terça-feira, 31 de julho de 2012

O verdadeiro sentido do "RECONHECER"




O governo estadual continua investindo muito… em propaganda enganosa sobre a atual situação do ensino público. Desta vez, após gastar milhares de reais em cartilhas sobre o Programa Reconhecer – que concedia um bônus-enganação ao fim do ano e que depois mandou refazer tudo de novo, gastando novamente um grande volume de recursos em um documento que não diz a real intenção do projeto: calar a boca do educador e criar dentro da categoria um clima de insegurança e denuncismo -  a nova propaganda no ar na mídia regional, relata os investimentos em infraestrutura das unidades. Exemplo de enganação, está no caso do colégio Salvador Santos aqui em Anápolis: transferiram todo corpo docente e discente para um local "provisório" a mais de um ano com intuito de reconstruí-lo. E, até hoje, nada foi feito e o prédio virou ponto de encontro para dependentes químicos e traficantes; o fato foi mostrado pela TV tocantins em reportagem ontem, 30/07.

O desfalque provocado no salário do professor da rede estadual não será compensado pelo bônus. Para se ter uma ideia do rombo que as mudanças no plano de carreira causou, um professor com nível superior (P-III), letra “a” e que antes tinha gratificação de titularidade de 30% perdeu mais de R$ 10 mil por ano com a reforma feita pelo governador Marconi Perillo e pelo secretário estadual de Educação, Thiago Peixoto. O bônus, caso o professor não se ausente por nenhum motivo durante o ano letivo, nem mesmo por doença ou velório dos pais, é de até R$ 2 mil.

Prova de que a intenção do bônus é silenciar o trabalhador é que agora, diante de uma indignação generalizada, o governo ampliou o bônus-enganação para diretores, vice-diretores, secretários-gerais, coordenadores pedagógicos e tutores. O intuito é pressionar quem tem cargo de chefia para vigiar os professores e os funcionários administrativos.

É a mesma estratégia fracassada do ano passado, quando o governo fez muito barulho por causa do reajuste de 45% (número do partido do governador) na gratificação dada aos diretores de colégios. A intenção também era fazer o diretor pressionar o educador, mas não obteve sucesso uma vez que diretores também são educadores e todos estão comprometidos com um ensino público de público de qualidade e não com um governo que só pisa no trabalhador.

Enfim...será que o "RECONHECER" para um professor é realmente um bônus no qual para ter o direito ao mesmo não pode em hipótese alguma faltar ao trabalho, nem mesmo nas situações expostas anteriormente? O próprio governador ausentou-se do trabalho porque contraiu dengue; ele não contava e creio que jamais imaginaria ser alvo do Aedes aegypti; será que o secretário não teve nenhum problema pessoal como, dor de cabeça ou até mesmo diarreia? Se o professor não pode se ausentar, porque razão os gestores e coordenadores pedagógicos podem? Pois faltam e não é por motivos de reuniões ou encontros pedagógicos não... O programa "reconhecer" vale também para professor readaptado que está fora da sala de aula? Pois, vale. Dessa primeira parcela, conheço quem o recebeu. 

Ouvindo hoje uma entrevista com  o Prof. João Asmar, - pessoa muito querida e estimada na nossa Anápolis - o mesmo ao responder a uma pergunta do jornalista disse que se sentia muito realizado como educador pois contribuiu para a formação de grandes lideranças/personalidades de Goiás. Citou nomes, como de governadores, ex-ministros entre outros. 

Realmente, não é ficar sob a vigilância de tutores, técnicos, gestores, etc. é que se prova a eficácia de um profissional de excelência na educação estadual. O que literalmente comprova é verificar que contribuiu para a formação de crianças/ adolescentes /jovens há algum tempo atrás e hoje os ver brilhando profissionalmente. É ouvir de um ex-aluno o quanto fora importante em sua vida e o quanto aprendera através de suas aulas.

 Considero que tanto a educação (entendida como algo que não se resume à escola e sim a todos os meios de aprendizagem: família, mídia, lições dos mais experientes, trocas de idéias com outros etc.) como ensino (entendido como sistema escolar) possuem simultaneamente essas duas dimensões, ou seja, são ou podem ser ao mesmo tempo instrumento de dominação e de libertação. (WILLIAN, 2007, p. 15).





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