terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Discurso Indireto: Grupo dos 85 mais ricos do mundo tem riqueza igual...

Discurso Indireto: Grupo dos 85 mais ricos do mundo tem riqueza igual...: O pequeno grupo das 85 pessoas mais ricas do mundo concentra a mesma riqueza que os 3,5 bilhões mais pobre do planeta, revelou nesta segu...

Grupo dos 85 mais ricos do mundo tem riqueza igual à dos 3,5 bilhões mais pobres



O pequeno grupo das 85 pessoas mais ricas do mundo concentra a mesma riqueza que os 3,5 bilhões mais pobre do planeta, revelou nesta segunda-feira uma pesquisa da organização Oxfam International. O estudo foi divulgado às vésperas do Fórum Econômico Mundial e tem como objetivo estimular o debate sobre a desigualdade social no encontro, que ocorre a partir de quarta-feira em Davos, na Suíça.
De acordo com o relatório, o grupo de super-ricos acumula fortuna de US$ 1,7 trilhão. A entidade afirma ainda que 1% da população mundial detém quase metade da riqueza mundial: US$ 110 trilhões.
Para a Oxfam, dedicada ao combate à pobreza, o alto nível de desigualdade está relacionado à concentração de poder, que garante mais oportunidades aos mais favorecidos. A entidade cita pesquisas realizadas em seis países, inclusive o Brasil, que mostram que a maioria das pessoas acredita que as leis são distorcidas em favor dos mais ricos. Segundo o estudo, paraísos fiscais, práticas anticompetitivas e baixo investimento em serviços públicos estão entre os fatores que dificultaram uma melhor distribuição de oportunidades.
“Esta captura de oportunidades pelos ricos às custas dos pobres e da classe média ajudou a criar uma situação onde sete de dez pessoas no mundo vivem em países onde a desigualdade aumentou desde os anos 80”, afirmou a Oxfam.

Para o diretor da organização, Winnie Byanyima, que estará em Davos, a luta contra a pobreza está relacionada ao combate à desigualdade.
- O aumento da desigualdade está criando um círculo vicioso onde riqueza e poder estão cada vez mais concentrados nas mãos de poucos, deixando o resto de nós lutando por migalhas que caem da mesa - afirmou Byayima.

Fonte: O Globo - Economia. 21.01.2014

domingo, 19 de janeiro de 2014

Discurso Indireto: Epigenética da dependência química Estudos mostram...

Discurso Indireto: Epigenética da dependência química Estudos mostram...: Nos últimos dez anos, os biólogos que estudam o desenvolvimento embrionário e do câncer encontraram um amplo espectro de mecanismos molecul...

Epigenética da dependência química Estudos mostram que exposição continuada à cocaína pode alterar atividade dos genes no centro de recompensa do cérebro, e as mudanças podem ser permanentes


Nos últimos dez anos, os biólogos que estudam o desenvolvimento embrionário e do câncer encontraram um amplo espectro de mecanismos moleculares no qual o ambiente é apontado como responsável por mudanças no comportamento dos genes sem alterar a informação neles contida. Em vez de produzir genes mutantes, essas modificações epigenéticas marcam os genes de forma que podem alterar seu nível de atividade – em alguns casos definitivamente.

Descobrimos sinais de que mudanças epigenéticas pelo uso de drogas ou estresse crônico podem mudar a forma como o cérebro responde à experiência: forçando a pessoa a reagir com resiliência ou a sucumbir ao vício, depressão ou uma série de outros transtornos psiquiátricos.

Em termos simples, um gene é uma extensão do DNA que especifica a formação de uma proteína, que realiza a maioria dos processos celulares, controlando o comportamento das células. O DNA é enrolado em torno de proteínas chamadas histonas e depois é ainda mais condensado em estruturas chamadas cromossomos.

A combinação de proteína e DNA nos cromossomos é chamada cromatina. Esse empacotamento do DNA ajuda a regular o comportamento dos genes. Um empacotamento mais apertado tende a manter os genes num estado inativo. Mas, quando um gene é necessário, a seção de DNA onde ele se encontra desenrola-se um pouco.

O fato de um segmento de cromatina estar afrouxado (pronto para ser ativado) ou condensado (desligado permanente ou temporariamente) depende de marcas epigenéticas: etiquetas químicas presas às histonas residentes ou ao próprio DNA. Estudos com camundongos mostram que exposição continuada à cocaína altera o equilíbrio dessas marcas epigenéticas em genes do centro de recompensa do cérebro. Essas alterações tornam os animais mais sensíveis aos efeitos da droga e mais propensos à dependência.

