um cabo de vassoura vira um cavalo, uma boneca uma "filha" que escuta, recebe bronca, come uma comidinha virtual,, etc. É uma fase do "faz de conta".


Por outro lado, o chamado "jogo de regras" favorece na criança o desenvolvimento da moral e da ética, na medida em que oportuniza a ela diversas circunstâncias que promovem suas possibilidades de atribuir significados a regras na interação social. A criança pode então perceber o valor do jogo e da interação e assim tem a necessidade de regular seu comportamento para estar em sociedade, ou seja, pode ter a necessidade de rever e adaptar as vantagens pessoais em beneficio do grupo.


Quando o "dono da bola" se vê ameaçado e diz "agora ninguém mais joga" fere o princípio da cooperação. Ocorre muitas vezes que crianças, ao verem que estão perdendo na competição, simplesmente querem "mudar as regras de jogo" em benefício próprio. Esse é um importante momento para educar para os princípios éticos de respeito às regras estabelecidas.


Na escola, brincar e jogar devem estar associados ao prazer. O estudar é naturalmente associado, pelas crianças e jovens, ao sacrifício e à obrigação. Assim, as brincadeiras, os jogos de regras e os jogos de cooperação são excelentes oportunidades para o desenvolvimento dos valores éticos e das regras da moralidade, com vistas à vivência plena da cidadania.



sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Discurso Indireto: " Pais, mães e educadores leiam. Verdades doem, ma...

Discurso Indireto: " Pais, mães e educadores leiam. Verdades doem, ma...: Essa palestra deveria ser fixada na parede de todas as casas, para que quando nós, pais, a lêssemos, não ficássemos nos sentindo culpados ...

" Pais, mães e educadores leiam. Verdades doem, mas constroem também.


Essa palestra deveria ser fixada na parede de todas as casas, para que
quando nós, pais, a lêssemos, não ficássemos nos sentindo culpados ao dizer
um "não" na hora certa. 
          
   Palestra ministrada pelo médico psiquiatra Dr. Içami Tiba, em Curitiba,  
  23/07/09.                                                                 
  O palestrante é membro eleito do Board of Directors of the International  
  Association of Group Psychotherapy. Conselheiro do Instituto Nacional de  
  Capacitação e Educação para o Trabalho "Via de Acesso". Professor de      
  cursos e workshops no Brasil e no Exterior. 
                             
  Em pesquisa realizada em março de 2006, pelo IBOPE, entre os psicólogos  
  do Conselho Federal de Psicologia, os entrevistados colocaram o Dr. Içami
  Tiba como terceiro autor de referência e admiração - o primeiro nacional. 

        1º- lugar: Sigmund Freud ;                                          
        2º- lugar: Gustav Jung;                                            
        3º- Lugar: Içami Tiba   
                                            
  1. A educação não pode ser delegada à escola. Aluno é transitório.        
  Filho é para sempre.    
                                                   
  2. O quarto não é lugar para fazer criança cumprir castigo.              
  Não se pode castigar com internet, som, tv, etc...  
                       
  3. Educar significa punir as condutas derivadas de um                    
  comportamento errôneo. Queimou índio pataxó, a pena (condenação judicial)
  deve ser passar o dia todo em hospital de queimados.  
                     
  4. É preciso confrontar o que o filho conta com a verdade real.          
  Se falar que professor o xingou, tem que ir até a escola e ouvir o outro  
  lado, além das testemunhas.     
                                          
  5. Informação é diferente de conhecimento. O ato de conhecer vem após o  
  ato de ser informado de alguma coisa.                                    
  Não são todos que conhecem.                                              
  Conhecer camisinha e não usar significa que não se tem o conhecimento da  
  prevenção que a camisinha proporciona.  
                                   
