segunda-feira, 27 de junho de 2016

TDH/DDA em crianças/adolescentes.


Postei  aqui em 27 de maio de 2014, matéria excelente sobre o TDAH. Hoje, volto a postar  sobre o  tema pois como professora do Ensino Fundamental, venho observando o quanto este, está crescente entre nossos alunos e o quanto é importante o profissional da educação estar preparado para lidar com as diversidades em sala de aula e dessa forma, "alertar" a família para buscar o tratamento adequado para seu filho(a)...
  
  • O TDAH (DDA) não é um distúrbio passageiro, temporário, a ser superado, uma vez que é neurobiológico e não o resultado de falta de disciplina ou de controle dos pais, assim como não é falta de força de vontade ou de caráter da criança ou do adolescente como erroneamente muitos adultos pensam ser. A recuperação acontece em cerca apenas 30% dos casos.
  • Algumas crianças com TDAH (DDA) já são difíceis de serem cuidadas antes mesmo dos 3 anos de idade por serem muito ativas, irritáveis, temperamentais, autoritárias, podendo ainda ter distúrbio de sono e/ou alimentar.
  • Outras crianças com TDAH (DDA) não diferem das demais e só são avaliadas e diagnosticadas após o ingresso no período escolar ao apresentar prejuízo no aprendizado e/ou nos relacionamentos com colegas, professores ou pais. Isso porque os 3 sintomas mais marcantes do TDAH (DDA) – a distração, a impulsividade e a grande atividade, num grau mais leve, são comuns nas crianças em geral, daí muitas ficarem sem diagnóstico. Também as do Tipo Desatento podem passar despercebidas nos primeiros anos de vida.
  • Além de distraídos, a criança ou adolescente com TDAH (DDA) tem enorme dificuldade em sustentar a atenção durante muito tempo numa mesma tarefa, sem interrompê-la por inúmeras vezes.
  • Porém. quando motivados ou desafiados por situações inovadoras (televisão, vídeo-game, salas de bate-papo, etc...), eles têm um poder de hiperconcentração, nem se dando conta do que acontece à sua volta.
  • Os hiperativos/impulsivos, são incapazes de planejar, selecionar com antecedência, para depois executar algo. Eles não conseguem controlar, inibir seus impulsos: dificilmente ficam quietos num lugar por muito tempo, podem ser muito falantes, falar sem pensar, sendo muitas vezes inconvenientes, interromper a fala dos outros, jogos, responder a questões antes de serem totalmente formuladas, comer muito, comprar muito, etc.
  • Essa falta de autocontrole pode ser o terror de muitos pais e/ou professores, que sentem-se incapazes de colocar limites caso não conheçam o transtorno e como lidar com ele.
  • Geralmente são desorganizados com seu material escolar, sua mochila, sua mesa, gavetas e principalmente com o planejamento de suas tarefas, estudos, empurrando-os sempre para a última hora (isso quando não deixam de fazê-los). Estão sempre atrasados, lutando contra o tempo.
  • Problemas de memória são freqüentes: esquecem nomes, datas de trabalhos, provas, perdem ou esquecem objetos com facilidade. Como conseqüência vem a preocupação e ansiedade crônicas, por não se sentirem confiáveis.
  • Também têm muita dificuldade em notar, interpretar dicas e regras sociais: sempre querem fazer tudo "do seu jeito, no seu tempo". Isso explica muitas vezes a dificuldade de viver adequadamente em sociedade, seus desencontros nos relacionamentos sociais e pessoais.
  • A criança ou adolescente com TDAH (DDA) não sabe lidar com fracasso, frustração. Estão sempre ansiosos, sentem-se incompreendidos e irritam-se com facilidade.
  • Com a auto-estima fragilizada por tantos rótulos negativos já recebidos, com frequência "chutam o pau da barraca", por serem super reativos e por acharem que já não têm muito a perder.
  • O transtorno gera uma real incapacidade na criança ou no adolescente de controlar sua própria vontade ou comportamento, relacionando-os com a passagem do tempo: muitos são incapazes de ter em mente futuros objetivos e/ou medir as conseqüências negativas de seus atos impulsivos a longo prazo.
  • O TDAH (DDA) erroneamente, muitas vezes é apresentado como distúrbio de aprendizagem, mas na verdade é um distúrbio de realização.
  • Crianças ou adolescentes com TDAH (DDA) sentem-se muito melhor quando após serem diagnosticadas, fazem um tratamento focado, onde os seus problemas e dificuldades são trabalhados e suas qualidades são realçadas e alimentadas, visando sempre a melhoria de sua auto-estima, nunca esquecendo dos limites a serem respeitados. Afinal, geralmente são inteligentes, sensíveis, curiosos, criativos, atrevidos, inventivos, com muita energia, espontaneidade, etc., com necessidade de uma "condução" adequada. (Fonte: Univerdo tdah - Cleide Heloísa Partel)