O que muda exatamente?                                                                                                                                                        Uma única dose de cocaína é suficiente para alterar o panorama epigenético de genes no núcleo accumbens – parte do centro de recompensa. Na ausência da droga (a), predominam as marcas metil, mantendo a cromatina afetada fortemente enrolada e seus genes inativos. Na presença da cocaína os grupos acetil predominam e a cromatina afrouxa (b). Então vários genes que codificam proteínas envolvidas numa resposta prazerosa à droga são ativados.

Efeitos duradouros                                                                                                                                                                            A exposição inicial à cocaína aumenta temporariamente a atividade de muitos genes, mas a atividade logo retorna ao normal. Exposição contínua, no entanto, produz efeitos mais complexos: diminui a sensibilidade de alguns genes à droga, enquanto aumenta ainda mais a atividade de outros. Alguns genes permanecem superativos por períodos anormalmente longos.





sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

'Rolezinhos' surgiram com jovens da periferia e seus fãs

"Tô ligado que 'os polícia' tão em peso e já sabem quem eu sou" diz Lucas Lima, 17.
De bermuda jeans, camiseta regata branca do UFC, tênis Oakley preto, corrente no pescoço e uma réplica do relógio Invicta no pulso, ele era um dos 3.000 jovens no shopping Metrô Itaquera, no "rolezinho" do último sábado.
Mais do que isso, o adolescente organizou o evento daquele dia, que acabou em confusão, confronto com a Polícia Militar e registros de furtos e roubos.
Desconfiado da ação da polícia, resolveu se precaver. "Vou para casa trocar de roupa e ficar mais apresentável", disse o estudante do terceiro ano do ensino médio em um colégio público da zona leste que faz bicos como ajudante de pedreiro.
"Rolezinhos" são encontros marcados por redes sociais que atraem centenas de jovens a shoppings. Eles entram pacificamente nos locais, mas, depois, costumam promover correria assustando lojistas e frequentadores.
Os adolescentes se reúnem em grupos de cerca de 20. Passam correndo por corredores entoando batidas do funk. Os que vêm atrás se integram aos demais, numa formação conhecida como "bonde".

