quarta-feira, 15 de junho de 2011

TOC: manias que incomodam.

     

 Como funciona o transtorno obsessivo-compulsivo?

Por ser um tema não muito bem retrato pela mídia, poucos conhecem a realidade deste que, por ser considerado manias, é na realidade uma doença e precisa de tratamento médico. Raros são os casos comentados em nosso cotidiano; o tema já foi abordado em uma novela da Rede Record, em programas de TV como "Monk", na telona foi imortalizado por Jack Nicholson  no filme "Melhor Impossível" e também, depois da divulgação de que o cantor Roberto Carlos, sofre desse transtorno, quando em suas apresentações, faz uso somente do azul e branco. Enfim, o que vem a ser realmente o TOC?
Os seres humanos possuem suas particularidades, mas o certo é que, todos eles têm manias, as mais variadas possíveis. Porém, ações repetitivas, que podem ser realizadas tanto por crianças, adolescentes ou adultos, podem ser um transtorno comportamental de compulsão.
Entre essas compulsões estão as seguintes: por comida, (anorexia e bulimia – manter-se magro), por bebida alcoólica, sexo, chocolate, remédio, roubo (cleptomania), limpeza, organização, de praticar atividade física (vigorexia), entre outras. Diante deste vasto universo, a médica e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, alerta sobre o Transtorno Obsessivo Compulsivo, mais conhecido como T.O.C.
Segundo a médica, o transtorno consiste na combinação de obsessões e compulsões. “Obsessões são pensamentos ou idéias, impulsos, imagens e cenas, que invadem a consciência de forma repetitiva. Já as compulsões são comportamentos repetitivos, como lavar as mãos, fazer verificações e conferências ritualizadas; além de mentais, como rezar, contar, repetir palavras ou frases”, destaca Soraya.

No transtorno, as compulsões são comportamentos repetitivos e intencionais (apesar de quase involuntários) desempenhados em resposta à idéia obsessiva. Soraya afirma que esses impulsos obsessivos e as consequentes compulsões são suficientemente intensos para causar sofrimento acentuado, consumir tempo, interferir significativamente na rotina normal da pessoa, no funcionamento ocupacional ou nas atividades e relacionamentos sociais. 
Cerca de 4% da população mundial sofre de Transtorno Obsessivo Compulsivo. De seis a dezessete anos é o tempo que uma pessoa com Transtorno Obsessivo Compulsivo, conhecido como TOC, demora para procurar ajuda.Pior que isso: boa parte daqueles que têm o problema sofre em silêncio, com receio ou vergonha de expor suas manias ou compulsões. Em comum, todos sentem uma ansiedade atroz caso mão executem determinada tarefa. É uma necessidade que se transforma em prisão e aliás, tem quem se isole em casa por causa da doença.Os dados citados anteriormente, foram divulgados pela Harvard Medical School e segundo os pesquisadores, atinge homens e mulheres em igual proporção. E as manias são consideradas doença quando passam a afetar a vida pessoal e profissional. Dá para imaginar o quão complicada fica a convivência com alguém que sofre desse transtorno? É a pior experiência que alguém pode ter. Principalmente se este está ligado à "mania" de limpar compulsivamente mesa e outras ferramentas de trabalho que não são de uso particular, mas comum à outros.
Um artigo publicado no Journal of the American College of Cardiology revelou que o transtorno limita a vida e gera tanta ansiedade que pode até fazer mal para o coração aumentando de 30% a 40% o risco de infarto.
Apesar de a ciência estudar os motivos pelos quais alguém desenvolve o TOC, ainda não há uma causa estabelecida. Acredita-se apenas que são vários os fatores que levam à doença. Por exemplo, a hereditariedade tem peso nisso, já que é comum encontrar pessoas de uma mesma família com o problema. Situações de estresse, fatores neuro-bioquímicos, infecção por estreptococos, alterações hormonais durante a gravidez ou após o parto também podem contribuir para desencadear a doença. Sabe-se,  no entanto, que até mesmo crianças podem desenvolver o transtorno. E que, se diagnosticadas e tratadas precocemente, o risco de recaídas diminui muito na fase adulta. Isso porque esse é um transtorno que demanda atenção durante toda a vida. É difícil falar em cura, mas, sim, em controle. O tratamento, aliás, é feito em duas frentes: por meio de terapia cognitiva comportamental e pelo uso de medicamentos que regulam a atividade de neurotransmissores, como serotonina, noradrenalina e dopamina, responsáveis, entre outras coisas, pela regulação do humor e do apetite. A prática de uma atividade física também ajuda, já que auxilia na redução da ansiedade. Esse pacote de medidas tem um efeito libertador para a maior parte dos pacientes, já que podem, finalmente, experimentar a vida com menos amarras.
Justificando e consequentemente, respondendo o questionamento feito anteriormente sobre a dificuldade em se conviver com um portador de TOC, é devido experiência própria. Como Socióloga e com profundo conhecimento de assuntos ligados ao meio social, minha intenção é alertar a todos que, ao lerem este, passe a prestar mais atenção ao seu redor ou seja, em seu dia-a-dia, porque os portadores do TOC, independente de sua vontade, acabam por interferir e muito em nossa rotina, às vezes provocando danos a nossa saúde. E, para dissertar sobre o tema, pesquisei muito para depois divulga-los. Portanto, fiquem atentos a quaisquer sintomas descritos acima para que não sintam o incômodo a que passei. Se possível, repassem adiante.


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