quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

"Cientistas mostram, através de estudos, novidades em relação a síndrome de Down."


Publicado hoje, 28/12 na Folha de São Paulo, no caderno Ciência:



Estudo reverte danos mentais da síndrome de Down em roedores
Camundongos tiveram desempenho normal em teste cognitivoSALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Pesquisadores americanos demonstraram, num modelo animal, que é possível combater com sucesso o deficit cognitivo em portadores da síndrome de Down.
O resultado, obtido com camundongos, serve como prova de princípio de que é possível pelo menos reduzir os problemas de desenvolvimento mental da doença.
A síndrome de Down surge quando o indivíduo possui três cópias do cromossomo 21, em vez de duas. Essa alteração genética causa problemas na ativação de diversos genes, dando origem aos traços típicos da doença.
Nos experimentos, os cientistas usaram camundongos geneticamente modificados com três cópias do cromossomo 16 (que, nesses animais, corresponde ao 21 humano) nos trechos ligados à doença.
Normalmente, esses animais levam duas vezes mais tempo que seus colegas normais para encontrar a saída de um labirinto de água.
Contudo, depois de tratados com duas proteínas, denominadas NAP e SAL, eles passaram a ter desempenho considerado equivalente.
A escolha das proteínas para o tratamento se deu porque já se sabia que elas estão normalmente presentes nas células gliais -componentes do sistema nervoso que ajudam a proteger os neurônios. Em portadores da síndrome, contudo, há deficiência dessas substâncias.
Os cientistas usaram dois protocolos diferentes. Em um, injetaram NAP e SAL na mãe, antes do nascimento dos animais com a síndrome.
No outro, ministraram as proteínas por via oral nos próprios animais portadores, depois de adultos. Em ambos, os resultados foram melhoras na cognição.
Ainda assim, os pesquisadores são cautelosos ao afirmar que o procedimento deve funcionar em humanos.
"Não fizemos testes clínicos, então não posso me arriscar a dizer se vai funcionar com pessoas", diz Catherine Spong, dos NIH (Institutos Nacionais de Saúde dos EUA), autora do estudo.
Os resultados foram publicados na revista científica "Obstetrics & Gynecology".

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