Bonde do rolê

Robson Ventura - 14.dez.13/Folhapress
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Seguranças abordam jovens na praça de alimentação do Shopping Internacional de Guarulhos (SP)
Nem sempre foi assim. "Rolês" acontecem desde 2012, mas antes eram chamados de "encontro de fãs" e serviam para que "ídolos" conhecessem os seus seguidores.
Que ídolos? Aqui, leia-se garotos e garotas que não são atores, cantores ou qualquer coisa parecida.
São jovens da periferia donos de perfis "famosinhos" que chegam a ter até 80 mil seguidores no Facebook, como o caso do adolescente Vinicius Andrade, 17.
Com uma quantidade dessas de "fãs", ávidos por contato, conhecer um por vez seria impossível. Assim nasceram os "protorolezinhos" que cresceram com o tempo.
O melhor lugar para isso, claro, shoppings afastados das áreas centrais da cidade -os mesmos que eles sempre frequentaram.
"Tem que ser em um lugar onde dê pra zoar e tirar foto com o ídolo", afirma Jhenifer, 17, que foi a sete "encontros de fãs" e passou a frequentar os "rolezinhos" em 7 de dezembro, data do primeiro rolê de que se tem notícia.
De lá para cá, outros cinco já ocorreram, quase todos com registro de correria.
Estagiária de uma empresa no centro de São Paulo, à Jhenifer só falta uma "carteirinha" para completar o perfil da fã perfeita.
Dos R$ 700 que recebe por mês, gasta cerca de R$ 100 em presentes para seus ídolos. Isso, fora o tempo despendido em cartas e recados para eles. Por quê?
"Eles colocam vídeos no Facebook e nos dão atenção. Quero retribuir e que eles saibam que eu existo", diz.
Entre o "panteão" de ídolos da periferia, está Juan Carlos Silvestre, 16, ou "Don Juan" -como é conhecido na internet desde 2012. O jovem é o preferido de Jhenifer e tem mais de 50 mil seguidores.
A devoção das garotas é proporcional ao tom sedutor do conquistador do Campo Belo, zona sul, que costuma terminar suas conversas com um "valeu gata, beijinho".
No dia do primeiro "rolezinho", em 7 de dezembro, em Itaquera, centenas de garotas queriam encontrá-lo.
De lá, Juan saiu com roupas de marca, ursinhos de pelúcia, cartas, perfumes e uma camiseta oficial do Corinthians, seu time do coração.
A vida de celebridade da internet, porém, não parece fazer a cabeça do menino. "Neste ano, vou investir mais na carreira de MC", diz Juan, com a certeza de sucesso que só os ídolos podem ter.
O mesmo caminho querem trilhar David Maciel, 13, e Rodrigo Micael, 16. Os dois também têm lá suas fãs no Facebook: quase 20 mil cada um deles. Pouco se comparado a "Don Juan", mas o suficiente para "lotar um pouquinho um shopping", diz David.
Boné para trás, Nike Shox no pé, camisa de marca e corrente dourada pendurada no pescoço, David costuma ser levado pelos pais até o shopping da zona leste.
Quando soube que o filho tinha fãs, Tatiane Maciel, 30, mãe do garoto, quase caiu para trás. "É impossível ir com ele a uma loja, as meninas nos param a cada minuto para tirar foto", diz ela, que afirma se preocupar com um possível "ego inflado" do menino.
Editoria de Arte/Folhapress
BONDE DO ROLÊ
Nem só de ídolos, claro, são feitos os "rolezinhos" -que ganharam vida própria, transformando-se em baladas.
Lucas não está entre os famosos, mas nem por isso se diverte menos. Em dois rolês anteriores, ele garante ter beijado "16 ou 17 meninas", perde-se no cálculo.
E a questão política? "Não perco meu tempo em manifestações, os políticos vão continuar roubando", diz.
Durante duas semanas, a Folha acompanhou a rotina dele e de seus amigos, que convocam os eventos, com o objetivo principal de se dar bem com as garotas.
Lucas não sabia, mas estava "na mira das autoridades" desde o fim do ano passado, quando postou no Facebook a convocação para o "Rolezinho Shopping Itaquera Part 3", como o nome deixa claro, o terceiro no mesmo local.
Antes mesmo dos garotos entrarem, oficiais de Justiça já aguardavam na porta para cumprir liminar que proibia a realização do evento, sob pena de multa de R$ 10 mil por dia a quem fosse pego fazendo arruaça.
Lucas gasta todo o dinheiro que ganha em roupas de marca, parceladas no cartão.
O centro da sua diversão está no mesmo lugar de onde foi retirado no último sábado. "Vim me divertir, não fiz nada errado, não roubei, não matei e venho aqui há cinco anos", reclama.
Ele faz parte de um grupo de meninos e meninas que passam os dias conectados no celular e na internet, combinando os próximos eventos. Querem impressionar e disputam quem vai chamar mais a atenção "das cocotinhas" e dos "gatinhos".
"A gente só quer ver os amigos, conhecer gente, comer no Mc [Donald's] e acaba apanhando", diz Letícia Gomes, 15, estudante do segundo ano do ensino médio da rede pública.
O saldo do "rolezinho" de Itaquera, no último sábado, para Lucas: nenhum beijo na boca e um citação de um oficial de Justiça.
"Onde é que eu vou arrumar esse dinheiro?", diz. 
Folha de São Paulo, 17 de janeiro, 2014 (Cotidiano)

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Discurso Indireto: Facebook perde 3 mi de adolescentes entre 2011 e 2...

Discurso Indireto: Facebook perde 3 mi de adolescentes entre 2011 e 2...: O número de internautas de 13 a 17 anos que usa o Facebook nos Estados Unidos diminuiu 3,3 milhões nos últimos três anos. A quantidade de ...

Facebook perde 3 mi de adolescentes entre 2011 e 2014 nos EUA, diz estudo

O número de internautas de 13 a 17 anos que usa o Facebook nos Estados Unidos diminuiu 3,3 milhões nos últimos três anos. A quantidade de jovens caiu de 13,1 milhões (8,9% do total) em 2011 para 9,8 milhões (5,4%) em 2014. As informações são de um estudo divulgado pela consultoria especializada iStrategy, na última quarta-feira (15).
De acordo com outro estudo, feito pela consultoria ComScore e divulgado pelo próprio Facebook, a realidade no Brasil é diferente. Nessa pesquisa, realizada entre outubro de 2012 e 2013, o número de usuários na faixa etária de 15 a 24 mais que dobrou, passando de 8,7 milhões para 18,1 milhões. 

