domingo, 15 de janeiro de 2012

Discurso Indireto:  O texto a seguir foi publicado hoje(14/01) no jor...

Discurso Indireto: O texto a seguir foi publicado hoje(14/01) no jor...: O texto a seguir foi publicado hoje(14/01) no jornal Folha de São Paulo e é tema de grande importância para a atual sociedade em que vivemo...
 O texto a seguir foi publicado hoje(14/01) no jornal Folha de São Paulo e é tema de grande importância para a atual sociedade em que vivemos e por isso considerei válido publicá-la aqui.



STF poderá rever regras para deficientes
Caso aprovada, ação do Pão de Açúcar abrirá precedente contra rigidez da lei que prevê contratações pelas empresas
Somente 25% das empresas conseguem preencher as cotas; total de contratados está em queda
DE SÃO PAULO
O STF (Supremo Tribunal Federal) votará nos próximos meses uma ação que poderá instituir a flexibilização das regras para a contratação de deficientes pelas empresas.
Hoje elas são obrigadas por lei a reservar cotas para deficientes sob pena de multa.
A ação é um recurso movido pelo Pão de Açúcar no STF contra o Ministério Público do Trabalho, que autuou a rede Sé, adquirida pelo grupo, por descumprimento das cotas há dez anos.
A empresa diz ter cumprido a lei e que foi multada porque só consideraram como deficientes aqueles com atestado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Caso seja julgado em favor do grupo, o recurso abrirá precedentes ao empresariado que hoje reclama da rigidez da legislação.
Segundo o Ministério do Trabalho, somente 25% das empresas conseguem preencher as cotas. A lei vale para companhias com mais de cem funcionários e define que entre 2% e 5% do total tem de ser deficiente habilitado pelo INSS. O índice varia com o porte da empresa.
A legislação também define os tipos de deficiência, excluindo as consideradas "mais leves" -diferenciação que as empresas consideram "inconstitucional".
Resultado: entre 2007 e 2010, o número de deficientes contratados passou de 348,8 mil para 306 mil, uma queda de 12%, segundo o Ministério do Trabalho. No mesmo período, os registros em carteira tiveram alta de 17%.
FALTA MÃO DE OBRA
Além dessas restrições, o empresariado reclama da escassez de deficientes capacitados para o trabalho.
No último Censo, 24% da população declarou possuir algum tipo de deficiência.
Em Joinville (SC), por exemplo, onde 12% da população declarou-se deficiente, pesquisa feita pelo Sesi (Serviço Social da Indústria) revelou que somente 0,76% estaria apto. Em Blumenau, esse índice foi de 0,9%. Na cidade, 12% da população disse ter deficiência.
"Existe o problema da qualificação, mas estamos em uma fase de transição", diz Loni Manica, gestora nacional do programa Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) de Ações Inclusivas que já capacitou 76 mil deficientes. "Mais da metade está empregada."


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Discurso Indireto: "Educação : quem faz com amor, faz com qualidade."...

Discurso Indireto: "Educação : quem faz com amor, faz com qualidade."...: "A criança que aprendeu amar merece amor para aprender. Ame também aquela que menos merecer, pois é a que mais precisa." Em uma s...

"Educação : quem faz com amor, faz com qualidade."

   "A criança que aprendeu amar merece amor para aprender. Ame também aquela que menos merecer, pois é a que mais precisa."








Em uma sociedade em há tantos demolidores, educar é, sobretudo, restaurar a alma das pessoas e, não raro, é preciso construir a partir dos escombros. O mundo já tem medo e desamor suficiente esparramados.


Estudos após estudos mostram que o fator mais importante para determinar a qualidade do ensino que uma criança ou jovem recebe é a qualidade de seus educadores (pais e professores).


Nossos primeiros professores são, naturalmente, nossos pais. Quando esse relacionamento é afetuoso, harmonioso e de confiança, as crianças correspondem profundamente, livremente e de muitas outras maneiras. Elas respondem ao amor dos pais com mais crescimento, elas respondem ao orgulho dos pais com mais confiança em si mesmas, Elas também respondem à decepção dos pais com abalos em sua autoconfiança, elas respondem à rejeição dos pais com uma sutil perda de interesse pela vida.


Com as relações familiares frágeis, por vezes truculentas, e somando-se a isso a erosão dos valores humanos, o papel do professor tornou-se um fator ainda mais importante na educação.


Uma educação de qualidade é aquela que satisfaz as necessidades de aprendizagem e enriquece as vidas dos aprendizes e suas experiências de vida. A criança que aprendeu a amar merece amor para aprender. Ame também aquela que menos merecer, pois é a que mais precisa.


