quinta-feira, 25 de agosto de 2011

" 25 de Agosto na História do Brasil."

25 de Agosto de 1803:
Dia em que nasceu Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, considerado o patrono do Exército brasileiro que lutou e defendeu o Brasil em confrontos externos e internos. Em sua homenagem, foi instituída a data em comemoração ao Dia do Soldado.
25 de Agosto de 1961: 
A democracia brasileira ainda em sua infância viu-se forçada a renunciar à maturidade, que só seria alcançada caso fossem cumpridos integralmente dois mandatos consecutivos. Na manhã desse dia, o então presidente da república, Jânio Quadros com apenas sete meses depois de sua posse, com sete linhas manuscritas, precipitou, a sequência de crises que desembocaria sete anos mais tarde, no Ato Institucional nº 5 e na instauração da ditadura sem camuflagens. O Brasil civilizado pareceu mais distante que nunca no dia em que o presidente sumiu.
Abrupto e inesperado, o último ato foi um fecho coerente para a ópera do absurdo composta desde o primeiro dia de governo, quando Jânio foi ameaçado pela maioria oposicionista no Congresso:  se ele continuasse a hostilizar o antecessor Juscelino Kubistchek, uma sessão especial da Câmara e do Senado seria convocada para tratar do assunto. 
Nos 204 dias seguintes, o Brasil viajou numa montanha-russa monitorada por um homem de 44 anos que obedecia exclusivamente o instinto. Tangenciando o penhasco com perturbadora frequência, alternando freadas bruscas com arrancadas vertiginosas, ele aumentou o expediente dos servidores públicos, exonerou meio mundo, suspendeu nomeações por um ano, reduziu o orçamento das Forças Armadas e os quadros funcionais de todas as embaixadas, tabelou o preço do arroz e do feijão, condenou a invasão de Cuba financiada pelos Estados Unidos, planejou a anexação da Guiana Francesa, baixou medidas de combate ao monopólio, desvalorizou a moeda, determinou ao Itamaraty que restabelecesse relações diplomáticas com a União Soviética, proibiu maiô em concurso de miss, lança-perfume, briga de galo, corridas de cavalo em dias úteis e veiculação de comerciais no cinema, mobilizou o Exército para reprimir uma greve de estudantes no Recife, brigou com a maioria dos parlamentares aliados, regulamentou a remessa de juros para o exterior, enviou o vice João Goulart à China, condecorou Che Guevara e rompeu com Carlos Lacerda. No 207º dia de governo, renunciou à Presidência.
De acordo com estudos referente a esse período, nós, pesquisadores, consideramos que o presidente Jânio Quadros esperava que a política externa de seu governo se traduzisse na ampliação do mercado consumidor externo dos produtos brasileiros, por meio de acordos diplomáticos e comerciais.
Porém, a condução da política externa independente desagradou o governo norte-americano e, internamente, recebeu pesadas críticas do partido a que Jânio estava vinculado, a UDN, sofrendo também veemente oposição das elites conservadoras e dos militares. 
Especula-se que a renúncia foi mais um dos atos especulares característicos do estilo de Jânio. Com ela, o presidente pretenderia causar uma grande comoção popular, e o Congresso seria forçado a pedir seu retorno ao governo, o que lhe daria grandes poderes sobre o Legislativo. Não foi o que aconteceu, porém. A renúncia foi aceita e a população se manteve indiferente.
Vale lembrar que as atitudes teatrais eram usadas politicamente por Jânio antes mesmo de chegar à presidência. Em comícios, ele jogava pó sobre os ombros para simular caspa, de modo a parecer um "homem do povo". Também tirava do bolso sanduíches de mortadela e os comia em público.
Em 25 de agosto de 1991, trinta anos depois da renúncia, Jânio, internado em um hospital de São Paulo, contou toda a verdade sobre sua renúncia ao neto, que, curioso, questionou o avó sobre o episódio. E, num surto de sinceridade, comentou:
Foi o maior erro que cometi...Ao renunciar, eu quis pedir um voto de confiança à minha permanência no poder...Imaginei que o povo iria às ruas, seguido dos militares, e que eu seria chamado de volta...Fiquei com a faixa presidencial até o dia 26. Deu tudo errado. O país pagou um preço muito alto...
O "preço alto" a que Jânio fez referência, todos sabemos: a ditadura militar. Na época da renúncia o vice, João Goulart encontrava-se em missão diplomática na China comunista. Dessa forma, a elite nacional se mobilizou contra a posse de Jango ao cargo de Presidente do Brasil. Foi preciso negociações com a Câmara e Senado para que este, em 07 de setembro de 1961 assumisse a vaga deixada por Jânio. Como não era bem visto pelas elites nacionais, governou até 31 de março de 1964 quando um golpe militar o depôs.
Cinquenta nos depois da renúncia, o Brasil parece bem menos primitivo, a democracia tem mais consistência, e Jânio figura na galeria presidencial como um ponto fora da curva. Mas tampouco parece suficientemente moderno para considerar-se livre de reprises de farsa. Países exauridos pela corrupção endêmica serão sempre vulneráveis a algum populista que, com um discurso sedutoramente agressivo, prometa varrer a bandalheira. 