MUDANÇAS NO FACEBOOK NOS EUA

 20112014
Até 17 anos13,1 mi9,8 mi
Mais de 55 anos15,5 mi28 mi
Entre 18 e 24 anos31% do total23,2%
Entre 34 e 54 anos27% do total31,1%
No levantamento realizado pela iStrategy, nos Estados Unidos, o objetivo era demonstrar que a faixa etária dos usuários do Facebook tem envelhecido, e não exibir um possível fluxo de migração com para outras plataformas.
Esse critério foi adotado porque não é possível desprezar, por exemplo, que parte dos usuários que foram registrados em 2011 já envelheceram e mudaram de categoria naturalmente.
A pesquisa também mostrou que o público que mais cresceu entre os usuários americanos tem mais de 55 anos. Com aumento de 80,5%, essa categoria saltou de 15,5 milhões  (10,6% do total) de pessoas para 28 milhões (15,6% do total).
A faixa etária mais popular mudou nos últimos três anos entre os usuários dos EUA. Em 2012, o público com idade entre 18 e 24 anos representava 30,9% de todos os usuários. Já em 2014, os líderes são os internautas entre 34 e 54 anos, com 31,1% do total.
Uma pesquisa recente, realizada pela instituição britânica UCL (University College London), traz dados que reforçam as descobertas do estudo da iStrategy. Segundo o levantamento britânico, o Facebook está "morto e sepultado" entre os adolescentes mais velhos (de 16 a 18 anos). Conforme os mais velhos aderem à rede social, esses jovens migram para Twitter, Instagram, WhatsApp e Snapchat.
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Pais envergonham os filhos ao perder a mão no Facebook; veja exemplos22 fotos

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Ter os pais como amigos em redes sociais pode ser legal ou uma experiência vexatória. Sem a noção de que tudo que é postado na rede está disponível para amigos, alguns pais acabam perdendo a mão no Facebook e envergonhando os filhos Arte UOL

domingo, 5 de janeiro de 2014

PROFESSOR - uma carreira em extinção?