Lidar com pessoas é uma questão de jeito ou de força? Embora complexo, trata-se de uma questão de jeito. Nesse caso, como se mede o tamanho de um educador? Os tamanhos variam de acordo com o grau de comprometimento com o resultado.


Grandes educadores estabelecem relações fortes com seus alunos e mostram que se importam com eles como pessoas. Grandes educadores são acessíveis, entusiastas e carinhosos. Evitam ser demasiadamente rígidos ou passivos. Rigidez oriunda de um coração empedernido gera distanciamento. Passividade, por sua vez, gera indiferença.


As crianças, e especialmente os jovens, geralmente têm dificuldade em articular seus sentimentos. Das lições da vida diária, cada um constrói um arsenal de atitudes e monta um guarda-roupa de trajes e disfarces. Se alguma coisa está acontecendo em casa, 80% deles não irão, necessariamente, compartilhar com o professor, porque é de natureza emocional. Mas é certo que o que está acontecendo em casa vai afetar a forma como eles se comportarão na escola.


Grandes educadores se agigantam quando desintoxicam seus relacionamentos, são amistosos em classe, sempre esclarecendo qualquer mal-entendido, restabelecendo o vínculo, evitando, assim, manter conflitos desnecessários. Porém são firmes e possuem coragem para enfrentar os conflitos inevitáveis.


Mesmo o melhor professor não pode fazer muito pelo aluno sem ter uma boa comunicação com os pais. Casa e escola não devem ser dois mundos distintos onde as crianças navegam a cada dia.


Diante da profusão de descobertas atuais, grandes educadores mostram-se apaixonados pelo que fazem, tornam-se mestres no assunto sem se considerarem os "donos do saber". Eles exibem conhecimento nas disciplinas que lecionam e gastam tempo continuando a adquirir novos conhecimentos em seu campo. Em outras palavras, os educadores não necessariamente se tornam mais eficazes quanto mais tempo dedicado para afiá-lo. Aprendem sempre para ensinar melhor.


Grandes educadores reconhecem a importância do bom humor no processo de educação, como dizia Charlie Chaplin: "O bom humor está um degrau acima da inteligência". Portanto, não se apequenam conduzindo aulas monótonas, maçantes, mornas, pois, como afirma o dito popular, "água morna não serve nem pra fazer chá". Estão cientes de que a maneira como ensinam é tão importante quanto o quê ensinam; mas a "diversão" deve ser uma parte importante de cada plano de aula. A escola não deve ser enfadonha.


O amor é o melhor que temos para dar, a sabedoria de conviver, a capacidade de se importar; deixando claro - com um gesto, um reconhecimento, um elogio - o quanto as pessoas são especiais para nós. O amor é uma benção e todo aquele que o conhece, sabe que é uma das dádivas mais preciosas que a vida nos oferece. "Nós precisamos começar a amar para não adoecer", afirmou o psiquiatra Sigmund Freud.


Permita-me encerrar com uma pequena história de autoria desconhecida: 


"Dois meninos decidiram cavar um buraco profundo atrás de sua casa. enquanto estavam trabalhando, dois outros meninos pararam por perto para observar. 'O que vocês estão fazendo?' - peguntou um dos visitantes. 'Nós estamos cavando um buraco para sair do outro lado da Terra!' - respondeu um deles entusiasmado.


Os outros meninos começaram a rir, dizendo aos dois que cavar um buraco que atravessasse toda a Terra era impossível. Após um longo silêncio, um dos escavadores pegou um frasco completamente cheio de pequenos insetos e pedras valiosas.


Ele removeu a tampa e mostrou o maravilhoso conteúdo aos visitantes zombadores. Então disse confiante: 'Mesmo que nós não cavemos por completo a Terra, olha o que nós encontramos ao longo do caminho!'


Seu objetivo era por demais ambicioso, mas fez com que escavassem. E é para isso que servem os objetivos: fazer com que movamos em direção de nossas escolhas, ou seja, que comecemos a escavar!"


Mas nem todo objetivo será alcançado inteiramente. Nem todo trabalho terminará com sucesso. Nem todo relacionamento resistirá. Nem todo amor durará. Nem todo esforço será completo. Nem todo sonho será realizado. Mas caso não atinjamos o nosso alvo, talvez possamos dizer: "Sim, mas vejam o que encontramos ao longo do caminho! Vejam as coisas maravilhosas que surgiram em nossa vida porque tentamos fazer algo!"