terça-feira, 23 de agosto de 2011

"Somente, Nicolau Maquiavel explica: 'Os fins,justificam os meios'..."


Após fazer referências a situações da vida real durante toda a trama – como a prisão de um banqueiro corrupto e as agressões a homossexuais -, os autores da novela Insensato Coração, Gilberto Braga e Ricardo Linhares, apropriaram-se de um slogan político utilizado pelo palhaço Tiririca (PR) na campanha eleitoral de 2010, quando foi eleito deputado federal.
No último capítulo, que foi ao ar nesta sexta-feira, na TV Globo, a personagem Natalie Lamour (Débora Secco), modelo, ex-participante de um reality show e ex-mulher do banqueiro corrupto, foi convidada para candidatar-se a deputada federal pela legenda fictícia Partido da Moralidade Pública. Ao ouvir o convite, o irmão da modelo, Douglas (Ricardo Tozzi) perguntou: “O que faz um deputado mesmo?”. A resposta de Natalie foi uma reprodução fiel da famosa frase de Tiririca: “Eu não sei, mas vota em mim que eu te conto”
Na trama, a candidatura de Natalie teve espaço para lição de moral. Ao ser questionado pela mãe da personagem sobre a seriedade do partido, um jornalista explicou o que leva pessoas famosas a serem indicadas como candidatas. “Esses partidos querem se aproveitar da fama dela, quanto mais voto ela receber, mais deputados eles elegem. E também ganham mais espaço na propaganda eleitoral, se aliam a algum candidato a presidente e depois conseguem cargos no governo”, afirmou o jornalista Kléber Damasceno, interpretado por Cássio Gabus Mendes.
Para completar a referência a Tiririca, Natalie conseguiu ser a deputada mais votada do país, assim como o palhaço. De diferente, a modelo teve apenas o figurino. Enquanto o humorista circula no Congresso Nacional com terno, gravata e calça jeans, a loira vivida por Débora Secco desfilou com uma saia minúscula.

  E, como diz a letra da música do Legião Urbana,
Nas favelas, no senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação

Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

No Amazonas, no Araguaia iá, iá,
Na Baixada Fluminense
Mato Grosso, nas Gerais e no
Nordeste tudo em paz

Na morte eu descanso, mas o
Sangue anda solto
Manchando os papéis, documentos fiéis
Ao descanso do patrão

Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

Terceiro mundo, se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios num leilão

Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

"Os jovens e o consumo de bebidas alcoólicas."