  6. A autoridade deve ser compartilhada entre os pais. Ambos devem mandar.
  Não podem sucumbir aos desejos da criança. Criança não quer comer?        
  A mãe não pode alimentá-la. A criança deve aguardar até a próxima        
  refeição que a família fará . A criança não pode alterar as regras da    
  casa.                                                                    
  A mãe NÃO PODE interferir nas regras ditadas pelo pai (e nas punições    
  também) e vice-versa. Se o pai determinar que não haverá um passeio,      
  a mãe não pode interferir. Tem que respeitar sob pena de criar um        
  delinquente. 
                                                              
  7. Em casa que tem comida, criança não morre de fome . Se ela quiser      
  comer, saberá a hora. E é o adulto quem tem que dizer QUAL É A HORA de se
  comer e o que comer. 
                                                      
  8. A criança deve ser capaz de explicar aos pais a matéria que estudou e  
  na qual será testada. Não pode simplesmente repetir, decorado.            
  Tem que entender.    
                                                     
  9. É preciso transmitir aos filhos a idéia de que temos de produzir o    
  máximo que podemos. Isto porque na vida não podemos aceitar a média      
  exigida pelo colégio: não podemos dar 70% de nós, ou seja, não podemos    
  tirar 7,0.    
                                                             
  10. As drogas e a gravidez indesejada estão em alta porque os            
  adolescentes estão em busca de prazer. E o prazer é inconsequente.   
      
  11. A gravidez é um sucesso biológico e um fracasso sob o ponto de vista  
  sexual.      
                                                             
  12. Maconha não produz efeito só quando é utilizada. Quem está são, mas é
  dependente, agride a mãe para poder sair de casa, para fazer uso da      
  droga .                                                                  
  A mãe deve, então, virar as costas e não aceitar as agressões. Não pode  
  ficar discutindo e tentando dissuadi-lo da idéia. Tem que dizer que não  
  conversará com ele e pronto. Deve 'abandoná-lo' .  
                       
  13. A mãe é incompetente para 'abandonar' o filho. Se soubesse fazê-lo, o
  filho a respeitaria. Como sabe que a mãe está sempre ali, não a respeita. 

  14. Se o pai ficar nervoso porque o filho aprontou alguma coisa, não deve
  alterar a voz. Deve dizer que está nervoso e, por isso, não quer          
  discussão até ficar calmo. A calmaria, deve o pai dizer, virá em 2, 3, 4  
  dias. Enquanto isso, o videogame, as saídas, a balada, ficarão suspensas,
  até ele se acalmar e aplicar o devido castigo.  
                           
  15. Se o filho não aprendeu ganhando, tem que aprender perdendo.   
        
  16. Não pode prometer presente pelo sucesso que é sua obrigação. Tirar    
  nota boa é obrigação. Não xingar avós é obrigação. Ser polido é          
  obrigação. Passar no vestibular é obrigação. Se ganhou o carro após o    
  vestibular, ele o perderá se for mal na faculdade.  
                       
  17. Quem educa filho é pai e mãe. Avós não podem interferir na educação  
  do neto, de maneira alguma. Jamais. Não é cabível palpite. Nunca.   
      
  18. Se a mãe engolir sapos do filho, ele pensará que a sociedade terá que
  engolir também. 
                                                          
  19. Videogames são um perigo: os pais têm que explicar como é a          
  realidade, mostrar que na vida real não existem 'vidas', e sim uma única  
  vida. Não dá para morrer e reviver. Não dá para apostar tudo, apertar o  
  botão e zerar a dívida.     
                                              
  20. Professor tem que ser líder. Inspirar liderança. Não pode apenas      
  bater cartão.     
                                                        
  21. Pais e mães não podem se valer do filho por uma inabilidade que eles  
  tenham.                                                                  
  'Filho, digite isso aqui pra mim porque não sei lidar com o computador'.  
  Pais têm que saber usar o Skype, pois no mundo em que a ligação é        
  gratuita pelo Skype,é inconcebível pagarem para falar com o filho que    
  mora longe.   
                                                            
  22. O erro mais frequente na educação do filho é colocá-lo no topo da    
  casa. O filho não pode ser a razão de viver de um casal. O filho é um dos
  elementos. O casal tem que deixá-lo, no máximo, no mesmo nível que eles.  
  A sociedade pagará o preço quando                                        
  alguém é educado achando-se o centro do universo.  
                       