É no trabalho de escavar que a vida é vivida. E, afinal, é a alegria da viagem que realmente importa. Um imenso educador é aquele que alia seu grande conhecimento à sua sensibilidade sem tamanho.







quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Discurso Indireto: "E a Lei da Palmada? Mais uma aberração de nossos ...

Discurso Indireto: "E a Lei da Palmada? Mais uma aberração de nossos ...: A Câmara dos Deputados aprovou no último dia 14 de dezembro, o projeto da chamada Lei da Palmada , que proíbe castigos físicos a cri...

"E a Lei da Palmada? Mais uma aberração de nossos parlamentares?"






A Câmara dos Deputados aprovou no último dia 14 de dezembro, o projeto da chamada Lei da Palmada, que proíbe castigos físicos a crianças no ambiente familiar.



Bem... vamos a este artigo que aborda o abuso da força física dos pais em relação à educação dos filhos.


Entre tapas e beijos
Só nas letras da música é admissível essa forma de relacionamento. Na relação tão delicada e tão importante como é a relação entre pais e filhos, tapas, palmadas, beliscões, puxões de orelha não são meios lícitos para educar crianças. É abuso de força física e é também o testemunho da incompetência da mãe ou do pai no educar seus filhos, para precisar chegar a esse ponto. Foi-se o tempo, no qual se acreditava, que esses eram os métodos necessários para ensinar os filhos a se adaptarem às regras dos chamados bons costumes.

Educação nos primeiros aninhos 

Sem dúvida, a criança nasce com um nível elevado de impulsividade e precisa adquirir os controles desejáveis sobre seus impulsos. Ela apresenta grandes episódios de birra dos dois aos cinco anos e não pode ganhar dos pais na birra. A seguir, passa por uma fase de confrontos com os pais, buscando ganhar mais autonomia deles. Depois, na adolescência, os embates se acirram, pois o jovem precisa, do ponto de vista psicológico, realizar movimentos de afirmação nos ambientes nos quais se insere, que nem sempre estão de acordo com as ideias dos pais.

Assim, os confrontos que surgem na relação pais e filhos durante toda a infância e a adolescência são normais e desejáveis. Caso não ocorram, poderíamos ter a condição deplorável de alguém que permanece filhinho da mamãe e filhinho do pai por anos a fio.

Educação na infância 

Em cada idade, existem modos diferentes de lidar com os filhos. No início da vida, o limite, o “não” deve ser claro, preciso e inciso. Não são necessárias justificativas e enormes explicações. A criança, na fase da pré-escola, precisa se tornar um ser obediente, pois quem sabe o que serve para ela, o que lhe faz bem, são seus pais e os adultos que tomam conta dela. Depois, na fase escolar, a criança deve receber explicações simples, quando questiona os limites, mas deve seguir as regras impostas pelos pais. É na infância que o filho internaliza um código, princípios e valores que irá reger uma conduta ética ao longo da vida.

Educação na adolescência

Na adolescência, os limites colocados devem ser longa e repetidamente justificados pelos pais. Nessa idade, o filho merece explicações e tem o direito de questioná-las, de usar de réplicas e tréplicas, de se tornar desobediente, sendo que os pais precisam aliar uma firmeza de convicções a uma paciência infinita.

Mãe e pai são os modelos primários de identidade para os filhos e precisam se constituir como figuras de autoridade. Ser uma figura de autoridade é muito diferente de ser uma figura autoritária! Pais precisam ser respeitados, admirados e valorizados, para de fato, se colocarem como modelos adequados para seus filhos.

Dessa maneira, a colocação de limites aos filhos, de forma adequada às diferentes idades é muito importante para que eles adquiram os controles necessários sobre seus impulsos e se tornem seres civilizados. Crianças e adolescentes cometem infrações, mais graves ou menos graves, e merecem castigos, os quais devem ser bem proporcionados ao tipo de infração. Porém, castigos físicos jamais! Primeiro, porque humilham a criança e geram revolta pela impotência frente à situação: ela, criança pequena frente ao genitor fisicamente mais forte. Segundo, porque castigo físico não muda comportamento, fato comprovado pelas pesquisas da Psicologia Experimental. Terceiro, muitos pais que batem, depois experimentam culpa e voltam atrás com o limite necessário, gerando uma confusão na cabecinha da criança.

Alguns pais, que batem nos seus filhos, acreditam que essa é uma boa forma de educação, pois foram assim educados pelos próprios pais. Realmente, as pesquisas na área da Psicologia Familiar mostram que pais que batem, em significante proporção, apanharam de seus pais quando eram crianças, assim como em qualquer tipo de abuso. Muitos do pais que abusam de seus filhos foram crianças que sofreram abusos. Entretanto, existem crianças que foram abusadas e que não se transformaram em adultos que abusam. Provavelmente, essas foram crianças resilientes.