O uso de álcool entre adolescentes é naturalmente um tema controverso no meio social e acadêmico brasileiro.
Ao mesmo tempo em que a lei brasileira define como proibida a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos (Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996), é prática comum o consumo de álcool pelos jovens – seja no ambiente domiciliar, seja em festividades, ou mesmo em ambientes públicos.
A sociedade como um todo adota atitudes paradoxais frente ao tema: por um lado condena o abuso de álcool pelos jovens, mas é tipicamente permissiva ao estímulo do consumo por meio da propaganda.
Os efeitos do álcool no organismo de jovens são devastadores. Um estudo do governo americano, publicado em 2009, mostrou que a probabilidade de se tornar alcoólatra na idade adulta é de 5% para quem começa a beber depois dos 21 anos e de 25% quando a iniciação ocorre sete anos antes. Além disso, como o processo de amadurecimento do cérebro só se completa duas décadas depois do nascimento, o consumo precoce de álcool pode comprometer seriamente o desenvolvimento desse órgão vital, ao aumentar a probabilidade de aparecimento de problemas cognitivos, como falta de concentração, e de alterações de humor, como depressão e ansiedade. O abuso de bebidas alcoólicas pode, ainda, servir de porta de entrada para outras drogas e comportamento de risco, como fazer sexo sem proteção.
Quase 20% dos meninos e meninas entre 12 e 17 anos bebem pelo menos uma vez por semana. Outro dado alarmante é que, com frequência, o número de doses ingeridas semanalmente é altíssimo: um em cada quatro adolescentes toma, no mínimo, três latas de cerveja, e 10% consomem cinco ou mais garrafas de bebidas ice. O perigo é replicado em todo Brasil: dezenas de meninos e meninas lotam lojas de conveniência e supermercados para os "esquentas". Não raro, tais rituais, que precedem à ida a "baladas", onde beberão mais, acontecem com a permissão dos pais, que também abrem suas casas para a moçada se esbaldar. Isso sem falar das festas de 15 anos em que cerveja, vodca, bebidas ice e vinho são servidos sob o olhar dos mais velhos.
Segundo a psicóloga Ilana Pinsky, vice-presidente da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas,


  
É comum encontrar pais com uma postura benevolente ou derrotista em relação ao assunto(...) Eles costumam dizer que não há o que fazer, em vez que 'todo mundo consome'(...)

 Levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo na Casa do Adolescente de Pinheiros, zona oeste da capital, aponta que 80% dos jovens entrevistados já experimentaram bebidas alcoólicas. Desses, 19% afirmaram consumir álcool mais de uma vez por semana.
Foram ouvidos 436 adolescentes com idades entre 10 e 18 anos de idade. O estudo indica que quase metade dos jovens bebeu pela primeira vez em festas (44,6%) ou em casa, com a família (21,3%). Ainda segundo o levantamento, 20% afirmaram tomar bebidas alcoólicas aliado ao consumo de narguilé, e 14% informaram que misturam bebidas com drogas. 



O governo do Estado de São Paulo lançou no último dia 1º de agosto, um programa exclusivo para combater o consumo de álcool na infância e adolescência. O projeto, que conta com o apoio do Ministério Público de São Paulo e representantes dos bares, supermercados e restaurantes, envolve também diversas secretariais estaduais, como Saúde, Educação, Segurança Pública, Justiça e Comunicação, além de órgãos como o Procon-SP e a Vigilância Sanitária Estadual.


O projeto de lei encaminhado à Assembleia Legislativa prevê aplicação de multas de até R$ 87,2 mil, além de interdição por 30 dias, ou até mesmo a perda da inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS, de estabelecimentos que vendam, ofereçam, entreguem ou permitam o consumo, em suas dependências, de bebida com qualquer teor alcoólico entre menores de 18 anos de idade em todo o Estado. Atualmente, o comerciante só pode vender bebidas alcoólicas a maiores de 18 anos.



Os profissionais da área da Educação, como eu, conhecem  perfeitamente a atual conjuntura de nossos adolescentes e jovens em relação ao consumo de bebidas alcoólicas. Que o exemplo do governo estadual de São Paulo, seja seguido pelos demais estados brasileiros. 

Se, Goiás foi o primeiro a aderir a sugestão de Gustavo Ioschpe, quando o mesmo sugeriu que o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) passasse a ser fixado nas "portas" das escolas estaduais, que siga também, o exemplo do governador paulista, Geraldo Alckmin. 



domingo, 7 de agosto de 2011

"Os doze temas que podem esta no ENEM."