Sala de aula do curso de Matemática, da Uerj: no 2º semestre de 2012, 100 alunos ingressaram e 16 concluíram
Foto: Ivo Gonzalez / O Globo
O Brasil tem à frente o enorme desafio de melhorar seu ensino público, mas, para isso, precisa resolver uma questão primordial: a valorização de seus mestres. Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), divulgados no final de 2013, mostraram que os países com melhor desempenho na educação são aqueles que fazem a carreira docente atrativa aos mais talentosos jovens que saem do ensino médio. Não é o nosso caso. No Brasil, apesar de alguns avanços, os salários ainda são baixos em comparação com as demais ocupações universitárias, poucos jovens cogitam seguir a carreira docente e, nos últimos anos, menos se formam em cursos de licenciatura.
Um levantamento feito pelo GLOBO nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, mostra que professores tiveram, desde 1995, aumento médio na renda superior aos demais profissionais com ensino superior. Mesmo assim, em 2012, um professor do primeiro ciclo do ensino fundamental (que dá aulas para crianças de 6 a 10 anos) recebia, em média, somente 57% do registrado entre profissionais também com nível superior. Entre docentes do ensino médio, esta proporção aumenta para 70%. Em 1995, esses percentuais eram, respectivamente, de 39% e 51%.
Se na entrada do sistema está difícil atrair jovens para os cursos de magistério, dados do Censo do Ensino Superior, do Ministério da Educação, mostram que há também um problema recente na saída das universidades. A quantidade de estudantes concluindo faculdades de licenciatura em disciplinas do ensino básico, que na década passada teve aumento de 63%, registrou queda de 16% de 2010 a 2012. O mesmo movimento é percebido quando se analisa as matrículas: depois de aumentarem 60% na década passada, caíram 4% nos últimos três anos da pesquisa.A baixa remuneração, além de desmotivar os próprios professores, é um dos fatores que leva muitos jovens a descartar de seus planos a carreira em salas de aula. Uma pesquisa feita pela UniCarioca com exclusividade para O GLOBO mostra que apenas 20% dos alunos do ensino médio do Rio que pretendem ingressar no ensino superior manifestam algum interesse pelo magistério. Eles são, em comparação com os que planejam outras carreiras, jovens de menor renda e que estudaram, principalmente, em escolas públicas.
Se a queda do número de licenciaturas se confirmar ao longo dos anos, a tendência pode dificultar o cumprimento de uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), em tramitação na Câmara dos Deputados, que estipula que todos os professores do país tenham formação com licenciatura até 2024.
Mas como explicar a aceleração das licenciaturas até 2010, e depois freada brusca? O coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, prefere uma saída econômica. Segundo ele, na última década, o Brasil viveu um dos maiores crescimentos de sua História, com inclusão de renda, e consequentemente, de crescimento da parcela da população à educação superior. Com uma economia mais complexa, surgem outras oportunidades de trabalho mais atrativas.
Para Cara, este cenário precisa ser revertido urgentemente, já que o país precisaria de 1,5 milhão a dois milhões de novos professores até 2023, segundo seus cálculos, para cumprir metas de inclusão no ensino médio e de educação integral do PNE:
— A partir de 2010 nós temos a solidificação do momento de boa avaliação econômica brasileira. Com isso, boa parte dos jovens acaba considerando que há outras oportunidades no mercado de trabalho que não a de docente. E a situação é alarmante porque, com as metas do PNE, vamos precisar de um número muito maior de professores na próxima década.
Mas o desinteresse pelo magistério é mais sentido por umas disciplinas do que por outras. Em alguns cursos, sequer houve declínio de licenciaturas. É o caso das Humanas (História, Geografia, Filosofia e Sociologia). De 2011 para 2012, o número de concluintes do grupo subiu 1%.
Já a área de Exatas (Matemática, Física, Química e Biologia) teve 13% a menos de formandos no mesmo período. E o drama para essas disciplinas é ainda maior se forem observados o período de 2010 para 2012, onde houve queda de 14% dos concluintes em Física, 13% em Biologia, 10% em Química e 21% em Matemática.
Não por acaso, essas matérias foram alvo do programa “Quero ser cientista, quero ser professor”, lançado em setembro pelo Ministério da Educação (MEC), que prevê a concessão de bolsas de R$ 150 a cerca de 100 mil alunos do ensino médio que manifestem vocação para a docência. Além da gratificação, os aspirantes a professor terão orientação de professores da escola onde estudam e de estudantes universitários de cursos de licenciatura.
Para o presidente do Inep, Luis Cláudio Costa, o programa é a principal aposta do governo federal para a valorização do professor. No entanto, Costa reconhece a dificuldade da tarefa:
— Não adianta, o estudante, a família e a sociedade procuram a carreira que é valorizada socialmente. Temos muitos jovens vocacionados para o ensino, que seriam excelentes professores, mas que estão procurando outras carreiras porque percebem que o magistério não é valorizado. É um desafio nosso, como ministério, fazer essa valorização.
Em algumas universidades do país, o desinteresse é visível em sala de aula. No Departamento de Matemática da Uerj, por exemplo, o segundo semestre de 2012 teve 100 alunos ingressantes, 16 formandos, e nada menos que 84 debandaram do curso. E essa proporção se repete em períodos letivos anteriores.
Testemunha da evasão na área de Exatas é a coordenadora do curso de graduação em Matemática da UFRJ, Márcia Fusaro. Segundo ela, nos últimos dois anos, muitos de seus alunos têm optado por trocar de curso, migrando geralmente para as Engenharias, ou simplesmente se contentando com o bacharelado. A cada ano, em média, seu departamento recebe cerca de 90 novos alunos, e forma outros 20:
— Temos uma evasão muito grande na Licenciatura. Eles mudam ao longo do percurso para outros cursos. A verdade é que Matemática não é um curso fácil, e muitos pensam que vão encarar um curso difícil para depois não obter o retorno do esforço intelectual. Portanto, a mudança de curso acaba sendo natural: o aluno que entra é jovem, e tem tempo para perceber que não era isso que ele queria. Se não houver a compatibilidade dos salários da docência com o mercado privado, realmente vamos perder profissionais que seriam excelentes professores — diz Márcia.
Pedagogia no sentido oposto
A queda em cursos de licenciatura não é verificada em outra área da educação: a Pedagogia. De 2002 a 2012, houve crescimento contínuo de 136% no número de matrículas, e 125% no de concluintes. Entretanto, diferentemente da licenciatura, o diploma de pedagogo só habilita o profissional a dar aulas nos primeiros anos do ensino fundamental.
Neste caso, no entanto, especialistas alertam que o crescimento da Pedagogia não necessariamente significa maior interesse pela educação. Mesmo ressaltando que ainda não há estudos que correlacionem a evolução dos cursos de graduação em Pedagogia e de licenciaturas, a pesquisadora em Educação da USP, Paula Louzano, cita a hipótese de que muitos usariam o título de pedagogo apenas como meio mais fácil de acesso ao ensino superior. Se confirmada essa tendência, a pesquisadora aponta que então o problema não seria necessariamente a falta de educadores, mas, sim, entender em quais setores profissionais estes pedagogos estariam atuando:


