quarta-feira, 11 de maio de 2011

BULLYING É PRECISO CONHECER PARA SE PRECAVER!

        "Quando questionados muitos bullies alegam que não estavam agredindo ninguém, pois, apenas estavam 'brincando'. Brincar é algo que todos participam e se divertem. Ninguém brinca fazendo mal ao outro!"



Após a tragédia ocorrida na Escola Municipal de Realengo, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, o tema em questão passou a ser debatido em todo território nacional. Seja em palestras ou seminários, especialistas na área vêm procurando conscientizar a sociedade do real significado do Bullying, fenômeno que cresce assustadoramente em todo o mundo.

A palavra "Bully" é de origem inglesa e significa "valentão". Grande parte das pessoas confunde ou tende a interpretar o bullying simplesmente como a prática de atribuir apelidos pejorativos às pessoas, associando a prática exclusivamente com o contexto escolar. No entanto, tal conceito é mais amplo. Para o cientista norueguês Dan Owelus, o bullying se caracteriza por ser algo agressivo e negativo, executado repetidamente e que ocorre quando há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Desta forma, este comportamento pode ocorrer em vários ambientes, como escolas, universidades, no trabalho ou até mesmo entre vizinhos. Basicamente, a prática do bullying se concentra na combinação entre a intimidação e a humilhação das pessoas, geralmente mais acomodadas, passivas ou que não possuem condições de exercer o poder sobre alguém ou sobre um grupo. Em outras palavras, é uma forma de abuso psicológico, físico e social. No ambiente de trabalho, a intimidação regular e persistente que atinge a integridade e confiança da vítima é caracterizada como bullying. Entre vizinhos, tal prática é identificada quando alguns moradores possuem atitudes propositais e sistemáticas com o fim de atrapalhar e incomodar os outros. Falando especificamente do ambiente escolar, grande parte das agressões é psicológica, ocasionada principalmente pelo uso negativo de apelidos e expressões pejorativas. No entanto, as práticas do bullying no ambiente escolar também se referem às agressões de caráter físico. Um dos casos mais chocantes de bullying escolar foi o de Curtis Taylor , um aluno do oitavo ano de uma escola secundária em Iowa, Estados Unidos. Curtis foi vítima do bullying durante três anos consecutivos: era espancado nos vestiários da escola, suas roupas eram sujas com leite achocolatado e seus pertences, vandalizados. Curtis não resistiu ao sofrimento e humilhação e suicidou em 1993. Este não foi um caso isolado. Na década de 90, os Estados Unidos se depararam com uma onda de tiroteios em escolas, realizados por alunos que se intitulavam vítimas da prática.

Um conjunto de cartas e imagens encontrado na casa onde vivia Wellington Menezes de Oliveira, autor do bárbaro massacre que ceifou a vida de doze crianças em Realengo, Rio de Janeiro, revelou que, enquanto planejava o ataque, ele disse que ia matar para expiar as humilhações que sofrera no colégio. Evidentemente, por piores que tenham sido as agressões impingidas a ele, elas não justificam nem explicam todo o bárbaro episódio, produto de uma mente perversa e doentia; e, de acordo com psiquiatras, provavelmente as humilhações funcionaram como gatilho de um gravíssimo distúrbio psiquiátrico. Mas, o caso reforça, porém, a ideia de que o bullying não pode continuar a ser negligenciado pelas escolas brasileiras nem pelos pais. Em um lugar que deve funcionar como extensão da própria casa, alguns estudantes se tornam alvo preferencial de ataques. Não é uma violência qualquer. O bullying é executado pelos pares, ou seja, pelo grupo ao qual a criança ou o adolescente precisa pertencer e no qual deve se sentir um igual como parte do processo saudável de amadurecimento psicológico e de preparo para a vida adulta. Sentir-se preterido nesse momento crucial da vida é um castigo cujas marcas podem ser mitigadas, mas nunca serão esquecidas. Por esse motivo, e principalmente, por ser um problema que pode ser prevenido, atenuado e até evitado pelas escolas, o bullying merece uma atenção especial de diretores, professores, familiares e de toda a comunidade escolar. 

Sim, o fenômeno tem raízes imemoriais. Desde que o mundo é mundo, os seres humanos diferentes são alvo de troças e covardias. Mas, no atual estágio da civilização, tornam-se inaceitáveis as desculpas clássicas para não fazer nada contra a tortura psicológica e física de crianças e adolescentes. 

Associado, existe também o Ciberbullying, que tem o mesmo poder destrutivo do bullying, porém, faz-se uso dos recursos tecnológicos como: MSN. Orkut. e-mail, Facebook, Blogs, telefone celular, etc.

Depressão, ansiedade, estresse, dores não-especificadas, perda de auto-estima, problemas de relacionamento, abuso de drogas e álcool são os principais problemas associados ao bullying. 

Dessa forma, o bullying e o ciberbullying e outros tipos de comportamentos violentos são inaceitáveis. É preciso que se ensine ao jovem a se colocar no lugar do outro, sentir sua alegria e também sua dor. Deve-se fortalecer a autoestima por meio de elogios e reforço positivo frente a posturas adequadas, ajudando o jovem na autovalorização. E, o estabelecimento de limites é fundamental para todos, em qualquer momento da vida. 

Nas palavras da psicóloga Rosely Sayão,
"Todos têm receio de que o filho seja alvo de humilhação, exclusão ou brincadeiras de mau gosto por parte dos colegas, mas poucos são os que se preocupam em preparar o filho para que ele não seja autor dessas atividades."

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