01 - União Civil entre homossexuais: Em maio, em decisão inédita, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união civil entre os homossexuais. A partir da decisão, casais formados por parceiros do mesmo sexo passaram a ter direitos como herança, pensão por morte ou separação e declaração compartilhada do Imposto de Renda (IR), entre outros. A conquista pode estimular temas de redação, exigindo que o aluno se posicione. Vale lembrar que também circularam pelo noticiário recente a lei que criminaliza a homofobia e o “kit gay” elaborado pelo Ministério da Educação (MEC).
02 - Tragédia no Japão: O terremoto de 9 graus na escala Richter seguido de um tsunami que devastou a costa nordeste do Japão, em março, provocou a mais grave crise nuclear desde o desastre de Chernobyl, há 25 anos, na extinta União Soviética. Por isso, na prova de ciências da natureza, questões sobre energia nuclear devem aparecer. Nesse tema, é importante ter em mente os prós e contras dessa matriz energética e seus impactos ambientais nos países onde é utilizada – inclusive no Brasil. É bom se preparar também para questões básicas sobre placas tectônicas e desastres naturais.
03 - Censo Demográfico: Entre as marcas registradas do Enem está a intepretação de gráficos e tabelas. Com sua diversidade de dados, o censo demográfico é um prato cheio para questões dessa natureza. Divulgado este ano pelo IBGE, o estudo mostra, por exemplo, que o Brasil ultrapassou a marca dos 190 milhões de habitantes e que um em cada dez habitantes ainda vive na pobreza extrema. Temas como urbanização e janela demográfica também podem motivar os examinadores.

04 - Ascensão da Mulher no Brasil: Desde janeiro, o Brasil é presidido por uma mulher – fato inédito em nossa história. A conquista deDilma Rousseff pode ser vista como mote para abordar a ascensão da figura feminina na sociedade. Mais uma vez, tabelas e gráficos podem aparecer e o assunto pode ser, inclusive, tema de redação.
05 - Divisão dos Estados brasileiros: divisão do Pará em três estados será objeto de inédito plebiscito organizado pela Justiça Eleitoral. A questão é polêmica: se forem criados, Carajás e Tapajós vão custar aos cofres públicos pelo menos 9 bilhões de reais só a título de manutenção administrativa. Questões históricas, como a comparação entre a atual discussão e a criação de Tocantins, no fim da década de 1980, podem surgir. É importante estar atualizado sobre as características da região Norte, marcada por conflitos agrários, violência urbana e riquezas minerais.
06 - Código Florestal: Meio ambiente é tema recorrente no Enem. Por isso, é importante atualizar-se sobre o novo código florestal, que tramita no Congresso Nacional. Além de dividir opiniões de ruralistas e ambientalistas, o assunto não é consensual dentro do próprio governo e permanece nebuloso para a sociedade civil. Questões sobre a ocupação do território nacional e desenvolvimento sustentável podem motivar perguntas de ciências humanas e a própria redação.
07 - AIDS: Há 30 anos, os Estados Unidos registravam o primeiro caso de aids do mundo. Em pouco tempo, o mal desconhecido passou a ser um caso de saúde pública mundial. O número de infectados, que era de um milhão em 1981, saltou para 27,5 milhões em 2010. Na prova de ciências da natureza, o candidato pode ser questionado sobre as características do vírus ou formas de contágio. Na prova de ciências humanas, as políticas públicas brasileiras de combate à aids, reconhecidas internacionalmente, podem aparecer.
08 - Fuso horário no Acre: Em outubro de 2010, um referendo alterou o fuso-horário no estado do Acre. Apesar de ter passado despercebida para a maioria da população, a votação pode motivar questões tradicionais no Enem, como a de cálculo de fusos em diferentes regiões do Brasil.
09 - Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil: Apesar de pouco provável, os eventos esportivos sediados no Brasil em 2014 e 2016 podem motivar os examinadores. Caso apareçam, devem versar sobre os impactos das obras nos grandes centros urbanos brasileiros. O encalhe do projeto do trem-bala e as reformas urbanas no Rio de Janeiro, sede dos Jogos Olímpicos, merecem atenção.
10 - Morte de Osama bin Laden : Depois de 3.519 dias, duas guerras e 1,18 trilhão de dólares em gastos militares, o homem mais procurado do planeta, mandante do maior atentado terrorista já executado no mundo, o 11 de Setembro, foi morto por forças americanas. A operação aconteceu nos arredores de Islamabad, capital do Paquistão, e levou milhares às ruas de Nova York e Washington. O episódio traz à tona discussões sobre o terrorismo como ferramenta política, além de suscitar discussões sobre a Guerra do Golfo. Como energia é tema prioritário no Enem, questões sobre o petróleo merecem atenção.
11 - China : Apesar de temas internacionais terem pouca relevância na prova do Enem, o acelerado crescimento chinês pode motivar questões. A abordagem deve evidenciar as parcerias com o Brasil e os impactos na nossa economia. Mais uma vez, gráficos, tabelas e textos de apoio podem aparecer.
12 - Cuba: o regime apressa a volta ao sistema de propriedade privada - o sistema econômico implantado após a Revolução Cubana, em 1959, fracassou logo ao nascer. O país importa 80% dos seus alimentos e metade de suas terras produtivas está ociosa. Na semana passada, o Parlamento aprovou um plano de reformas. O pacote permite a compra e venda de imóveis (que, no papel, continuarão propriedade do estado) e de veículos. Subsídios estaduais serão eliminados e pequenos negócios, incentivados. 



