sexta-feira, 24 de junho de 2011

A História da Copa Libertadores da América

Coube aos portugueses uma pequena porção a que denominaram de Brasil.Os espanhóis ficaram com a maior parte das terras latinas e as dividiram em vice-reinos e capitanias gerais. E, nos dois casos, sob rígido controle da metrópole: dentro dos princípios do pacto colonial.  O processo de exploração dessas terras executadas pelas duas nações em questão, se processou de forma bem diferenciada. Os portugueses, quando iniciaram a colonização do Brasil, optaram pela economia nos moldes do "plantation" - grande propriedade, monocultora, utilizando mão de obra escrava e voltada para o mercado externo. Já os espanhóis, dedicaram-se quase que exclusivamente a exploração de metais preciosos. Mas, nos dos casos, as desigualdades sociais e a espoliação foram enormes.
Com o tempo, a Europa passou a enfrentar revoluções que chegava até os latinos, levando-os a sentir o gostinho da autonomia. Entre os movimentos citados anteriormente, estão: A Revolução Industrial, o Iluminismo, A Independência dos Estados Unidos, A Revolução Francesa e consequentemente, as Guerras Napoleônicas. 
Nas colonias espanholas, tudo começou quando Napoleão destronou o rei da Espanha colocando em seu lugar alguém ligado a ele. Dessa forma, os colonos da América espanhola  sentindo-se cada vez mais oprimidos, iniciaram levantes em prol da independência. Sangrentas e longas guerras civis irromperam então em toda a América espanhola, intensificando-se a partir de 1814. Mas, quando três membros da elite colonial engajaram-se  na luta, novos países surgiram. Estes, foram: San Martím, Bernardo O'Higgins e Simon Bolívar. 
Bolívar, nasceu em Caracas (hoje, Venezuela), em 1783. Estudou na Europa e nos EUA, onde aprendeu a gostar de filósofos gregos e dos pensadores iluministas franceses, especialmente Jean J. Rousseau.Desde jovem, Bolívar entregou-se à luta pela independência da América espanhola. Formou um exército rebelde que comandou em inúmeras batalhas vitoriosas contra os espanhóis. Foi comandante das guerras de independência da Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. Por esses feitos, recebeu o título de "O Libertador." Em 1825, no auge de seu prestígio, abriu mão de seus poderes de general. Não aceitou tornar-se rei na América recém emancipada e recusou homenagens oficiais. Seu ideal era o pan-americanismo: unir todos os países libertados da América Latina. Mas enfrentou oposição ferrenha, entres estas, do governante brasileiro da época D. Pedro I, que tinham outros projetos. Bolívar morreu triste e solitário, com apenas 47 anos de idade. A História não é feita pelos herois. Mas existem algumas circunstâncias históricas especiais em que as ações de um indivíduo podem ser relevantes. E, Bolívar foi um homem relevante naquelas circunstâncias.
Dessa forma, em 1960, foi criada a Copa Libertadores da América que reúne todos os anos, os melhores clubes de futebol da América do Sul e o nome do torneio é uma alusão a personalidades que no início do século XIX, lideram as lutas pela independência da América espanhola. Mas, dos três anteriormente mencionados, o título de "Libertador", coube a Simon Bolívar. 
E, em sua primeira edição, em 1960, o vencedor foi o Peñarol que na quarta feira, foi derrotado pelo Santos. Quanto ao total de títulos, a Argentina lidera o ranking, seguido pelo Brasil. 


quarta-feira, 15 de junho de 2011

TOC: manias que incomodam.

     

 Como funciona o transtorno obsessivo-compulsivo?

Por ser um tema não muito bem retrato pela mídia, poucos conhecem a realidade deste que, por ser considerado manias, é na realidade uma doença e precisa de tratamento médico. Raros são os casos comentados em nosso cotidiano; o tema já foi abordado em uma novela da Rede Record, em programas de TV como "Monk", na telona foi imortalizado por Jack Nicholson  no filme "Melhor Impossível" e também, depois da divulgação de que o cantor Roberto Carlos, sofre desse transtorno, quando em suas apresentações, faz uso somente do azul e branco. Enfim, o que vem a ser realmente o TOC?
Os seres humanos possuem suas particularidades, mas o certo é que, todos eles têm manias, as mais variadas possíveis. Porém, ações repetitivas, que podem ser realizadas tanto por crianças, adolescentes ou adultos, podem ser um transtorno comportamental de compulsão.
Entre essas compulsões estão as seguintes: por comida, (anorexia e bulimia – manter-se magro), por bebida alcoólica, sexo, chocolate, remédio, roubo (cleptomania), limpeza, organização, de praticar atividade física (vigorexia), entre outras. Diante deste vasto universo, a médica e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, alerta sobre o Transtorno Obsessivo Compulsivo, mais conhecido como T.O.C.
Segundo a médica, o transtorno consiste na combinação de obsessões e compulsões. “Obsessões são pensamentos ou idéias, impulsos, imagens e cenas, que invadem a consciência de forma repetitiva. Já as compulsões são comportamentos repetitivos, como lavar as mãos, fazer verificações e conferências ritualizadas; além de mentais, como rezar, contar, repetir palavras ou frases”, destaca Soraya.