— A pergunta é se eles escolhem ou são escolhidos, se eles vão para carreira por falta de opção ou se eles querem mesmo. Talvez seja mais fácil passar para Pedagogia, que é menos especializado, do que numa Engenharia ou em Medicina, por exemplo. E a chance de eles conseguirem emprego em outras áreas é maior em Pedagogia do que em licenciatura. Então será que já temos muita gente formada que não está exercendo? Se for isso, a solução seria políticas de atratividade para a carreira, como salários, e não de formação.





Fonte: Jornal O Globo, 05 de janeiro 2014.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Discurso Indireto: Relações humanas nos fazem felizes, não o consumo....

Discurso Indireto: Relações humanas nos fazem felizes, não o consumo....: Você já deve ter ouvido a seguinte frase ecoando por aí: “as melhores coisas da vida não são coisas”. Pois é, a máxima não poderia ser mai...

Relações humanas nos fazem felizes, não o consumo.

© Martinan - Fotolia.com
Você já deve ter ouvido a seguinte frase ecoando por aí: “as melhores coisas da vida não são coisas”. Pois é, a máxima não poderia ser mais acertada. Saiba que um estudo feito na Suécia chegou à mesma conclusão.
A partir de entrevistas colhidas desde 2010, pesquisadores da Universidade de Lund confirmaram que a felicidade está mais ligada aos nossos relacionamentos afetivos (família, amigos e parceiros românticos) do que às coisas materiais que nos rodeiam.
Os autores afirmam que consumir já havia sido associado a uma forma de felicidade, entretanto, uma felicidade de característica “mais passageira”, digamos. Assim, a coleta dos dados chegou à conclusão de que as pessoas atingem sentimentos de felicidade mais intensos e duradouros quando verbalizam, vivem – e pensam – a respeito de seus relacionamentos de maneira geral.
O estudo lembra, entretanto, que, apesar de não estarem associados à felicidade, os bens materiais não estão associados imediatamente ao inverso, ou seja, à infelicidade.
Outro dado interessante é que esses relacionamentos, muitas vezes, não se concretizam no mundo real. Lembre-se, por exemplo, daquelas pessoas públicas que geram algum tipo de afeição – como as figuras carismáticas –, por alguma razão ainda não muito clara, elas também parecem elevar os nossos níveis de felicidade.
Seria esta então uma possível razão da necessidade de conexão às redes sociais?… Para se pensar.
Enfim, o estudo continua em desenvolvimento e os pesquisadores pretendem descobrir o que faz com que não apenas uma pessoa, mas uma sociedade como um todo possa também ficar feliz. E isso eles vêm denominando de “percepção coletiva de felicidade”.
Música, boas notícias de pessoas distantes, muita coisa pode nos fazer feliz
Para os pesquisadores, essa “percepção coletiva de felicidade” pode ser desencadeada ainda por outros fatores. Veja só que interessante!…
Assim sendo, os pesquisadores também apontaram que as músicas que traduzem o que estamos sentindo em um determinado momento, por exemplo, poderiam evocar estes mesmos sentimentos.
As boas notícias de amigos (sim, até quando há esse distanciamento entre as pessoas) e mesmo presenciar situações positivas parecem contribuir de maneira direta para que as pessoas atinjam a felicidade.
Felicidade é sensação de realização pontual
 Para chegarmos ao sentimento pleno de felicidade, devemos entender que, para nos sentirmos bem, basta que comecemos a cuidar de nós mesmos e nos empenhemos na realização daquilo que pontualmente nos faz bem, pois sobre isso sim, temos controle.
Tente, portanto, fugir dos sentimentos causados pelo consumismo. Afinal, apesar de não trazer tanta felicidade assim (como já mencionei acima nessa pesquisa sueca), não nos aproxima da felicidade em seu melhor estado.
Ao realizarmos algo que nos faz bem, isso nos sustenta emocionalmente para seguir em frente, pois desenvolvemos nossa força e virtude, ajudando-nos a desenvolver dignidade pessoal. Desta forma, aumentamos nosso senso de coerência de sentimentos e de nossos afetos positivos.
Afinal, como diz a frase de Arthur Schopenhauer: “A nossa felicidade depende mais do que temos na nossa cabeça do que em nos nossos bolsos”.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Discurso Indireto: O sucesso do Snapchat sugere a decadência do Faceb...