  23. Filhos drogados são aqueles que sempre estiveram no topo da família. 
  
  24. Cair na conversa do filho é criar um marginal. Filho não pode dar    
  palpite em coisa de adulto. Se ele quiser opinar sobre qual deve ser a    
  geladeira, terá que mostrar qual é o consumo (KWh) da que ele indicar. Se
  quiser dizer como deve ser a nova casa, tem que dizer quanto isso (seus  
  supostos luxos) incrementará o gasto final.
                               
  25. Dinheiro 'a rodo' para o filho é prejudicial. Mesmo que os pais o    
  tenham, precisam controlar e ensinar a gastar.  
                           
  Frase final de Içami Tiba:        

                                         
   "A mãe (ou o pai!) que leva o filho para a igreja,para um templo, para  
  uma doutrina espiritual, não vai buscá-lo na cadeia..."                   

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Discurso Indireto: "Dados preocupantes para nosso mundo globalizado."...

Discurso Indireto: "Dados preocupantes para nosso mundo globalizado."...: O texto à seguir, foi publicado hoje na Folha de São Paulo. Confiram. Cresce número de jovens que priorizam o trabalho Mais pessoa...

"Dados preocupantes para nosso mundo globalizado."

 O texto à seguir, foi publicado hoje na Folha de São Paulo.
 Confiram.






Cresce número de jovens que priorizam o trabalho
Mais pessoas entre 18 e 22 anos têm deixado estudos de lado, mostra PNAD
Economia aquecida pode ter contribuído para decisão de buscar emprego antes de pensar na faculdade
ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO
Leticia Moreira/Folhapress
Vinicius Lima, 19, que trabalha no HSBC
Vinicius Lima, 19, que trabalha no HSBC
Uma parcela cada vez maior de jovens entre 18 e 22 anos tem engavetado ou abandonado os planos de estudo para apenas trabalhar.
Entre os homens dessa faixa etária, mais da metade já se dedica exclusivamente ao trabalho -o percentual aumentou de 46,8% em 2001 para 51,1% em 2009. Já as mulheres que só trabalham representavam 31% do total em 2009 contra 27,5% em 2001.
Os dados são da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e foram levantados pelo economista Naercio Menezes Filho, do Insper.
Segundo especialistas, o fato de que mais jovens têm conseguido terminar a escola com a idade de 17 anos ajuda a explicar essa tendência. A fatia de alunos "atrasados" cursando o ensino médio caiu de 52,2% do total em 1992 para 32,9% em 2009.
"Se o jovem tem 18, 19 anos e ainda está no ensino médio pode ter de adiar os planos de trabalhar ou acabar conciliando estudo e trabalho", diz Menezes Filho.
ECONOMIA AQUECIDA
O crescimento mais acelerado da economia brasileira nos últimos anos pode estar contribuindo para a decisão dos jovens de ir direto da escola para o mercado de trabalho, pulando -ainda que temporariamente- a etapa da faculdade.
O contexto de maiores oportunidades de negócios foi, por exemplo, um dos fatores que levaram Filipe Travassos da Silva, 22, a assumir o negócio de terraplenagem do pai, que queria se aposentar. Ele tinha feito um curso de tecnólogo em informática.
"Eu sempre quis me tornar independente, ter meu próprio dinheiro", diz Silva, que considera fazer um curso curto de empreendedorismo, mas não cursar faculdade.
Há casos, no entanto, de jovens que não estão no ensino superior por falta de dinheiro.
"Eu queria fazer publicidade, mas não tinha dinheiro para pagar ", afirma Vinicius Sampaio Lima, 19.
Lima, que terminou o ensino médio com 18 anos e está trabalhando na área de expedição do HSBC, não tentou entrar em uma universidade pública. Ele espera conseguir juntar dinheiro para pagar um curso de fotografia.
Rodrigo Capelato, diretor do Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo), afirma que, com a expansão da classe média e o aumento de vagas em faculdades privadas, a procura por cursos até aumentou.
"Mas uma fatia grande de alunos acaba trancando o curso porque não consegue pagar a mensalidade ou porque escolhe o curso que pode pagar, mas não se identifica com o mesmo", diz ele.
Yasmin Hussein Chamas, 19, diz que tem vontade de estudar psicologia, mas ouve dizer que "não dá grana". Ela trabalha em uma empresa de telemarketing.
PREOCUPAÇÃO
O afastamento entre os jovens e o ensino superior preocupa especialistas. O problema é agravado pelo fato de que também tem aumentado o percentual de jovens de 18 a 22 anos que não está nem estudando nem trabalhando.
"Os dados são assustadores. Essa é a faixa onde as pessoas estão em seu curso universitário. E as empresas buscam pessoas cada vez mais bem formadas", diz José Tolovi Jr., CEO global da organização Great Place to Work.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Discurso Indireto: "Estudo mostra que 10% dos professores brasileiros...