No transtorno, as compulsões são comportamentos repetitivos e intencionais (apesar de quase involuntários) desempenhados em resposta à idéia obsessiva. Soraya afirma que esses impulsos obsessivos e as consequentes compulsões são suficientemente intensos para causar sofrimento acentuado, consumir tempo, interferir significativamente na rotina normal da pessoa, no funcionamento ocupacional ou nas atividades e relacionamentos sociais. 
Cerca de 4% da população mundial sofre de Transtorno Obsessivo Compulsivo. De seis a dezessete anos é o tempo que uma pessoa com Transtorno Obsessivo Compulsivo, conhecido como TOC, demora para procurar ajuda.Pior que isso: boa parte daqueles que têm o problema sofre em silêncio, com receio ou vergonha de expor suas manias ou compulsões. Em comum, todos sentem uma ansiedade atroz caso mão executem determinada tarefa. É uma necessidade que se transforma em prisão e aliás, tem quem se isole em casa por causa da doença.Os dados citados anteriormente, foram divulgados pela Harvard Medical School e segundo os pesquisadores, atinge homens e mulheres em igual proporção. E as manias são consideradas doença quando passam a afetar a vida pessoal e profissional. Dá para imaginar o quão complicada fica a convivência com alguém que sofre desse transtorno? É a pior experiência que alguém pode ter. Principalmente se este está ligado à "mania" de limpar compulsivamente mesa e outras ferramentas de trabalho que não são de uso particular, mas comum à outros.
Um artigo publicado no Journal of the American College of Cardiology revelou que o transtorno limita a vida e gera tanta ansiedade que pode até fazer mal para o coração aumentando de 30% a 40% o risco de infarto.
Apesar de a ciência estudar os motivos pelos quais alguém desenvolve o TOC, ainda não há uma causa estabelecida. Acredita-se apenas que são vários os fatores que levam à doença. Por exemplo, a hereditariedade tem peso nisso, já que é comum encontrar pessoas de uma mesma família com o problema. Situações de estresse, fatores neuro-bioquímicos, infecção por estreptococos, alterações hormonais durante a gravidez ou após o parto também podem contribuir para desencadear a doença. Sabe-se,  no entanto, que até mesmo crianças podem desenvolver o transtorno. E que, se diagnosticadas e tratadas precocemente, o risco de recaídas diminui muito na fase adulta. Isso porque esse é um transtorno que demanda atenção durante toda a vida. É difícil falar em cura, mas, sim, em controle. O tratamento, aliás, é feito em duas frentes: por meio de terapia cognitiva comportamental e pelo uso de medicamentos que regulam a atividade de neurotransmissores, como serotonina, noradrenalina e dopamina, responsáveis, entre outras coisas, pela regulação do humor e do apetite. A prática de uma atividade física também ajuda, já que auxilia na redução da ansiedade. Esse pacote de medidas tem um efeito libertador para a maior parte dos pacientes, já que podem, finalmente, experimentar a vida com menos amarras.
Justificando e consequentemente, respondendo o questionamento feito anteriormente sobre a dificuldade em se conviver com um portador de TOC, é devido experiência própria. Como Socióloga e com profundo conhecimento de assuntos ligados ao meio social, minha intenção é alertar a todos que, ao lerem este, passe a prestar mais atenção ao seu redor ou seja, em seu dia-a-dia, porque os portadores do TOC, independente de sua vontade, acabam por interferir e muito em nossa rotina, às vezes provocando danos a nossa saúde. E, para dissertar sobre o tema, pesquisei muito para depois divulga-los. Portanto, fiquem atentos a quaisquer sintomas descritos acima para que não sintam o incômodo a que passei. Se possível, repassem adiante.


