terça-feira, 26 de julho de 2011

PSICOPATAS : Cuidado com eles, geralmente são alegres e sedutores.

                                                
O termo "psicopata" caiu na boca do povo, embora a maioria das vezes seja usado de forma equivocada. Na verdade, poucos transtornos são tão incompreendidos quanto a personalidade psicopática.
Descrita pela primeira vez em 1941 pelo psiquiatra americano Hervey M. Clekley, do Medical College da Geórgia, a psicopatia consiste num conjunto de comportamentos e traços de personalidade específicos. Encantadoras  à primeira vista,essas pessoas geralmente causam boa impressão e são tidas como "normais" pelos que as conhecem superficialmente. No entanto, costumam ser egocêntricas, desonestas e indignas de confiança. Com frequência adotam comportamentos irresponsáveis sem razão aparente, exceto     pelo fato de se divertirem com o sofrimento alheio. Os psicopatas não sentem culpa. Nos relacionamentos amorosos detestam compromisso. Sempre têm desculpas para seus descuidos, em geral, culpando outras pessoas.Raramente aprendem com seus erros ou conseguem frear impulsos. No livro "Mentes Perigosas", que serve de imagem para este, a autora Ana Beatriz Barbosa Silva, assim define a psicopatia:
Esse tipo de pessoa pode arruinar empresas e famílias, provocar intrigas, destruir sonhos, mas não matam. E, exatamente por isso, permanecem por muito tempo ou até uma vida inteira sem serem descobertos ou diagnosticados. Por serem charmosos, eloquentes, “inteligentes” e sedutores costumam não levantar a menor suspeita de quem realmente são. Visam apenas o benefício próprio, almejam o poder e o status, engordam ilicitamente suas contas bancárias, são mentirosos contumazes, parasitas, chefes tiranos, pedófilos, líderes natos da maldade. Em casos extremos, os psicopatas matam a sangue-frio, com requintes de crueldade, sem medo e sem arrependimento. Porém, o que a sociedade desconhece é que os psicopatas, em sua grande maioria, não são assassinos e vivem como se fossem pessoas comuns.
 De acordo com a descrição da autora em questão, podemos fazer menção ao personagem vivido pelo ator Gabriel Braga Nunes na novela Insensato Coração, o "Léo". A primeira vista, o personagem pode realmente confundir algum desavisado. Ele é bonito, charmoso e abusa do romantismo para enganar suas vítimas. Na vida real, os psicopatas também são assim. Esse personagem ainda existe, é eterno, um modelo de comportamento. E pode ser pior do que um simples cafajeste. Pode ser um psicopata manipulador como o Léo. Por confiar nele, a mocinha Norma, interpretada por Glória Pires, foi parar na cadeia.
Na ficção, a beleza e o romantismo de Léo o ajudaram a confundir suas vítimas. Na realidade também é assim. Psicopatas são alegres, sedutores, estão sempre de bom humor. Em geral são vaidosos e fazem ótima propaganda de si próprios.Mantem e sentem orgulho de sua capacidade de enganar. Falam de sentimentos, embora sejam frios. Na sua maioria são homens e têm nas mulheres seus maiores alvos. Elas se apaixonam sem questionar e não pensam nas consequências. Ingênuas e carentes, confiam, abrem o coração, revelam aspectos de sua vida que deveriam ficar guardados. A facilidade atual de se conhecer pessoas pela Internet, em bares e baladas, as tornam ainda mais vulneráveis. Quem trabalha muito e está bem de finanças (hetero ou homossexual) muitas vezes não tem tempo para investir na vida afetiva e também vira presa fácil.  Conhece alguém na balada e após alguns drinques acaba na cama com o desconhecido. Pode ser roubado, enganado ou até mesmo assassinado.
Podemos observar características de psicopatia desde a infância até a vida adulta. Antes dos 18 anos, por uma questão de nomenclatura, o problema é chamado de Transtorno da Conduta. Crianças ou adolescentes que são francos candidatos à psicopatia possuem um padrão repetitivo e persistente que podem ser sintetizados pelas características comportamentais descritas abaixo:

  • Mentiras frequentes (às vezes o tempo todo);
  • Crueldade com animais, coleguinhas, irmãos etc.;
  • Condutas desafiadoras às figuras de autoridade (pais, professores etc.);
  • Impulsividade e irresponsabilidade;
  • Baixíssima tolerância à frustração com acessos de irritabilidade ou fúria quando são contrariados;
  • Tendência a culpar os outros por seus erros cometidos;
  • Preocupação excessiva com seus próprios interesses;
  • Insensibilidade ou frieza emocional;
  • Ausência de culpa ou remorso;
  • Falta de empatia ou preocupação pelos sentimentos alheios;
  • Falta de constrangimento ou vergonha quando pegos mentindo ou em flagrante;
  • Dificuldades em manter amizades;
  • Permanência fora de casa até tarde da noite, mesmo com a proibição dos pais. Muitas vezes podem fugir e levar dias sem aparecer em casa;
  • Faltas constantes na escola sem justificativas ou no trabalho (quando mais velhos);
  • Violação às regras sociais que se constituem em atos de vandalismo como destruição de propriedades alheias ou danos ao patrimônio público;
  • Sexualidade exacerbada, muitas vezes levando outras crianças ao sexo forçado;
  • Introdução precoce no mundo das drogas ou do álcool;
  • Nos casos mais graves, podem cometer homicídio.
Como fazer para não ser uma vítima? Desconfiar, desconfiar sempre. Quando se conhece alguém apresentado por um amigo, quando se sabe um pouco da história de vida da pessoa, é possível confiar. Mas alguém que se conhece num site, num bar ou numa balada é uma incógnita. Primeiro, deve-se marcar encontros em lugares públicos, saber o nome verdadeiro, ter o telefone, conhecer um pouco da história daquela pessoa. Quem é prudente jamais leva um desconhecido para casa. Muito menos conta a ele quanto ganha, o que possui. Só depois de alguns encontros, já de posse de bom número de referências seguras, deve-se ficar a sós com alguém que se conhece assim. E quem já está num relacionamento e desconfia das intenções do parceiro? Se desconfia, geralmente tem motivos: ele pergunta muito sobre sua vida financeira, fala pouco de si mesmo, conta mentiras, esquece sempre a carteira ou perde o cartão na hora de pagar a conta, não diz onde mora ou trabalha. Nesse caso, é melhor enfrentar logo a situação e, no caso de descobrir que as desconfianças eram verdadeiras, ter a coragem de se afastar.
É claro que podemos ter encontros verdadeiros e até um casamento com alguém que conhecemos pela Internet, na rua ou num bar. Mas sem ingenuidade, com os pés no chão. Dessa maneira, se o destino colocar uma pessoa realmente interessante em nosso caminho, não vamos perdê-la, mas com certeza também não seremos mais uma vítima da novela da vida real. 
Porém, temos que ter sempre em mente que tal transtorno apresenta formas e graus diversos de se manifestar e que somente os casos mais graves apresentam barreiras de convivência intransponíveis. Segundo o DSM-IV-TR a psicopatia tem um curso crônico, no entanto pode tornar-se menos evidente à medida que o indivíduo envelhece, particularmente a partir dos 40 anos de idade.


Um comentário:

  1. Adorei tia do tema abordado e a forma que vc expôs com tamanha facilidade o assunto. Agora sei realmente o que significa o termo "PSICOPATA", antes tinha uma idéia distorcida muito pelas projeções cinematográficas. Abração

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