Na última quarta feira, dia 22, o Santos Futebol Clube, sagrou-se campeão da Copa Libertadores da América. Foi o Brasil campeão. A origem e a história desse toneiro, remonta ao processo de colonização e descolonização da América Latina que fora explorada pelos portugueses e espanhóis à partir dos séculos XV e XVI. Poderosas nações naquela época, enfrentaram todos os "mitos" existentes quanto aos mares para encontrarem um novo caminho para o Oriente, onde buscariam na fonte as valiosíssimas especiarias. Ambos, após aportarem suas caravelas em terras americanas, dividiram entre si as terras do Novo Continente através do Tratado de Tordesilhas.
Coube aos portugueses uma pequena porção a que denominaram de Brasil.Os espanhóis ficaram com a maior parte das terras latinas e as dividiram em vice-reinos e capitanias gerais. E, nos dois casos, sob rígido controle da metrópole: dentro dos princípios do pacto colonial. O processo de exploração dessas terras executadas pelas duas nações em questão, se processou de forma bem diferenciada. Os portugueses, quando iniciaram a colonização do Brasil, optaram pela economia nos moldes do "plantation" - grande propriedade, monocultora, utilizando mão de obra escrava e voltada para o mercado externo. Já os espanhóis, dedicaram-se quase que exclusivamente a exploração de metais preciosos. Mas, nos dos casos, as desigualdades sociais e a espoliação foram enormes.
Com o tempo, a Europa passou a enfrentar revoluções que chegava até os latinos, levando-os a sentir o gostinho da autonomia. Entre os movimentos citados anteriormente, estão: A Revolução Industrial, o Iluminismo, A Independência dos Estados Unidos, A Revolução Francesa e consequentemente, as Guerras Napoleônicas.
Nas colonias espanholas, tudo começou quando Napoleão destronou o rei da Espanha colocando em seu lugar alguém ligado a ele. Dessa forma, os colonos da América espanhola sentindo-se cada vez mais oprimidos, iniciaram levantes em prol da independência. Sangrentas e longas guerras civis irromperam então em toda a América espanhola, intensificando-se a partir de 1814. Mas, quando três membros da elite colonial engajaram-se na luta, novos países surgiram. Estes, foram: San Martím, Bernardo O'Higgins e Simon Bolívar.
Bolívar, nasceu em Caracas (hoje, Venezuela), em 1783. Estudou na Europa e nos EUA, onde aprendeu a gostar de filósofos gregos e dos pensadores iluministas franceses, especialmente Jean J. Rousseau.Desde jovem, Bolívar entregou-se à luta pela independência da América espanhola. Formou um exército rebelde que comandou em inúmeras batalhas vitoriosas contra os espanhóis. Foi comandante das guerras de independência da Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. Por esses feitos, recebeu o título de "O Libertador." Em 1825, no auge de seu prestígio, abriu mão de seus poderes de general. Não aceitou tornar-se rei na América recém emancipada e recusou homenagens oficiais. Seu ideal era o pan-americanismo: unir todos os países libertados da América Latina. Mas enfrentou oposição ferrenha, entres estas, do governante brasileiro da época D. Pedro I, que tinham outros projetos. Bolívar morreu triste e solitário, com apenas 47 anos de idade. A História não é feita pelos herois. Mas existem algumas circunstâncias históricas especiais em que as ações de um indivíduo podem ser relevantes. E, Bolívar foi um homem relevante naquelas circunstâncias.
Dessa forma, em 1960, foi criada a Copa Libertadores da América que reúne todos os anos, os melhores clubes de futebol da América do Sul e o nome do torneio é uma alusão a personalidades que no início do século XIX, lideram as lutas pela independência da América espanhola. Mas, dos três anteriormente mencionados, o título de "Libertador", coube a Simon Bolívar.
E, em sua primeira edição, em 1960, o vencedor foi o Peñarol que na quarta feira, foi derrotado pelo Santos. Quanto ao total de títulos, a Argentina lidera o ranking, seguido pelo Brasil.