terça-feira, 14 de junho de 2011

No mês de maio, a Câmara dos Deputados aprovou a realização de um plebiscito para a divisão do Pará e, consequentemente, a formação de dois novos estados: Tapajós e Carajás. A iniciativa é o primeiro passo para a criação de novas unidades federativas e tem provocado polêmica. Na região, de um lado estão os movimentos separatistas, articulados ao redor de fortes grupos políticos locais, e do outro estão principalmente os moradores da capital Belém, reunidos em torno da campanha "Pará. eu te quero grande!", que conta com apoio de intelectuais e artistas.
Além dos dois lados opostos no Pará, em âmbito nacional as propostas para criação de novos estados também têm recebido críticas. A resistência se deve, principalmente, aos custos e às consequências políticas de tais mudanças. As divisões implicariam em aumentar o número de parlamentares locais no Congresso Nacional, desequilibrando ainda mais a representação regional do País.
Pelo sistema político vigente hoje no Brasil, cada estado tem que ter, no mínimo, oito deputados federais e no máximo 70. Isso faz com que a proporção de representantes do povo seja inferior em estados superpovoados, como São Paulo, em relação a estados com poucos habitantes. Além disso, hoje o Pará conta com 17 deputados federais. Se o estado fosse dividido em três, seriam, no mínimo 24 representantes, oito por estado, conforme determina a Constituição Federal. Com isso, o total de deputados federais teria que ser aumentado de 513 para 520. Também teriam que ser abertos mais seis vagas de senadores, três para cada um dos novos estados.
A mudança mão só agravaria o desequilíbrio de representação popular no País, como implicaria em mais gastos. Além do custo mensal de sustentar novos parlamentares, assessores e gabinetes, o poder público também teria que arcar com a construção de toda infraestrutura administrativa, o que inclui duas novas assembleias legislativas, dois novos governos estaduais, secretarias e tribunais de Justiça, assim como a contratação de milhares de funcionários públicos. Após os investimentos iniciais, a manutenção de toda essa estrutura ficaria em torno de R$ 2,2 bilhões para Tapajós e R$ 2,9 bilhões para Carajás, segundo estimativas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

As reivindicações são históricas



Apesar das estimativas de novos gastos e de haver motivos para preocupação com o desequilíbrio de poder no Brasil, estudiosos no assunto, chamam a atenção para as particularidades locais dos dois movimentos separatistas. Manuel Dutra, autor do livro "O Pará dividido: discurso e construção do Estado de Tapajós" de 1999, chama a atenção para  a legitimidade histórica dos pedidos de autonomia regionais não só no Pará, mas em outras regiões da Amazônia. Segundo Dutra,
Criar novos estados é possibilitar a formação de novos centros dinâmicos. Mesmo o custo é algo passageiro que, pela impulsão econômica de tais medidas, logo se compensa. É só ver o Mato Grosso do Sul e Tocantins, regiões que hoje tem dinamismo(...)
Ao mesmo tempo em que  Dutra defende a criação dos novos estados, ele ressalta:
(...) Dou razão às críticas em relação ao aumento de políticos. Já tem muita gente no Congresso, mesmo. Por que um estado como o Pará tem que ter tantos deputados? Mas essa é uma questão que deveria ser resolvida com uma reforma política. Isso dificilmente vai acontecer, já que o Congresso não vai querer cortar na própria carne, mas o ideal seria criar os novos estados e fazer a reforma(...)
Mas, se tais implementações se concretizarem, estas, devem ser acompanhadas também de cuidado com o meio ambiente e outras decisões para frear o avanço da monocultura e do desmatamento da Amazônia, comuns hoje no Pará. Vale destacar também as diferenças entre as duas reivindicações regionais: Carajás  tem um recente crescimento econômico muito grande ligado à mineração e aos projetos em torno do Grande Carajás, sem falar na pecuária, estradas e na hidrelétrica de Tucuruí. É uma região que enriqueceu e se encheu de migrantes, que não tem ligação ou identificação com o estado. Já no caso de Tapajós, é uma demanda histórica mais antiga, secular mesmo. Antigamente, antes da criação do estado da Amazônia, era tudo Grão-Pará. Santarém tinha a mesma importância que Belém. Desde então, as elites e a população nutrem a esperança de uma separação e mais autonomia.
Enquanto toda essa polêmica não se resolve, fiquemos atentos às  propostas mais recentes de criação de estados apresentadas no parlamento, juntamente com o de Carajás e Tapajós

  • Território Federal do Rio Negro.
  • Território Federal dos Solimões.
  • Território Federal do Juruá.
  • Território Federal do Pantanal.
  • Gurgueia.
  • Araguaia.
  • Estado do Rio São Francisco.
  • Estado do Triângulo.
  • Maranhão do Sul.
  • Mato Grosso do Norte.
  • Território Federal do Oiapoque.