Bater em crianças não encontra qualquer justificativa nos dias mais esclarecidos de hoje. É um fato que nossas crianças estão muito “poderosas” na contemporaneidade. São muito espertas, dominam com facilidade as novas tecnologias, são ávidas por novidades e, exatamente por tudo isso, tendem a se tornarem muito onipotentes, acreditando que podem tudo, que mandam e que devem ser atendidas, de imediato, em tudo o que desejam. Correm o risco de se tornarem até insuportáveis ao convívio. Precisam de regras, normas, limites mais do que nunca, para crescerem como seres civilizados e queridos. Cabe aos pais a função inalienável de educá-las, com a autoridade implícita de genitores, que não precisam bater nem gritar, mas que se impõem pelo olhar e pelo modelo de ser humano que são. 

Apesar do exposto que fora baseado em estudos sobre o tema, considero a tal lei uma excrescência a mais na nossa legislação e na nossa cultura. E é perigosa, numa sociedade que vai ficando denuncista e policialesca, cada vez maiores seus olhões de big brother.

Mil dúvidas me ocorrem. Quem vai avaliar o que é palmada forte, bofetada humilhante no rosto ou aviso carinhoso, leve tapa sobre uma bundinha bem acolchoada de fraldas? Quem vai, sobretudo, denunciar?Penso que haverá filas de acusadores: a vizinha invejosa, a funcionária ofendida, a ex-mulher vingativa, o ex-marido raivoso. Receio que, se aprovada e efetivada, ela não vá ser aplicada, como tantas leis tolas entre nós (e algumas úteis que não deveriam ser ignoradas).Ou, se aplicada, vá desencadear uma onda de confusões, inseguranças, injustiças, intromissões indevidas. Aberta a porta para um controle nada democrático, uma ditatorial interferência do estado na vida familiar e nas relações pessoais mais próximas.

Esse o grande perigo, essa a cara feia de tal novidade. Parece que se criou no país até mesmo um "plano nacional de convivência familiar", no mínimo, bizarro. Para nos ensinar a ser mais gente, seria preciso, em lugar de intervir em nossas casas e se intrometer em nossa vida, dar condições  de sermos menos agressivos por ignorantes ou estressados. Isso significa, em lugar de um olho intrometido e humilhante, mais segurança, saúde moradia, educação -------ah, a educação, esse botão que sempre aperto mil vezes ao dia e tanto comento,

Será que os políticos não têm coisa mais importante a fazer além de inventar uma lei tão antidemocrática, antipedagógica e anti-qualquer bom-senso, como, por exemplo, votar leis que têm a ver com o bem-estar do cidadão comum? Desengavetar e fazer funcionar tantos projetos trancados por incompetência ou desinteresse, exercer a verdadeira política, resgatar tanto dinheiro empregado em outras coisas ou desaparecido em frestas de mesas-de-não-trabalho de muita gente por aí?

Não é uma lei invasiva que vai nos tornar melhores pais, melhores educadores, melhores pessoas, É a cultura, são as condições sociais, econômicas e culturais., é a educação que informa direito, é a construção de nossa identidade pessoal, nossa bagagem de valores, os elementos básicos que os governos nos oferecem para que a gente possa evoluir. Em resumo, é a arquitetura de nós mesmos enquanto povo e indivíduos decentes - incluindo como tratamos, criamos, amamos, educamos quem depende de nós.

Considero um desperdício de energia política essa lei da palmada, quase impossível de aplicar sem que ocorram aberrações, quase impossível de encarar com respeito e seriedade. Além de querermos infantilizar eternamente nossos jovens dando-lhes privilégios como a meia-entrada até 30 anos, quando deveriam estar estabelecidos, com família formada, crescendo na profissão, vida em pleno funcionamento, ainda queremos nos meter nas casas, nos quartos, na vida pessoal dos adultos vigiando-os como se fossem crianças arteiras, Bem mais graves do que uma ocasional palmada (não falo em surra, bofetada, sofrimento físico) são, de parte dos pais, a frieza,a futilidade, o desinteresse, a falta de uma autoridade amorosa, de vigilância e cuidado. A humilhação verbal, a crítica constante, a ironia. A lista é longa. 

Que o novo ano nos traga um pouco mais de bom-senso e de bom humor, e verdadeiro interesse por coisas que verdadeiramente precisam dele.