terça-feira, 1 de novembro de 2011

"Novas tecnologias, métodos antigos..."

                   Por que preparar o educador para aproveitar a tecnologia 
                                            com toda sua potencialidade pedagógica?

Todos os dias, os avanços tecnológicos se apresentam na forma de novos recursos e ferramentas mais complexas e poderosas, a fim de que as tarefas do dia a dia sejam cada vez mais ágeis. Essas tecnologias permeiam as atividades cotidianas e alteram a cultura social, os relacionamentos e também a maneira de aprender e ensinar. Porém, as escolas não devem se sentir influenciadas, principalmente pelos meios de comunicação, a ponto de adquirir esses artefatos apenas para serem consideradas modernas. Os recursos tecnológicos disponíveis não podem servir somente para animar uma educação cansada, Eles devem dar um sentido a mais no processo de ensino-aprendizagem. De nada adianta, por exemplo, uma escola possuir um parque computacional invejável, se os professores não estiveram capacitados a transformar a tecnologia em instrumento educacional.

Segundo o filósofo e educador Masrhall Mcluhan, "as novas tecnologias são sempre utilizadas para fazer um trabalho velho, isto é, até que alguma força direcionadora faça com que elas sejam utilizadas de novas maneiras". Para não cometermos os mesmos erros do passado, precisamos de bom-senso no uso de novas tecnologias na educação. Do contrário, o recurso servirá apenas para acomodar o professor e tornar suas aulas cansativas, exatamente como aconteceu com o surgimento do videocassete e do retroprojetor, por exemplo.

Um artigo de Claudio de Moura Castro, publicado na revista Veja de 11 de agosto de 2010, alerta para o péssimo uso do PowerPoint em sala de aula. Intitulado "PowerPoint com carteirinha", o texto apresenta exemplos de situações em que "o slide arruína a aula, arrancando-a do professor e deixando desgovernada a atenção da plateia. Por isso surge a reação de muitos alunos: lá vem um PowerPoint chatíssimo! Ao final, o autor sugere ironicamente a exigência de uma carteira de habilitação para usar o PowerPoint, "para evitar que barbeiragens ponham a perder o potencial educativo de um recurso de um recurso tão extraordinário."

Por isso, cuidado! Atualmente muitas escolas adquirem a lousa eletrônica por seu status de modernidade, mas a utilizam de forma tradicional. Esquecem que o importante é a potencialidade de interação e simulação, e que a lousa precisa de conteúdos pertinentes a seu uso e não apenas de fotos bonitas e encantadoras. Busquemos atividades que permitam explorar ao máximo essa tecnologia. Assim estaremos melhorando o processo de ensino-aprendizagem com um recurso realmente criativo e inovador.

Para que a tecnologia faça parte parte da vida das pessoas, necessitamos, de fato de uma mudança cultural. No livro "Geração Digital" Tapscott afirma que as crianças realmente têm mais facilidade com novas tecnologias do que seus pais. Logo, é verdadeira aquela impressão de que nossos filhos assimilam as novidades mais rapidamente do que nós. Os adultos precisam adaptar-se a um processo de aprendizado diferente e bem mais difícil, enquanto as crianças já nascem com a tecnologia assimilada ao dia a dia. Para elas, a nova ferramenta é apenas mais uma parte de seu ambiente e usá-la é tão natural quanto respirar. Para as crianças, tudo funciona da maneira como funciona. O aprendizado é uma descoberta, não uma acomodação a estruturas existentes.

É inegável que o ritmo acelerado das inovações tecnológicas, assimiladas tão facilmente pelos alunos, exige uma educação igualmente capaz de estimular o interesse deles pela aprendizagem, por novos conhecimentos e técnicas. Interesse que precisará ser mantido ao longo da vida profissional, que certamente estará cada vez mais sujeita ao impacto de novas tecnologias. Por isso, há necessidade de pensar e de revolucionar a escola sobre bases totalmente novas. Repensar de que maneira é possível apropriar-se socialmente das novas tecnologias , incorporando as constantes mudanças.Essa nova escola deve trabalhar com uma multiplicidade de visões de mundo. Ela tem que exercitar a imaginação no lugar da razão. Devemos formar um ser humano criativo, que produza novas ideias, e não um ser humano passivo, mecanizado, que só absorve a informação sem gerar o conhecimento. As instituições educacionais precisam atualizar o modelo de ensino-aprendizagem a fim de atender às demandas dos estudantes. Mas o simples uso das ferramentas tecnológicas de nada adiantará. Elas podem sim potencializar a educação, mas somente se a escola estiver envolvida em um processo de atualização da metodologia de ensino.


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