quinta-feira, 4 de agosto de 2011

"Transtorno bipolar: da felicidade intensa à tristeza profunda."

O transtorno bipolar vem ganhando cada vez mais espaço na mídia e seus sintomas passaram a se conhecidos de uma maneira mais ampla. Provavelmente, isso se deve aos avanços nos últimos anos para tentar esclarecer os mecanismos da doença. E, não muito raro, pessoas famosas, conhecidas por suas variações de humor, admitem o problema. No Brasil, o caso mais recente foi da ex-modelo Cristina Mortágua que protagonizou cenas de agressão contra seu próprio filho. Entre os famosos internacionais, a atriz Catherine Zeta-Jones, assumiu ser portadora da bipolaridade.
O diagnóstico não é tão simples. Isso porque o transtorno é caracterizado pelos extremos. Em alguns momentos - e esse estado pode durar dias, semanas ou meses - a pessoa fica eufórica e pode sentir prazer extremo, alegria estonteante, autoestima elevada e uma sensação de poder incrível. Há quem não tenha sequer sono. Mas na fase seguinte, que também pode durar dias, semanas ou meses, ela experimenta o outro lado da moeda. E vai da euforia à tristeza. São períodos de depressão profunda, em que nada lhe dá prazer e a rotina não faz mais sentido. Há quem sinta sono demais ou exagere na comida nessa fase.
Esse efeito montanha-russa tem consequências desastrosas para as esferas pessoal e profissional e, em geral, o paciente só procura ajuda quando a maré está baixa. Isso torna o diagnóstico mais difícil. Nesse período, é comum que o portador do transtorno seja tratado como alguém deprimido. Daí, para muitos especialistas, a importância da família nas consultas. São os pais, a esposa ou o marido que podem dar subsídios para o médico traçar um panorama mais completo.
Sabe-se que a genética tem forte influência na origem do transtorno, Segundo a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar, 50% dos portadores da doença têm pelo menos um familiar com o problema . Acredita-se que cerca de 8% da população apresente os sintomas mais marcantes entre 15 e 25 anos. Mas já existem crianças diagnosticadas. A vantagem de perceber cedo esses estados alterados de humor é que o tratamento tende a ser mais eficiente. No entanto, ainda é possível falar em cura, apenas em controle.
O transtorno bipolar pode vir à tona depois de períodos de estresse intenso. Outro dado interessante é que essas alterações de humor aumentam o estresse oxidativo das células, ou seja, a saúde de quem sofre do transtorno tende a se deteriorar mais rapidamente porque o organismo envelhece em um ritmo mais acelerado. Portanto, o diagnóstico e o tratamento devem ser iniciados o quanto antes para controlar a evolução da doença.
O transtorno não escolhe sexo. Homens e mulheres são vítimas, mas estudos sugerem que as mulheres apresentam mais episódios de depressão e estados mistos, em que a tristeza e a euforia trocam de papeis vertiginosamente.
Atualmente, os medicamentos mais usados para tratar o problema são os estabilizadores de humor. E, para casos mais graves, há a eletroconvulsoterapia, em que se altera a atividade elétrica do cérebro por meio de corrente elétrica. De qualquer forma, a psicoterapia é sempre necessária para ajudar o paciente a entender a doença, aceitá-la e, assim, voltar a encarar a vida com mais coragem e menos medo de ver sua rotina em uma eterna corda bamba.



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