sábado, 19 de março de 2011

A "Terceira Onda" que revolucionou e viciou.

      Início da década de 1990. Mais precisamente em 1993;  foi quando tive a oportunidade de ler e analisar a obra do excepcional autor Alvin Toffler "A Terceira Onda", já em sua 18ª edição. Juntamente com os colegas do curso de Ciências Sociais, ficamos maravilhados com as "previsões" feitas pelo autor  na referida obra para o vindouro século XXI. Naquela época, pensamos e debatemos: "será que tudo isso um dia realmente se concretizará?". Era tudo tão deslumbrante, impossível,  de acontecer em nosso meio, acreditávamos.  Mas, quão enganados estávamos! Afinal, não tínhamos celular, tv lcd, computador então, era algo muito raro entre aqueles jovens sonhadores que acabavam de assistirem o retorno da Democracia em nosso país. Toffler, em uma das passagens do livro relatava:
Oculto dentro do nosso avanço para um novo sistema de produção há um potencial para mudança social tão espantoso em seu alcance, que poucos entre nós se tem atrevido a enfrentar sua significação. Pois estamos igualmente prestes a revolucionar nossas casas(...) O novo sistema de produção poderia deslocar literalmente milhões de empregos para fora das fábricas e escritórios, para os quais a Segunda Onda os mudou , e restituí-los ao lugar de onde vieram originalmente : a casa. Se isto tivesse de acontecer, toda a instituição que conhecemos, da família à escola  e à companhia, seria transformada(...)


     O que poderia então provocar tantas mudanças assim em nosso meio social? O meio de comunicação da atualidade que vem interligando o mundo em questão se segundos: a internet. Realmente as "profecias" do autor se cumpriram. Milhares de pessoas já deixaram as fábricas/empresas e comandam seus negócios de casa. A família, vem sentindo as consequências do domínio da web. As escolas, já não tem como aplicar o ensino-aprendizagem sem estarem conectados à rede. Enfim, todos os setores de nossa sociedade estão influenciados pela internet. E, àqueles que ainda não a tem, estão ficando marginalizados socialmente. 
 Mas       todas essas transformações e mudanças radicais traz consigo algo impensável para Toffler: o vício.Hoje em dia, assim como existem dependentes de drogas, jogo e cigarro, existem também aqueles que estão se viciando em internet, fenômeno que para vários especialistas já é um "problema psiquiátrico".
Também chamado de "internet-dependência" e "internet-compulsão", esse vício é verificado através de um comportamento de uso da internet que afeta a vida normal. causando estresse severo e afetando o relacionamento familiar, social e profissional.
   Segundo a pesquisadora americana, Kimberly Young, especialista na área, "se o padrão de uso da internet interfere no cotidiano ou tem impacto nas relações profissionais, familiares e com amigos, há um problema".
Ou seja, entram num círculo vicioso, onde a perda da autoestima  cresce na medida em que aumenta o vício, o que, por sua vez, eleva a necessidade de fugir da realidade e se refugiar na rede. Os cyberadictos tendem a padecer de outros males psicológicos como depressão e ansiedade. ou a superestimar problemas familiares e conjugais. E, de acordo com pesquisas realizadas por psiquiatras especializados em internet-adição, mais de 50% dos viciados na rede também são dependentes de drogas, álcool, tabaco ou sexo.
Nesse contexto, a ferramenta na qual é essencial para qualquer área de trabalho no mundo contemporâneo, está causando transtornos e cabe a nós, seres sociais, encontrarmos a solução para o mal do século XXI, e apontar de acordo com Toffler,
(...) os caminhos que a democracia terá que seguir para sobreviver no século XXI.





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