Discurso Indireto: "Estudo mostra que 10% dos professores brasileiros...: A divulgação da pesquisa à seguir, é matéria da Folha de São de Paulo de hoje, 07 de novembro. Muito interessante e mostra a realidade da no...

"Estudo mostra que 10% dos professores brasileiros fazem 'bico'. Confiram!"

A divulgação da pesquisa à seguir, é matéria da Folha de São de Paulo de hoje, 07 de novembro. Muito interessante e mostra a realidade da nossa classe em todo território nacional.







10% dos professores no país fazem 'bico'

Docentes procuram uma segunda ocupação mais do que padeiros, corretores de imóveis e PMs, segundo estudo

Para especialistas, média salarial não é única explicação para impulsionar o professor à dupla função

Semanalmente, a professora de ciências Sonia Maria de Barros Cardoso, 52, leciona 32 horas em duas escolas públicas no Rio. Seu salário é de R$ 1.800.
Para complementar, vende cosméticos, o que lhe rende R$ 1.000 mensais em oito horas semanais. "Em datas comemorativas, chega a ficar igual ao que ganho no magistério", afirma a docente.
Como Sonia, outros 266 mil professores da educação básica do país possuem uma segunda ocupação fora do ensino, um "bico", aponta estudo apresentado no mês passado pelos pesquisadores da USP Thiago Alves e José Marcelino de Rezende Pinto.
O número representa 10,5% do magistério nacional, índice bem acima do da população brasileira (3,5% têm uma segunda ocupação). O estudo usa a Pnad-IBGE e o Censo Escolar-MEC, ambos de 2009, e abrange as redes privada e pública.
Alguns dos mais frequentes "bicos" dos docentes são os de vendedores em lojas e os de funcionários em serviços de embelezamento.
Segundo a pesquisa da USP, os professores recorrem mais à segunda ocupação do que os padeiros, os corretores de imóveis e os PMs.

POLÊMICA SALARIAL
Para os autores do estudo, a maior incidência do "bico" entre os professores está relacionada aos baixos salários.
A média salarial dos docentes do ensino fundamental, segundo a pesquisa (entre R$ 1.454 e R$ 1.603 à época), é inferior ao que ganham, em média, corretores de seguro (R$ 1.997) e caixas de bancos (R$ 1.709).
"O professor, com isso, é obrigado a despender energia em ações que não têm a ver com aulas", diz Alves.
Para alguns especialistas, no entanto, a questão não é tão simples.
"Os salários não são uma maravilha, mas, se comparados à média da população, os professores não estão morrendo de fome", afirma Simon Schwartzman, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade.
"Sempre que há concurso para contratação de professores para as redes públicas há uma grande concorrência. Se a profissão fosse tão ruim, não haveria fila", diz Samuel Pessoa, da FGV.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Discurso Indireto: "Novas tecnologias, métodos antigos..."

Discurso Indireto: "Novas tecnologias, métodos antigos...": Por que preparar o educador para aproveitar a tecnologia com toda sua ...

"Novas tecnologias, métodos antigos..."

                   Por que preparar o educador para aproveitar a tecnologia 
                                            com toda sua potencialidade pedagógica?