Discurso Indireto: O sucesso do Snapchat sugere a decadência do Faceb...: Snapchat O aplicativo Snapchat não é tão popular por aqui, mas todos os sites divulgaram quando eles incrivelmente recusaram uma propost...

O sucesso do Snapchat sugere a decadência do Facebook?

Snapchat
Snapchat

O aplicativo Snapchat não é tão popular por aqui, mas todos os sites divulgaram quando eles incrivelmente recusaram uma proposta de US$ 3 bilhões da Facebook pela aquisição da startup. Alguns rumores afirmam que também recusaram outra proposta ainda maior, uma de US$4 bilhões da Google.
O serviço é algo entre o Instagram e o WhatsApp. Você conversa com seus amigos, mas ao invés de mandar mensagens, você manda uma foto que se auto-destroi. Você também pode editar e inserir textos na imagem.
A startup que poucas pessoas conheciam até pouco tempo atrás tem visto um crescimento possivelmente inédito na indústria móvel (ou de tecnologia em geral). Em junho, eles reportaram que os seus 100 milhões de usuários já teriam enviado 110 milhões de imagem ao total. Poucos meses depois, em outubro, eles afirmaram que seus usuários estavam enviando 350 milhões de imagens por dia.
Porém, muitos se questionam se isso é algo que vai durar ou se é apenas algo que as pessoas perderão interesse em breve. Mas talvez mais importante do que isso seja: Como monetizar o serviço?
A agora COO da Snapchat, Emily White, que foi movida internamente do Facebook para o Instagram, agora vai para o Snapchat e terá como objetivo conseguir monetizar a plataforma.
Isso muito provavelmente significa propagandas. Até mesmo porque foi essa a estratégia enquanto ela estava no Instagram, o que não foi muito bem recebido pelos usuários. Porém, todos acreditam que ela fez um ótimo trabalho, já que não atrapalha tanto os usuários.
Porém, no Snapchat as coisas não são "tão simples". Uma das principais funções do serviço é que as fotos enviadas se auto-destroem depois de visualizadas. Sendo assim, será que as propagandas vão agir como imagens comuns, chegando para os usuários e sumindo pouco tempo depois? Ou será que a executiva tem algo diferente em mente?
A verdade é que com centenas de milhões de usuários que estão usando tão assiduamente o aplicativo, eles tem algo realmente enorme em mãos. Além disos, ele continua crescendo bastante e abocanhando uma parcela da população que vem perdendo bastante o interesse em outras redes sociais como o Facebook, os adolescentes.
Será que estamos começando a ver o fim do Facebook? Qualquer um que está mais conectado às redes sociais há mais tempo sabe que pelo menos até agora, todas as plataformas tem um tempo de vida. Não é difícil lembrar de redes sociais que eram gigantes e que ninguém mais usa.
Alias, não é por nada que o próprio Facebook estava disposto a investir US$ 3 bilhões na compra do serviço, tendo supostamente já oferecido US$1 bilhão pouco tempo atrás. Eles sabem muito bem dos perigos que surgem a cada novo serviço. Com o Instagram conseguiram comprar, mas com o Snapchat não deu certo.
Por outro lado, o Facebook e o Snapchat são serviços com propostas diferentes. O sucesso de uma não significa a decadência de outra. Mas mostra que tudo muda e é necessário acompanhar a demanda do mundo que está cada vez mais conectado, rápido e preocupado com privacidade.
A verdade é que os adolescentes quase sempre são os primeiros a aderirem ao qe vai ser a nova tendência. Foi assim com diversos outros grandes sucessos, inclusive o Facebook. Vamos ver o que Zuckerberg tem preparado para lidar com tudo isso.

(Portal R7 - 04/12/2013)