Todos os dias, os avanços tecnológicos se apresentam na forma de novos recursos e ferramentas mais complexas e poderosas, a fim de que as tarefas do dia a dia sejam cada vez mais ágeis. Essas tecnologias permeiam as atividades cotidianas e alteram a cultura social, os relacionamentos e também a maneira de aprender e ensinar. Porém, as escolas não devem se sentir influenciadas, principalmente pelos meios de comunicação, a ponto de adquirir esses artefatos apenas para serem consideradas modernas. Os recursos tecnológicos disponíveis não podem servir somente para animar uma educação cansada, Eles devem dar um sentido a mais no processo de ensino-aprendizagem. De nada adianta, por exemplo, uma escola possuir um parque computacional invejável, se os professores não estiveram capacitados a transformar a tecnologia em instrumento educacional.

Segundo o filósofo e educador Masrhall Mcluhan, "as novas tecnologias são sempre utilizadas para fazer um trabalho velho, isto é, até que alguma força direcionadora faça com que elas sejam utilizadas de novas maneiras". Para não cometermos os mesmos erros do passado, precisamos de bom-senso no uso de novas tecnologias na educação. Do contrário, o recurso servirá apenas para acomodar o professor e tornar suas aulas cansativas, exatamente como aconteceu com o surgimento do videocassete e do retroprojetor, por exemplo.

Um artigo de Claudio de Moura Castro, publicado na revista Veja de 11 de agosto de 2010, alerta para o péssimo uso do PowerPoint em sala de aula. Intitulado "PowerPoint com carteirinha", o texto apresenta exemplos de situações em que "o slide arruína a aula, arrancando-a do professor e deixando desgovernada a atenção da plateia. Por isso surge a reação de muitos alunos: lá vem um PowerPoint chatíssimo! Ao final, o autor sugere ironicamente a exigência de uma carteira de habilitação para usar o PowerPoint, "para evitar que barbeiragens ponham a perder o potencial educativo de um recurso de um recurso tão extraordinário."

Por isso, cuidado! Atualmente muitas escolas adquirem a lousa eletrônica por seu status de modernidade, mas a utilizam de forma tradicional. Esquecem que o importante é a potencialidade de interação e simulação, e que a lousa precisa de conteúdos pertinentes a seu uso e não apenas de fotos bonitas e encantadoras. Busquemos atividades que permitam explorar ao máximo essa tecnologia. Assim estaremos melhorando o processo de ensino-aprendizagem com um recurso realmente criativo e inovador.

Para que a tecnologia faça parte parte da vida das pessoas, necessitamos, de fato de uma mudança cultural. No livro "Geração Digital" Tapscott afirma que as crianças realmente têm mais facilidade com novas tecnologias do que seus pais. Logo, é verdadeira aquela impressão de que nossos filhos assimilam as novidades mais rapidamente do que nós. Os adultos precisam adaptar-se a um processo de aprendizado diferente e bem mais difícil, enquanto as crianças já nascem com a tecnologia assimilada ao dia a dia. Para elas, a nova ferramenta é apenas mais uma parte de seu ambiente e usá-la é tão natural quanto respirar. Para as crianças, tudo funciona da maneira como funciona. O aprendizado é uma descoberta, não uma acomodação a estruturas existentes.

É inegável que o ritmo acelerado das inovações tecnológicas, assimiladas tão facilmente pelos alunos, exige uma educação igualmente capaz de estimular o interesse deles pela aprendizagem, por novos conhecimentos e técnicas. Interesse que precisará ser mantido ao longo da vida profissional, que certamente estará cada vez mais sujeita ao impacto de novas tecnologias. Por isso, há necessidade de pensar e de revolucionar a escola sobre bases totalmente novas. Repensar de que maneira é possível apropriar-se socialmente das novas tecnologias , incorporando as constantes mudanças.Essa nova escola deve trabalhar com uma multiplicidade de visões de mundo. Ela tem que exercitar a imaginação no lugar da razão. Devemos formar um ser humano criativo, que produza novas ideias, e não um ser humano passivo, mecanizado, que só absorve a informação sem gerar o conhecimento. As instituições educacionais precisam atualizar o modelo de ensino-aprendizagem a fim de atender às demandas dos estudantes. Mas o simples uso das ferramentas tecnológicas de nada adiantará. Elas podem sim potencializar a educação, mas somente se a escola estiver envolvida em um processo de atualização da metodologia de ensino.